Reese Smith é uma jovem simples e acanhada que vive em seu mundo fechado tendo a sua vida se cruzado com a do Sat Avery, um belo chef de cozinha habilidoso.
A medida em que ela convive com Sat, seus pensamentos a conduzem até a lugares proibidos o...
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Sinto orgulho de mim mesma por estar quase terminando de escrever o meu livro. Ainda não tem um título, mas estou bastante adiantada comparando-se a meses atrás.
Não sei se pretendo publicá-lo quando estiver pronto, coloquei naquelas páginas todos os meus sentimentos e todos momentos da minha vida. Não sei se alguma vez estarei pronta para compartilhar com as outras pessoas, não sei se quero que elas olhem para mim e me vejam através das palavras que escrevi.
Fecho o computador portátil após salvar as páginas que acabara de escrever, estava tão inspirada que tinha que escrever logo caso contrário esqueceria tudo.
— Os últimos dois parágrafos são intensos — comenta John atrás de mim pregando-me um susto.
— John! — o repreendo. — Há quanto tempo você está aí? Não era suposto você ler isso.
— Me desculpa, foi mais forte do que eu. — Olho para ele incrédula. — Além do mais você está no seu local e horário de trabalho, estou no topo da hierarquia aqui e tenho total arbítrio para ver o que meus funcionários fazem durante o expediente. — Meus lábios se juntam em uma linha reta, tecnicamente ele está certo.
— O senhor tem toda razão, me desculpe. — Dou a ele um sorriso forçado e irónico.
— Estou brincando Reese, relaxa. Nem sequer li o que você escreveu, eu respeito o seu espaço. — Ele sorri e passa o dedo na minha bochecha limpando algo. — Pizza mais logo?
— Não — digo e vejo sua expressão mudar. — Tenho aulas, John.
Ele faz uma careta engraçada e eu rio.
— Vamos pelo menos almoçar juntos?
— E não é o que fazemos há mais de um mês? — questiono retoricamente. — Claro que vamos almoçar juntos.
— Bom. — Ele sorri. — Vou só terminar de rever um contrato e saímos de seguida.
— Certo. — Lembro do Blake dizendo sempre essa palavra e imediatamente chacoalho a cabeça para espantar.
Conversas e momentos que partilhamos têm passado pela minha cabeça ultimamente, mas logo de seguida a parte ruim do que vivemos retorna como um tapa na minha cara. Me pergunto se em algum momento essas lembranças vão evaporar, se só recordarei das partes boas e felizes.
Me lembro imediatamente dos bilhetes que até uma semana atrás ele me mandava, tenho que confessar que eu até gostava de ler o que ele escrevia. Talvez ele simplesmente tenha cansado de tudo e seguido em frente, não o censuraria se o fizesse.
E tem também Josh, sinto tantas saudades dele, mas o orgulho e a vergonha me impedem de ir até ele. O que eu diria? Talvez um pedido de desculpas primeiro, mas acho que não me sinto pronta para isso. Desde que nos aproximamos nunca ficamos tanto tempo sem nos falar e ele é uma das pessoas que estimo nessa vida.
