Quando imaginei mil coisas sobre como seria voltar para casa, uma delas era o fato de poder estar com o meu pai novamente matando as saudades, que eu teria toda a atenção dele no feriado, que sairíamos juntos pela cidade ou podíamos ficar em casa mesmo nos divertindo como antigamente.
Mas a realidade é totalmente diferente, em nenhuma das minhas imaginações aparecia Joshua, sua insolência, seus deboches e todo o seu conjunto desagradável. Não tenho um minuto de paz e silêncio, estou aqui há algumas horas, mas parece uma eternidade com Joshua me importunando.
— Não acredito que eu já tive um fraquinho por esse ser — murmuro irritada recolhendo os pertences do Joshua pelo meu quarto.
— O que você disse? — Ele surge sabe-se lá de onde pregando um susto em mim.
— Pelo amor de Deus Joshua! — digo pulando de susto. — Sai daqui, me deixa em paz.
— O que você disse? — Repete entrando no quarto e parando do meu lado. — Por quem você já teve um fraquinho?
— Por ninguém, agora você pode por gentileza sair daqui?
— Eu até sairia, mas sendo que me divirto quando você fica brava não faço nenhuma questão de sair. — Cruza os braços encostando-se na cómoda.
Reviro os olhos e continuo colocando no saco plástico as coisas dele. Quando termino entrego-o e ele me olha sem nenhuma intenção de pegar.
— Você pode levar e ir embora ou eu posso simplesmente jogar no lixo.
— Você não faria tal coisa.
— Não me desafie. — Arqueio a sobrancelha esquerda.
— Little bee, eu conheço você. — Se aproxima de mim. — Você é boa demais para fazer algo do tipo.
— Você acha?
— Tenho certeza.
Não gosto quando me colocam a prova dependendo da situação. Por exemplo agora, ele disse que não sou capaz de colocar no lixo as suas coisas e tratando-se dele eu vou ao meu limite em questão de segundos.
Por isso mesmo dou por mim girando os calcanhares e saindo do quarto, faço o caminho até a cozinha indo até ao recipiente de metal. Coloco o meu pé na pequena saliência que possui na lata abrindo-se de seguida a tampa.
— Droga. — Escuto os passos apressados de Joshua vindo a cozinha. — Não faça isso, little bee.
— Eu disse para você não me desafiar. — Retiro um dedo por um em volta do saco plástico.
— Ok ok, eu já percebi. Agora você pode por gentileza devolver as minhas coisas?
— Eu até devolveria, mas sendo que me divirto quando vejo você desesperado, não faço nenhuma questão de devolver. — Repito as mesmas palavras que ele disse para mim há pouco tempo e ergo a sobrancelha esquerda.
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Te Amar Como Ninguém
RomanceReese Smith é uma jovem simples e acanhada que vive em seu mundo fechado tendo a sua vida se cruzado com a do Sat Avery, um belo chef de cozinha habilidoso. A medida em que ela convive com Sat, seus pensamentos a conduzem até a lugares proibidos o...