Capítulo 25

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Abro os olhos devagar, estou em meu quarto na casa dos Bartholy.
Oh... ainda estou viva!
Levo a mão à cabeça que dói e tenho um curativo na testa.
Vejo o Nicolae encostado contra a janela, imediatamente fico agitada pois ele está me olhando.

__Agora que você acordou tome o remédio...

Ele não se aproxima apenas aponta pra um copo d'água e dois comprimido sobre o criado mudo.

__São um analgésico e um relaxante muscular, vai te fazer bem...

Acho sua atitude estranha e não sei como reagir.
Estou desconfiada e por isso não faço o que diz.

__Aurora, por favor! Você não acha que se alguém daqui quisesse te fazer mal já não teria feito? Pense!

__Não se vocês tiverem me guardando pra mais tarde...

Digo e me ajeito na cama.
Nicolae franze a testa incrédulo como se o quê digo fosse a coisa mais absurda que ele já ouviu.

__Você caiu e abriu a testa, eu estanquei seu sangramento e fiz um  curativo, se eu fosse o animal que você está pensando você não estaria falando comigo agora.

Bem... ele realmente cuidou do meu machucado.
Mas sei lá, e se ele estiver me enganando?

__Ninguém aqui pretende te devorar e nós não bebemos sangue humano...

__Só que eu não quero ficar.

Falo baixo mas falo.
Nicolae me olha como se eu fosse uma cabeça dura.

__Você estava sangrando na minha frente e você está aqui! Não te aconteceu nada e você não tem como negar isso! Não somos os monstros que você pensa que somos!

Realmente não me aconteceu nada mas é complicado...
Eles são vampiros!

__Sim mas...

Suspiro.

__E se eu sangrasse na frente dos outros?

__Não aconteceria nada, apenas se você sangrasse na frente do Drogo é que você teria que sair o mais rápido possível de perto dele porque ele age por impulso.

Que ótimo!

__Então você admite que eu corro perigo com o Drogo?

Nicolae se aproxima da cama sob o meu olhar mas dessa vez eu não reajo mal.

__Drogo pode ter dificuldade em se controlar mas ele não tem intenção alguma em te machucar, acredite em mim!

Ele está tão melancólico...

__Nós não somos monstros... só somos diferentes das outras pessoas.

Olho pra ele me sentindo mal.
Talvez eu tenha sido injusta, tenha me deixado levar pelo pavor que a Sara sente deles.
Não devo esquecer que ainda estou aqui, inteira e viva.

__Desculpa... eu tive medo... eu...

Não termino a frase e choro de arrependimento.

__Você quase se matou Aurora, você foi a única que pôs sua vida em risco.

Tudo bem mas quem por extinto não teria tentado fugir?

__Por favor não chore e tome o remédio, vai te fazer bem...

Diz Nicolae com carinho e eu sorrio pra ele pegando o remédio e tomando.
Talvez eu tenha sido muito injusta com ele.
Respiro fundo e enxugo minhas lágrimas.

__Você sabe que eu não posso mais ficar aqui...

__Muito pelo contrário, eu acho que você deve ficar, até porque você também é diferente...

Drogo Bartholy - Um amor impossívelOnde histórias criam vida. Descubra agora