Cap 5- 𝐎 𝐈𝐧𝐟𝐞𝐫𝐧𝐨 𝐂𝐨𝐦𝐞𝐜̧𝐚 𝐀𝐪𝐮𝐢

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Consegue pensar na probabilidade de um dia você estar em 2022 e no outro em 1725? Será que eu usei alguma droga antes de dormir e estou chapada no sonho?

O que significa "você tem uma missão para ser feita aqui" ficar louca com meus pensamentos que estão me comendo viva conta?

Eu tenho que achar um jeito de voltar, mesmo que isso signifique nunca mais ver a face do homem extremamente atraente, será que foi por isso minha fixação por vampiros após vê-lo em meus sonhos?

Esses pensamentos não saem da minha cabeça! Não me permitem dormir e por um fio de esperança que há em mim voltar a minha antiga vida, a minha vida normal!

Estava sentada em minha janela, admirando a noite de luar que havia ali, todos evitavam colocar suas faces para fora de suas caras a esse horário, mas se algo me matasse acho que seria lucro.

O vento frio soprava sob meu rosto fazendo meus cabelos balançarem e minha pele arrepiar, consigo notar a diferença do ar comparado ao do tempo que vim e pra falar a verdade não se compara.

Nunca gostei tanto de respirar em toda minha vida.

— Não devias ficar exposta assim, bela moça!— escuto uma voz masculina dizer e olho para baixo.

Um homem com roupas escuras com seu cavalo branco passavam a tal hora da madrugada.

— Tenho que te dizer o mesmo— respondo.

— Acredite bela dama, sua beleza acabará se tornando um imã para eles.

— Estou em dúvida, agradeço ou choro?— o homem ri.

— Fale para Morgana que mandei lembranças, tenha uma ótima noite!

— Igualmente!— digo e ele volta a andar com seu cavalo em seu destino.

Olho para o céu que estava totalmente negro e com algumas estrelas que brilhavam levemente, sinto uma lágrima solitária escorrer sob meu rosto.

Continuo a olhar para aquela imensidão escura, que dava para contar nos dedos quantas luzes de velas ou algo do tipo estavam acessas, quase nenhuma.

— Se sente vulnerável, minha criança?— uma voz feminina diz, o som vinha de dentro do quarto.

Me assusto e pego a vela que havia em meu lado e tento iluminar o máximo que conseguia o ambiente.

— Não devias se sentir de tal forma, você foi a escolhida!— vejo uma mulher com vestido preto com cabelos lisos e negros como a noite e pálida como um difunto.

— Como entrou?— pergunto assustada segurando uma lâmina que Morgana havia me entregado.

— Chase Hudson, eu que trouxe a esse mundo querida! O mundo que realmente era praz te ter nascido, sabias que em você há algo único?

— Maldita!— esbravejo e ela sorri.

— Obrigada pelo elogio, pequena normam! Sabes que seu futuro é inusitado e sem sentido algum?

Não a respondo, só a deixo falar cada vez mais.

— Única coisa que enfraqueceu Chase, foi você! Devias ver como ele ficou quando soube que Deus havia separado a linha do destino de vocês, foi triste! Mas Hudson nunca aceitou um não e nunca aceitará, se prepare pequena humana, o caminho do inferno começa aqui.

Ela se levanta e vem em minha direção dando um sorriso largo, mostrando seus dentes afiados e brancos, seus olhos eram de cor não humana.

— Demônios existem, Boneca! E se acostumem com eles!— ela diz e pega minha mão com força e passa uma mini faca afiada na palma da minha mão, fazendo sangrar.

A mesma é rápida, assim que a gota de sangue sai de minha mão ela tira um pequeno vidro e posiciona para que o sangue caia dentro. Puxo minha mão com dor e a empurro.

— Que merda você tem na cabeça?— pergunto pressionando minha mão ferida.

— O linguajar de vocês é tão... exótico!— ela diz e guarda o vidro— Nos vemos em breve!

Ela caminha até a janela e pula da mesma, corro em direção para ver se a mulher havia caído mas ela havia sumido.

— Estou ficando doida, estou ficando doida, estou ficando doida!— repito várias vezes para mim mesma enquanto passava as mãos sob meus cabelos— Aí!— sinto a dor de meus fios entrarem em contato com o corte.

— Eu tenho que sair daqui!— me deixo na cama e fecho meus olhos com toda força em uma tentativa falha de dormir e acordar em minha casa.

Sinto lágrimas quentes escorrerem sob meu rosto e minha mente confusa ficar mais confusa ainda, se caso seria possível.

— Dorme, dorme, por favor dorme!— repito para mim mesmo enquanto me ajeitava não posição que mais gostava de dormir.

Puxava os grandes lençóis para cisma do meu corpo tentando ficar o mais confortável possível.

— Eu preciso dormir!— digo com uma voz abafada pelo choro.

[...]

Mais uma noite passada em claro, duas noites sem ao menos pregar os olhos por míseros cinco minutos, minhas olheiras estavam claramente evidentes e minha canseira também.

Mesmo assim quando o dia se mostrou no céu me levantei e fiz todos os afazeres da casa, Morgana está sendo gentil me deixando ficar aqui e quero agradecer o máximo que posso por isso.

— Querida não precisava ter feito tudo isso!— ela diz assim que vê a casa brilhando.

— Imagina, não conseguir dormir e aproveitei pra adiantar as coisas.

— Notei que não está dormindo, algo te incomoda? A cama ou o quarto? Ou qualquer coisa coisa?

— Jamais, está tudo perfeito e agradeço por sua hospitalidade! Só não consigo dormir mesmo.

— Nosso cérebro é a única coisa que pode acabar com a gente, não pense demais!

— Irei tentar!— sorrio fraco— Um homem de cavalo branco passou ontem na rua e te mandou lembranças.

— Estava na rua?— ela pergunta preocupada.

— Ah não, estava na janela admirando a noite— vejo sua expressão mudar para uma mais tranquila.

— Só peço que tome cuidado as madrugadas! O que aconteceu com sua mão?

Ela olha para a mesma que estava enfaixada com um pedaço de pano.

— Me cortei lavando uma faca afiada— minto.

— Quer que eu dê uma olhadinha?

— Não precisa, obrigada!— agradeço e sorrimos.

— Irei para o ateliê, caso algo aconteça sabe onde me encontrar!— aceno positivamente com a cabeça e ela sai da casa.

Estou sozinha, novamente.

Os pássaros cantarolavam alegremente ao sol de cor opaca que fazia naquele dia, observava meu reflexo no espelho, nunca estive tão feia em minha vida toda.

Olheiras aparentes, meu rosto estava até mais fino, creio que havia perdido alguns quilos de tanta tristeza que habitava em meu coração.

Encho a banheira de água, tiro minha roupa e entro na mesma, focando somente em relaxar e nada mais, eu sei o quanto preciso disso.

Sentia a água em minha pele, jogo minha cabeça para trás e respiro fundo, o máximo que consigo e passo a mão sob meus ombros cansados.

Me deito na banheira deixando meu corpo submerso debaixo d'água, fico ali o máximo que consigo até sentir a falta de ar em meus pulmões.

Me levanto e passo a mão sob meus cabelos encharcados de água e fecho meus olhos, fico assim por alguns minutos.

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obrigada por todos os elogios e pelos 400 leitores, vocês são demais<33

𝐄𝐦 𝟏𝟕𝟐𝟓, 𝗖𝗵𝗮𝘀𝗲 𝗛𝘂𝗱𝘀𝗼𝗻Onde histórias criam vida. Descubra agora