Abro meus olhos, mas para minha surpresa a única coisa que eu consigo enxergar era a escuridão, coço meus olhos me certificando para ver se não passava de um sonho ou algo do tipo, me surpreendo quando sinto meu corpo em uma coisa minúscula, restringindo meus movimentos.
De imediato começo a me debater, me debato sem parar naquele minúsculo lugar que estava me dando agonia, vejo que era feito de madeira mas não importava o quanto eu batesse eu não conseguia tirar ou quebrar aquilo.
— Socorro!— grito e a única coisa que tenho como resposta é o silêncio sem fim, respiro fundo e começo a sentir meu corpo suar— SOCORRO!— grito com mais intensidade— ALGUÉM ME AJUDA!
Não importava o quanto eu gritasse ou tentasse sair dali, todas minhas tentativas eram um verdadeiro fracasso, sinto meu ar começar a falar pelo pequeno ambiente, um desespero maior aparece em meu peito e eu começo a me debater mais ainda, sentia as farpas da madeira entrarem em minha pele frágil, mas eu não ligava, só queria sair dali o mais rápido possível, antes de não conseguir respirar mais.
E de repente a tampa se abre, eu consigo respirar ar puro e novo, meu corpo agradece por isso, com a visão meio turva sinto mãos me puxarem de dentro onde estava, era fundo.
Minha visão se firma e a primeira coisa que enxergo era o grande vestido vermelho sangue que eu vestia, ele era rodado e extremante lindo, eu tinha lembranças dele.
Olho em minha volta e vejo Vinnie e Jaden, respirando ofegantes e cansados, suas roupas estavam desgastadas e sujas, como as de quando fui para 1725.
Vejo que eu havia sido tirada de uma cova, com sete palmos de profundidade, uma lápide estava ali, coço meus olhos e me aproximo dela.
Nos apaixonar é dar o primeiro passo para estragar tudo. Aqui habita em sono eterno Maggie Day, a única mulher que amei!
Não havia data de nascimento mas havia de morte, 07/09/1725.
Como eu estou aqui se morri quando vim? Meu corpo estava dentro daquela cova e de certa forma está intacto, não há vestígios de decomposição, era como se eu estivesse dormindo pelo tempo que nem sei ao certo qual é.
— Bem vinda de volta! Tudo bem?— Vinnie diz se abaixando ao meu lado.
— Sim!
— Conseguimos! Voltamos para o passado e agora estamos em 1733!— afirma ele com um sorriso fraco em seu rosto.
Sorrio como resposta e Jaden se aproxima.
— O resto do pessoal esta nos esperando, precisamos ir!— ele diz em um tom calmo.
Vinnie me ajuda a levantar do chão e eu os sigo, vejo que havia sido enterrada em frente a mansão que Chase morava, aparentemente não havia ninguém, com sua aparência inabitável há alguns anos, mas tudo aqui parece velho demais, nunca se sabe.
Tentava me acostumar com o vestido que atrapalhava meu andar, estava meio tonta e tentando raciocinar tudo que havia acontecido e onde eu realmente estava.
Os sigo para os fundos da casa, em uns setenta metros havia uma pequena e antiga capela, após longos passos chegamos, Jaden abre a grande e velha porta aparentemente bem pesada, entramos e vejo Nessa e meu irmão sentados em um sofá, assim que me vê abre um grande sorriso.
Meu irmão caminha rápido até mim e me abraça fortemente, eu retribui-o e sorrimos entre si, mas ainda faltava algumas pessoas que eram para estar aqui.
O lugar estava repleto de teias de aranha, os bancos estavam empoeirados e havia uma grande cruz de prata pendurada na parede, que com certeza valia muito dinheiro.
A igreja parecia ser feita especialmente para o povo da casa principal, continuava a esbanjar riqueza mesmo depois de aparentemente anos de abandono, me pergunto se esse lugar foi feito antes de o tio de Chase se tornar um vampiro, quem sabe ele não era um homem que acreditava em Deus antes de renunciar sua alma ao diabo.
Em minha opinião se você crê no bem tem que crer no mal, os dois andam lado a lado, esperando ansiosamente a nossa escolha a qual caminho iremos seguir.
— Cadê os outros?— pergunto curiosa.
— Parece que não era só você que estava enterrada!— Bryce diz adentrando o cômodo, carregando em suas mãos uma pá, Addison estava atrás dele, meio desnorteada.
— Você está exatamente igual ao dia que morreu— ela diz com a boca aberta, me analisando cuidadosamente.
— Acho que isso é um elogio— digo e rimos— Onde está Chase e Timothée?
— Eu não sei, eles foram os primeiros a chegarem e quando chegamos aqui achamos esse bilhete na mesa— Jaden diz me entregando um pequeno papel.
Precisávamos resolver algumas coisas, antes da noite pairar sob o céu estaremos de volta, cuidado e não sejam vistos!
A letra era de Chase, suspiro e entrego o papel novamente para Jaden, olho a minha volta e olho chique e velho piano que havia ali, lembranças me vem e meus olhos lagrimejam.
Eu conseguia enxergar o pequeno Sebastian tocando com maestria o piano, mesmo com pouca idade o garoto dava um show, não vou mentir, me apeguei a uma criança que vi morrer diversas vezes em minhas visões, aquele doce menino que me chamava de mamãe.
— Isso tudo é bizarro!— Bryce diz olhando as velas queimadas há anos e anos, as imagens de pessoas no pequeno altar que havia ali, e eu concordava com ele, era extremamente tudo bizarro mas também extremamente fascinante.
— Há quantos anos existe essa igreja?— Nessa pergunta.
— Acho que há uns cem e poucos anos— Addison a responde.
— Rae?— chamo sua atenção e ela mesma me olha— Bryce disse que eu não era a única enterrada, você morreu?
Ela respira fundo, relaxa seus ombros e me olha, como se se preparasse para me contar algo.
— Depois que você foi embora os vampiros continuaram brigando por mais três anos, a desgraça caiu sob essa pequena cidade, Drácula não media esforços e trazia vampiros e mais vampiros sem parar.
— Aquele dia conseguimos nos safar, te enterramos e Chase se amargurou e até o dia de minha morte ele foi o homem mais cruel que conheci, sua morte o amargou.
— Eu não me transformei em vampira, continuei a ajudar Chase e agora também Timmy, abri meus olhos e cabeça e vi que não valia a pena fazer magias ruins, como eu fazia de costume. Eu decidi mudar, Lisa foi uma das minhas aprendizes, a mostrei a magia boa e verdadeira, a tornei uma verdadeira bruxa, mas minha conta chegou e eu morri da pior maneira possível.
Ela da uma pausa, era como se ela se lembrasse da decorrência dos fatos e os lembrasse antes de voltar a falar.
— O mal em pessoa veio me buscar!— ela continua— Me amaldiçoou a viver para sempre, com vidas diferentes, mas reencarnar até quando a Terra deixar de existir!
— Uau— Bryce diz e ela a olha— Quer dizer, que merda, não é?— ele ri sem graça.
♰
e eles voltaram, quem diria hein?
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𝐄𝐦 𝟏𝟕𝟐𝟓, 𝗖𝗵𝗮𝘀𝗲 𝗛𝘂𝗱𝘀𝗼𝗻
FanfictionUm dia misteriosamente, Maggie acorda em um ano desconhecido, em uma realidade desconhecida, 1725. O homem cujo vê em seus sonhos está bem ali. Seria realmente difícil acreditar que vampiros existem, sendo um deles o que diz ser o amor de sua vida.