Cap 33- 𝐂𝐨𝐧𝐬𝐞𝐪𝐮𝐞̂𝐧𝐜𝐢𝐚𝐬

1.1K 106 25
                                    

Batia meu dedo freneticamente no braço da poltrona, a tensão estava me matando ao ver o médico folheando o resultado dos meus exames.

Ele arruma seu óculos de grau em sua face e olha com atenção para a folha e vira para uma nova folha. Logo ele fecha a ficha e me olha.

— Fizemos todos os exames possíveis, não há nada que mostre o que causa sua dor, Senhorita, Maggie! Sendo assim, não conseguimos diagnostica-lá— o médico diz e eu forço um pequeno sorriso.

Passo a mão sob meus cabelos e respiro fundo, ele me entrega os papéis e eu os olho brevemente.

— Já viu algum caso parecido?— pergunto.

— Em vinte anos de carreira nunca vi algo algo assim, principalmente em uma pessoa tão jovem, isso acontece com pessoas mais idosas, com mais ou menos sessenta anos, mas conseguimos diagnosticar.

— Pode me passar algum remédio que possa diminuir um pouco a dor?— pergunto.

– Posso, mas esse remédio é forte e pode causar alguns efeitos em sua rotina e vida profissional!— ele arruma seu óculos e respira fundo, tira uma caneta de seu jaleco e começa escrever em cima de uma receita médica.

— Quais efeitos?

— Sono excessivo, uma pequena falha em sua memória e sua atenção será reduzida— ele me entrega o papel.

Nem parece que há alguns meses atrás havia vindo ao hospital para exames de rotina e estava com minha saúde intacta, não entendo o porque de tudo isso.

— Você pode vir ao hospital pelo menos uma vez há cada duas semanas? Assim podemos fazer novos exames e quem sabe diagnosticar o seu problema.

— Tudo bem.

Troco mais algumas palavras com o médico e saio do consultório em direção ao meu carro, pego minhas chaves e o abro, jogo minha bolsa no banco do passageiro e deito minha cabeça sob o volante.

— Por que tudo isso tá acontecendo?— pergunto para mim mesma em um tom de sussurro, sinto lágrimas quentes descerem sob minha bochecha.

Levanto minha cabeça e a jogo para trás, encostando no banco, me permito chorar, chorar por não saber o que está acontecendo com o meu corpo que me tortura com frequência, o medo de não estar aqui mais amanhã me assusta.

Mesmo que o médico não tenha dito nada sobre morte, eu sei que há riscos, escuto meu celular tocar dentro de minha bolsa, seco as lágrimas e a abro a procura do aparelho. Vejo que era Vinnie ligando e o atendo.

— Você viu que tá tendo promoção de doca naquela loja que a gente ama?— ele pergunta e eu rio fraco.

— Não vi.

— Poderíamos ir lá, comprar vários doces e comer como se fôssemos morrer, o que acha?

— Ah— faço uma pausa e tento disfarçar a voz de choro— Eu acho ótimo, quando está planejando?

— Amanhã, o que acha?

— Certo, eu tô livre, vê um horário e depois me liga!

— Ok, boa noite, idiota!

— Boa noite, fedido!— rimos e ele desliga.

Coloco o celular no banco ao meu lado e respiro fundo, como irei pagar tudo que eu fizer no médico? Exames e mais exames, não terei dinheiro pra bancar tudo isso com frequência.

Dou um soco no volante para tentar me desestressar e tentar me deixar menos desesperada, como pensava, não funcionou.

— Que caralho!— esbravejo e ligo o carro, decido que passaria em um mercado ou algo do tipo, para comprar algo pra comer.

𝐄𝐦 𝟏𝟕𝟐𝟓, 𝗖𝗵𝗮𝘀𝗲 𝗛𝘂𝗱𝘀𝗼𝗻Onde histórias criam vida. Descubra agora