Cap 42- 𝐌𝐢𝐧𝐡𝐚 𝐌𝐚𝐥𝐝𝐢𝐜̧𝐚̃𝐨

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Pela primeira vez em séculos, estou verdadeiramente arrependido de meus atos, maldito momento em que eu comecei a amar Maggie Day!

Maldito momento em que dei espaço para um sentimento que seria impossível desfrutar por alguém, principalmente sendo eu, um cadáver sem apodrecer, condenado a viver para sempre!

Tive que quase matá-la para perceber, Maggie Day é minha maldição, e eu sou a dela! Não me arrependo de amá-la, mas sim de matá-la a cada dia que se passou tendo minha companhia ao seu lado, eu me arrependo de ter entrado em sua vida e ter acabado com ela.

Uma moça jovem, mais bonita que as maçãs mais vermelhas na árvore, a joia mais rara que alguém poderia encontrar, ou ter a sorte de ser encontrado por ela.

Encaro Timothée e sua face era de fúria, todos ali em volta me olhavam como se quisessem me matar, e eu sei que queriam.

— Podemos se socar até amanhã se você quiser— digo— Mas no momento tenho prioridades maiores!

Encaro o corpo de Maggie que de olhos fechados sussurrava coisas que não haviam sentido algum. Suspiro e me aproximo, assim que chego perto o bastante ela levanta sua cabeça e olhando fundo de meus olhos, o brilho que existia em seus olhos castanhos não existia mais.

— Gostou do que aquela bruxa te mostrou?— ela pergunta, mas sabia que não era ela em si, mas outra coisa nada boa— Ela está há três dias tendo a visão do Sebastian morrendo.

— Sebastian?— pergunto confuso.

— O filho de vocês!— afirma— Claro que adotado, já que vocês dois estão mortos!

— Nós dois mortos?

— No sonho dela sim, é tão bom vela sofrendo por algo que nunca teve, é tão bom vela definhando há cada segundo que se passa.

Encaro Addison, ela estava roendo suas unhas de ansiedade e preocupação.

— Chega de enrolação!— digo e dou um soco no rosto de Maggie, com a intensidade do meu golpe desmaia.

Vejo todos fazerem um 0 com a boca, surpresos com meu ato, quando menos espero os quatro homens veem em minha direção, cegos de raiva.

Eu me ergo e seguro o punho do irmão de Maggie que estava vindo em minha direção, Timothée segura os outros três homens.

— Iriam pedir pro demônio dormir?— pergunto— Ele ainda está ligado ao corpo dela, eu ainda consigo apagá-lo, mas se decidirem ficar querendo brincar de lutinha comigo não conseguirei fazer nada!

— Ele tem razão!— Addison anuncia, de alguma forma eles confiavam mais nela do que em mim, por motivos óbvios.

Olho novamente para Maggie, ela estava com seu nariz sangrando e isso aumenta minha irá, minha vontade de mutilar cada pedacinho da minha casca oca, meu corpo.

Haviam uns gases e pano em cima da mesa, caminho até lá e pego um pano e o molho no pote com água que também estavam ali.

Caminho até seu corpo inconsciente e levanto delicadamente seu rosto para cima, limpo o sangue que escorria de seu nariz.

Addison diz que era para todos sairem dali, mesmo eu não merecendo ficar perto de Maggie ela precisava disso, e que se eles realmente a amassem era para nós deixarmos a sós, todos saem, meio relutantes mas saem.

— Oi— digo receoso— Eu nem sei que você consegue me escutar, e isso é tão patético— rio e nego com a cabeça— Mas sabe, todos os momentos que eu tive ao seu lado me fizeram querer morrer!

— Querendo morrer porque eu simplesmente não consigo imaginar um mundo onde você não existe!— continuo— A única coisa que queria poder fazer é morrer primeiro, sei que mesmo que eu morresse não nos encontraríamos no outro lado, a minha alma está corrompida a séculos e você é só um anjo.

— Você precisa acordar! Sei que nunca fui de pedir nada a você, nunca te pedi nada na verdade, mas agora quero te fazer um pedido, por favor volta pra mim!

Depósito um selinho em seus lábios frios, pego suas mãos e as entrelaço com as minhas, tento me concentrar o máximo que consigo e fecho meus olhos e colo nossas testas.

Fico longos minutos ali tentando achar um fiasco de sentimento possível, mas nada, era como se eu estivesse sozinho naquela sala, como se não ouve-se alguém ali comigo, e eu temo mais do que nunca tela perdido para sempre. Checo seu pulso e seu pescoço, ela ainda estava aqui, fraca mas ainda estava aqui.

Sinto o desespero tomar conta do meu corpo, como se eu queimasse de dentro para fora, desamarro Maggie e a deito em meu colo, sinto lágrimas descerem sob meu rosto, lágrimas quentes e cheias de dor.

— Você não tem direito!— digo— Não tem o direito de me deixar, eu não autorizo isso acontecer, jamais!— abraço seu corpo.

Me sinto observado, seco minhas lágrimas e olho para porta e Addison estava escorada na mesma, ela caminha em minha direção e se abaixa, ficando na mesma altura.

— Preciso que você a segure firme, não deixe de falar um segundo com ela, ok?— ela pergunta— Ela ainda está aí dentro, Chase!

Passo meus braços longos em volta de seu corpo frágil e o seguro como se fosse quebrar, Addison começa a sussurrar coisas que eu não entendia, em sua mão havia um objeto que não enxerguei com clareza.

— Eu te amo tanto!— digo para Maggie— Sabe aquele dia em que você estava analisando minhas tatuagens e disse que havia ficado com vontade de fazer uma? Assim que você acordar eu irei pagar uma pra você, com o melhor profissional, porque é isso que você merece, o melhor!

[...]

Eu não sabia há quanto tempo estávamos ali, em nenhum momento Addison parou com o que estava fazendo, Timothée segurava o pessoal fora da casa de alguma forma, eu continuava segurando o corpo quase sem vida da minha garota, minha mulher!

Addison abre os olhos, sua face não era feliz, minha esperança se subtrai e eu a encaro, seus olhos enchem de lágrima e não demora muito para elas escorrerem pelo seu rosto.

— Não!— digo.

— Eu tentei, eu juro que tentei mas não consegui trazê-la de volta!— ela diz sufocada pelo choro e o nó em sua garganta.

— Não!— repito e ajeito Maggie em meus braços, checo seu pulso e dessa vez não havia nada, nenhum sinal que ela estava aqui.

— Você não tem esse direito, Maggie Day! Eu tive por anos e anos o controle da situação, eu não vou perder isso, eu não vou perder você! Continua, Addison!

Ela me olha com dó e sem reação, ela só se senta de vez no chão e chora sem parar.

— Ainda tenho esperanças, Rae! Por favor!

Ela respira fundo e tenta ao máximo se recompor, se aproxima de Day novamente e começa a repetir as palavras.

— Eu quero me casar com você! Eu abriria mão da imortalidade só para poder morrer ao seu lado!— digo.

Após longos e intermináveis segundos sinto algo estranho, algo se mexendo por perto, demoro para perceber que os dedos de Maggie se movem contra minha pele, sua mão estava descansando em cima da minha.

Seu peito volta a mexer, deixando em evidência que ela ainda respirava, Addison chega o seu pulso e sorri, ela volta ao seu posto e começa novamente com o que estava fazendo há minutos atrás.

morreu e voltou, esses dois não tem um pingo de paz kkkk

𝐄𝐦 𝟏𝟕𝟐𝟓, 𝗖𝗵𝗮𝘀𝗲 𝗛𝘂𝗱𝘀𝗼𝗻Onde histórias criam vida. Descubra agora