CAPÍTULO 4

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O ENCONTRO

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O ENCONTRO

KEYLA 

A quem eu queria enganar? Precisava de um socorro urgente. Ou ao menos, um colo para chorar. E o ruivo ao meu lado com a mão estendida me oferecia esse socorro. Não estava certa de quanto ele conseguiria o fazer, mas pelo menos estava tentando. Ao contrário dos socorristas desta madrugada que o único objetivo que traçaram era me tirar das ferragens retorcidas do que um dia foi o meu adorado carro. 

Eu até tentei explicar à eles que aquele psicopata ao meu lado era o meu maior pesadelo. Era dele que precisavam me socorrer. Um homem cruel e possessivo que andava me machucando dia após dia. Que me torturava física e psicologicamente e me exibia como se fosse propriedade sua a sociedade machista ao qual frequentava. Que havia deixado bem claro, que se não fizesse o que queria, uma lápide seria minha futura morada. 

Por isso, implorei que me deixassem fugir assim que  liberaram minha perna do metal que a prendia. Mas, eles pediam calma. Diziam que tudo iria ficar bem. Bem? Desde quando voltar aquela rotina infernal era o mesmo que ficar bem? E quando comecei a ficar agitada, incontrolável e acabei acertando um soco na cara de um dos bombeiros, tentando buscar minha almejada liberdade...

Eles me sedaram, dizendo que tudo que estava fazendo era culpa do álcool que ingeri.

Idiotas! Teria que tomar baldes de álcool para que ele fosse culpado por minha resistência a ir ao hospital. O que estava tendo, era uma crise de pânico pela possibilidade de encontrar o meu sogro tão cruel ou mais que o filho e os capangas dele ali naquele recinto. Por sorte, até agora nem sinal deles. Tinham me esquecido? Não foram avisados? Será que Roger tinha realmente morrido e não tinha mais serventia na vida deles? Preferi não ficar esperando pra saber a resposta.

Levei a mão ao rosto machucado e tentei esconder a violência do ato do meu noivo que dizia me amar de todo o seu coração. Aquilo era amor? Precisava ter meu corpo todo marcado por violência sua para mostrar o tamanho do amor que sentia por mim? Não. Quem ama respeita.  Quem ama cuida. E tinha certeza, Roger não demonstrava nem saber o que era ter o mínimo de cuidado com uma pessoa que se ama. 

Sentia sim, um enorme desejo que aquele ruivo ao meu lado fosse um plantonista que pudesse ir até a UTI e desligasse aqueles malditos aparelhos que o faziam respirar. Que desse um final bem merecido aquele babaca. Eutanásia seria pouco! Talvez, asfixiado por um travesseiro fosse uma opção melhor. Morte lenta e dolorosa! Mas, era como pedir que alguém matasse em meu lugar. E se não era uma assassina, por que mandaria alguém para torna-se um?

__ Keyla... __ Me senti tentada a dizer meu verdadeiro por uns segundos. Mas, preferi meu pseudônimo.

__ Então, Keyla... O que houve?

__ Foi um acidente de carro... __ Comecei manso tentando esconder as lágrimas que teimam em descer pela minha face sem controle.  Recusei a sua mão estendida.

No Limite Da AdrenalinaOnde histórias criam vida. Descubra agora