capítulo 16

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A corrida...

Samuel

Quando eu sentei no lugar da Keyla, praticamente quis esganar aquela mulher. O que ela tinha na cabeça? Eu não sei pilotar. Virar prêmio? Como assim? Eu iria ter que dormir com quem ganhasse? Por quanto tempo? E se fosse o babaca do tal Japa? E pior ainda, como arranjar o dinheiro que ela insinuou que traziamos no porta malas?

- Arranque devagar e não deixe o carro morrer... Acelera assim que ele se mexer do lugar e mantém firme as mãos no volante e o olhar na estrada... Esquece teus medos e te liberta de tudo que te prende... - A voz dela quebrou meus pensamentos. Vi de relance quando se benzeu. E sabia que isso não era um bom sinal.

--- A gente vai morrer...--- sorri nervoso com aquela garota ali na frente ensaiando uma dança sensual.

- Sabe a sua arma? Esse carro agora é ela! A única diferença é que ele é a bala que você vai ter que guiar de volta pra cá! - respirei fundo. Sinto o peito doer com a ansiedade que se forma nele. Ainda mais pela comparação feita. Nem sempre é possível manter a trajetória de uma bala.

A garota levantou o lenço acima da cabeça. Jogou o quadril para esquerda e percebi que era o ritmo dele que se daria a contagem. Era ali que se defina uma vitória. Errar a largada, era perder a corrida. Tentei engulir o medo e antever os movimentos dela.

Um balançar...

Essa contagem parecia ter se incorporado à minha vida...

Dois balançar...

As minhas mãos apertaram mais firmes ao volante...

Terceiro balançar...

Surpreendendo a todos, estava certo. Era o famoso um, dois, três...

Fiz o carro cantar pneu jogando areia nos retardatários assim que ela agitou o lenço sobre a cabeça. Um sorriso brotou nos lábios da loura orgulhosa. Havia reparado em seus movimentos nas arrancadas nas fugas e agora os repetia...

Entrei praticamente num cavalo de pau na rodovia. O coração disparado e o medo abraçado ao meu corpo como uma serpente que me apertava de forma claustrofóbica. Nunca tinha feito tal façanha e estava seguindo as ordens da loura como seguia o passo a passo das receitas culinárias que fazia nos tempos livres por meio do YouTube. E tinha medo que como elas, acabassem em puro desastre.

A poeira nos seguiu como uma cortina cobrindo os retardatários e atrapalhando a visão de quem vinha atrás de nós para a entrada na rodovia. Eu tinha um campo de visão limpo. Controle para não provocar nenhum acidente. Enquanto os outros três carros entraram quase às cegas para conseguirem nos acompanhar.

Só que isso, não era garantia de segurança. Nem de vitória. O carro era uma fera e não me sentia seguro em dominá-la. Quanto mais acelerava, mais meu coração queria fugir pela boca e se esconder em algum lugar seguro ali dentro. Ele era um covarde e eu um menino que achava que estava brincando de carrinho numa pista de verdade.

No Limite Da AdrenalinaOnde histórias criam vida. Descubra agora