Capítulo 20

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SAMUEL

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SAMUEL...

Cada solavanco do carro era um ponto novo de dor que surgia no meu corpo. A escuridão ali dentro, dificultava saber como lince estava. Qual o grau dos seus ferimentos e limitava a minha ajuda. Quando acordei, a cabeça parecia que iria explodir. E pelo aperto do lugar, não conseguia me mexer. Não sabia a quanto tempo estavamos rodando, qual a direção que tomaram e qual seria o meu destino final. Na verdade, desconfiava que não seria uma morte repentina. Com certeza, haveria uma tortura me esperando em algum lugar onde escondiam-se aqueles vermes. Se fosse para nos matar de forma rápida, teriam feito o trabalho no apartamento de Lince ou poucos quilômetros depois.

Quando o solavanco da lombada me fez acordar, jogando o corpo dela em cima do meu, pensei que se tivesse morrido naquele apartamento, seria menos doloroso. Lince se aproximou do meu peito, aconchegou-se nele tremendo e chorava baixinho. Podia sentir ela proferir uma prece silenciosa junto às suas lágrimas. Ela sabia que eram suas últimas horas. E naquele estado deplorável que me encontrava, nada poderia fazer para defender a pequena.

O meu sangue ensopando o plástico que puseram ali, logo abaixo do rosto, grudando em minha pele, denunciava isso. Mesmo assim, tentei pelo menos apaziguar um pouco do seu medo a trazendo mais próximo de mim e beijando sua testa de leve enquanto tentava achar a inexistente luz do fim do túnel para uma fuga.

Tentei soltar as mãos dela inutilmente. As minhas na base de fracassadas dentadas. Tentei socar a tampa do porta malas na esperança que alguém de fora ouvisse. Tentamos gritar quando conseguir tirar a mordaça dela. Não era momento para se ter orgulho ou vaidade, qualquer probabilidade de gerar uma fuga era bem vinda.

Mas, tinha sangue coagulado na minha garganta impedindo a voz de sair numa altura favorável. Aquilo me assustava. Denunciava que estava muito ferido por dentro. A tosse que se fazia presente quase me engasgando com meu próprio fluido, fazia Lince ficar ainda mais desesperada. Eu era a única esperança dela sair viva dessa enrascada. E se não conseguia nem sequer falar...

De repente o carro parou de forma brusca. Ouviumos os gritos de protesto da loura abafados pelo o aço que era a nossa prisão. Demorou um certo tempo até que a claridade da madrugada fosse revelada quando abriram a tampa do porta malas. Ver estrelas, nunca foi tão triste como agora nessa situação que nos encontrávamos. E a cara daqueles trogloditas não era nenhuma visão bem vinda...

Lince podia gritar. E assim o fez quando a pegaram pelos cabelos e a tiraram de lá como se fosse uma boneca. Ela tentou se agarrar ao carro, rasgar cara deles com suas unhas, mas tudo parecia inútil e divertido para aqueles bandidos. O corpo dela estava todo ensanguentado. Mas, era o meu sangue que a cobria.

Por fim, ela desistiu de lutar, a esperança tinha se esvaído de dentro de si como o sangue parecia estar fazendo o mesmo comigo. Deixou que as lágrimas fizessem seus protestos em silêncio.

Fui o próximo. E não tive vergonha de chutar de qualquer jeito quem me puxou de lá de dentro. Usei de mordidas nos braços de quem tentava me segurar e em um momento de distração dos capangas até acertei uma cabeçada em um deles. Precisou de uns quatro capangas e mais uma surra para me dominar por completo.

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