DESAPEGANDO
SAMUEL
O elevador não me traz as melhores lembranças. E com certeza, a loura ao meu lado deve ter essa mesma impressão pela cara de apreensão que faz. Mesmo assim, em um gesto de solidariedade eu entrelacei a minha mão na dela apertando com força em sinal de solidariedade. Quem nos visse agora, teria a impressão que éramos um jovem casal apaixonado. E não éramos? tudo o que vivenciamos até aqui, apesar de ser uma grande loucura não simbolizava isso? Se isso não era paixão, desconhecia o significado dessa palavra.
Tínhamos um sorriso bobo no rosto e aquela certeza idiota que nada poderia nos separar. Ou pelo menos, era nisso que eu acreditava. Embora, uma sombra de tristeza desceu sobre mim ao me dar conta de para onde estávamos indo. O aeroporto era um símbolo de despedida para nós dois e não adiantava eu me iludir, sabiamos disso em nosso interior. Dali a menos de três horas um voo selaria a distância entre tudo que compartilhamos. Daquele relacionamento só sobraria as lembranças boas e as saudades que já sentia me arrancar suspiros e dor em meu peito. Os olhares apaixonados que trocávamos nesse instante, só fazia a dor da despedida torna-se mais palpável ao nosso redor e insuportável.
Por que tudo na minha vida tinha que ser tão traumático? Olhei o teto e quase num surto como ela naquele dia que ficou presa comigo pela primeira vez, gritei ao Universo por uma intervenção sua ali na nossa situação. Por favor, luz de infinita bondade, não deixa ela partir! Tem que ter uma outra solução que talvez, não estejamos conseguindo enxergar. Implorei em pensamentos.
De rompante, não tesisti mais a tentação e a trouxe para mais um beijo. Precisava sentir aqueles lábios macios junto aos meus o máximo de tempo possível. Acariciava o seu rosto de forma sutil e pretendia guardar aquele gosto da boca dela. O cheiro dela em meu corpo e aquele arrepio que ela provocava quando me tocava. Me negava a deixar que partisse. Precisava desesperadamente dela ao meu lado. Era como se em toda a minha vida eu tivesse buscado a minha outra metade e agora, ela estava ali. Encaixada naquele abraço...
Os nossos corações pareciam bater num mesmo ritmo e a respiração deletava o quanto era sacrificante nos afastar para recuperar o fôlego que perdíamos tão rapidamente. Precisava ficar colado nela, sentindo o seu toque, seu desejo, sua pele arrepiando devagar ao meu toque em seu braço. O seu gemido em meu ouvido era uma música intensa da qual eu queria gravar cada detalhe daquela melodia em meu cérebro. O mundo parecia parar ao nosso redor e tudo se resumia a nós dois.
Por um minuto, desejei que aquele elevador novamente encalhasse entre os andares. Por que a mão sacana dela deslizando para dentro da minha calça e tocando de leve o meu membro já estava tirando o pouco juízo que havia recobrado. A prensei de costas na parede fria e beijei aquele pescoço macio que ela exibia em meu favor com fome de sexo. Eu precisava do corpo dela como um viciado precisa de uma droga potente. Precisava da boca dela em cada parte do meu corpo e a sua mão deslizando por toda a extensão da minha pele. Precisava daquela brasa que emanava dela me queimando por inteiro.
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No Limite Da Adrenalina
RomanceKeyla era uma garota que vivia no limite da adrenalina. Correr com seu Mustang clandestinamente pelas ruas da cidade, mesmo pondo em risco sua vida e de outros, era seu maior prazer. Até em uma bela noite perder uma corrida e se tornar prêmio de um...