KEYLA...
Já fazia um bom tempo que estava ali no quarto toda encolhida naquele canto, abraçada às minhas pernas e com o rosto denunciando o quanto havia chorado e sofrido por minha burrice. Por que se o ruivo e a Lince tivessem sidos mortos, teria sido por minha causa. Se tivesse pegado a grana, o carro e fugido invés de querer ostentar o meu orgulho, eles estariam seguros nesse momento. Mas, eu queria ficar com ele. Não podia deixar que a piranha Mirim o roubasse de mim. E agora, nenhuma das duas o têm.
E quando a porta do aposento se abriu e Roger passou por ela, um terrível medo me assolou. Ver aquele homem sorrindo diante de mim, embrulhou o estômago. Dava pra ver no seu olhar, um prazer incomensurável com a dor que estava sentindo pelo meus atos, machucados em meu rosto e ter voltado as suas garras. Havia uma certeza nele de que agora sim, tinha domado a gata rebelde que dizia que eu era.
- O que fez com eles?- tinha medo de ouvir a resposta. Mas, precisava saber.
- Eles estão bem, boneca...- se iniclinou sobre mim e segurou o meu queixo erguendo meu rosto e obrigando a encará-lo.
- Não me chama assim! Não sou sua boneca!- lhe cuspi na cara.
- Keyla... Keyla...- limpou o rosto na manga da camisa e se afastou um pouco.- Posso fazer com você o mesmo que fiz com eles!
- E por que não faz! Oque te impede? - levantei o enfrentando.
- Senta cachorra!- apontou o chão.
- Vai pro inferno!- falei enojada.
- Ok... Vamos tentar de novo...- Roger se apoiou na bengala, pegou de surpresa meu cabelo o segurando com força me provocando dor e me jogou no canto outra vez. - Senta cachorra!- falou calmo vendo eu ali novamente toda encolhida.
Foi até ao meu lado satisfeito pela noite assustadora que o pai nos provocou e me pegou pelo queixo de novo fazendo com que o encarasse bem no fundo dos seus olhos. Eles eram macabros. Traspareciam carregados de tesão por estarmos todos em suas mãos.
- Deixei seu queridinho, molhado, surrado e num quarto que a temperatura está a baixo de zero graus. - Eu engoli em seco a informação. Tinha visto o estado deplorável que Samuel estava. - Sei que vou ter sérios problemas com meu pai depois. Mas, precisava dar um ponto final na existência daquela barata! Ele era uma sombra da qual não quero em meu encalço. - Deu-me um caloroso sorriso e apertou com força meu queixo que muitas vezes fez afundar na curva do seu pescoço para afogar os meus gritos quando me tinha de forma selvagem na cama.
- Por favor, Roger... Ele não tem culpa!- juntei as mãos em minha frente em súplicas. - Por favor!- as lágrimas rolavam em torrentes pelo meu rosto e chegavam a pingar ao chão.
- Quer que eu perdoe o cara que dormiu com você? Que deu uma surra nos meus empregados? Que pode, sei lá, me matar?
- Ele não vai fazer isso! Eu juro!
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No Limite Da Adrenalina
Roman d'amourKeyla era uma garota que vivia no limite da adrenalina. Correr com seu Mustang clandestinamente pelas ruas da cidade, mesmo pondo em risco sua vida e de outros, era seu maior prazer. Até em uma bela noite perder uma corrida e se tornar prêmio de um...