capítulo-17

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SAMUEL

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SAMUEL

Keyla foi a primeira a descer do carro. Confessava que as minhas pernas estavam um tanto bambas e havia uma certa dificuldade de sair daquela posição confortável atrás do volante. Vencer é de uma adrenalina tão louca, que nem se consegue descrever o que seu corpo sente. Um misto de felicidade e de medo se misturam ainda dentro do meu ser. E de momento, a realidade começa a bater na minha porta.

As poucas pessoas ali exigem que eu saia do carro. E não consigo definir se elas estão contente com a minha vitória ou se estão furiosas com a forma que a conquistei. O rosto da loura denunciava que nunca teve tanto medo de ser carona de alguém como essa noite. Conseguiu disfarçar bem esse sentimento em um sorriso falso que direcionou aos perdedores. Mas tenho certeza, que quando ficasse sozinha comigo, iria pensar num belo castigo para esse sufoco todo que a fiz passar. E esse pensamento, despertou ideias bem excitantes em minha mente.

- O seu cachorrinho trapaceou!- Japa veio furioso na direção dela. - Foi desleal, jogando o carro em cima de mim! Isso não vale!

- Eu não joguei o carro em cima de você! Me atrapalhei com a direção! Só isso!- menti descendo do carro e já indo na direção deles para defendê-la.

- Não houve nem sequer um toque, Japa! Admiti, você perdeu para uma vovozinha!- Keyla brincou.

- Vovozinha? Me respeite, garota! Ganhei a porra da corrida pra você!- tive que me encostar no carro. Tinha que admitir que as pernas não tinham forças para me conduzirem até onde ela estava.

Estavam tremendo. Não sabia se ainda era de medo pelas situações inusitadas que passei essa noite ou se era efeito da adrenalina em meu corpo. Esperava que ninguém percebesse tal fato. Nunca passei tanto sufoco na vida. Mesmo em combate. Pois lá, sabia exatamente como agir. Na estrada, não tinha noção de antever o próximo passo que teria que tomar ou o que poderia acontecer a seguir.

E quando o caminhão cruzou a minha frente, ali do nada, deve ter roubado alguns anos da minha vida com o susto que a morte me pregou. Senti até a alma sair do corpo e ajudar a tentar frear o carro para evitar a colisão. Se ela tivesse ocorrido, não estaria vivo. Nem a loura, e talvez, qualquer outro civil que acabasse se envolvendo no acidente. Jurei para mim mesmo. Nunca mais vou brincar de corrida.

- Ele bloqueou a estrada! - Japa tentava achar motivos para anular a corrida. - Cortou caminho! Céus, não viram isso! Estavam bem atrás dele!- Gritou aos outros participantes. - Toque? Caralho! O que é isso, porra! - mostrou a lataria amassada do carro.

- Ele usou de estratégias que você já usou também! Lembra do farol de Laguna?- Julius deu um tapinha no ombro dele passando para entregar sua parte do dinheiro.- Além de queimar a largada, provocou dois acidentes!

- Aqui está a minha parte...

Lince deixou os maços de dinheiro cair dentro da bolsa de couro que a loura apresentava. Entregou as chaves do Corvette e passou por ela batida vindo na minha direção que ainda preferia ficar encostado ao carro só observando a movimentação. Não iria contestar quem tinha razão. Corri o percurso e cheguei em primeiro. Eles que se entendessem. Afinal, ninguém passou regras para mim. Era uma guerra. E na guerra e no amor, vale tudo!

No Limite Da AdrenalinaOnde histórias criam vida. Descubra agora