LEONARDO...
Os trinta minutos que Davi nos deu, haviam se transformando em mais trinta. Depois do banho, percebi que o ruivo literalmente tinha ficado sem fôlego. O enrolei na toalha e o trouxe para cama em protesto por o ter carregado em meu colo até ali. Só que quando sentiu o colchão sob seu corpo se aninhou entre os lençóis e travesseiros e se entregou ao cansaço.Eu o vesti, ou pelo menos a calça do moletom. Sabia que a barganha dele com o irmão foi um preço alto demais pra essa "despedida de solteiro". Tinha medo do que poderia acontecer se de repente abrisse aquela porta nos pegasse pelados sobre a cama.
Enquanto me vestia, fiquei envergonhado de lembrar das brincadeiras que fazia com ele o chamando de donzela, princesa e outras coisas bem homofóbicas. Só eu ria daquilo e agora percebia o estrago que tinha feito. Mesmo assim, ele precisava dos meus cuidados. Da minha proteção. Proteção? Como poderia proteger ele daquele exército de capangas do senador? Roger? Alfredo? O próprio Davi?
Deitei ao seu lado e admirava suas costas toda pintadinha com aquelas sardas. Como elas tinham ficado tão lindas de repente? Deslisei o dorso da mão até a base da cervical e voltava devagar até a nuca vendo a sua pele se arrepiar com a carícia. Mesmo cochilando, ele deixava um suspiro de satisfação escapar com o meu toque. A pele ainda tinha marcas da surra que levou. Aquela cirurgia me assustava. Sabia que Samuel era forte. Só que já estava no seu limite a muito tempo.
Beijei o seu ombro e o trouxe mais perto de mim. A minha camisa aberta me permitiu sentir o calor da sua pele em meu peito. Aquela bunda empinada dele contra a minha súbita ereção, era a prova que tinham ido longe demais e que talvez, as coisas não pudessem voltar a ser como antes. Elas, já não eram muito antes de terem dito adeus um para o outro naquele dia meses atrás...
- Você tá dormindo?- sentir a respiração acelerada dele dizia que eu deveria era já ter ido embora. Mas, como poderia soltá-lo. Parece que tem um imã nos unindo!
- Não...- a resposta foi seca.
- O que vai fazer agora?
- Me casar com a fedelha...
- Você tá chorando? - a voz dele tinha soado rouca demais para um "está tudo bem comigo".
- Não, que saco! - Samuel escondeu o rosto no travesseiro engolindo as lágrimas que tentava sufocar quando tentei o espiar por cima do ombro.
- Não tem problema chorar, Sam...- beijei aquela curva do pescoço dele que não iria mais sair dos meus pensamentos.
- Já disse que não estou chorando...- Tudo bem, sei lidar com mulheres. Não com homens. E fiz a estupidez de tentar enxugar as lágrimas dele e fazer uma pergunta muito idiota.- Eu te machuquei?
- Me deixa, cara!- ele afastou a minha mão com raiva.
- Você parece uma garota, sabia? - insisti em virar seu corpo para mim, mas o ruivo era teimoso, não queria demonstrar o quanto estava sofrendo com tudo que estava acontecendo.- Vocês querem transar com a gente, lutam por isso, e quando conseguem... Fazem birra!
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No Limite Da Adrenalina
RomantizmKeyla era uma garota que vivia no limite da adrenalina. Correr com seu Mustang clandestinamente pelas ruas da cidade, mesmo pondo em risco sua vida e de outros, era seu maior prazer. Até em uma bela noite perder uma corrida e se tornar prêmio de um...