SAMUEL ...
Olhar aquelas paredes frias do meu quarto, estava me deixando maluco. Não podia sair dali sem que o meu irmão autorizasse. Não podia sequer usar o telefone. Não podia falar com ninguém de fora da casa. Nem ao menos assistir televisão, já que, tudo que era eletrônico do quarto foi surrupiado pelo idiota.
Um telefone agora, era algo que poderia me salvar daquela prisão improvisada. Também havia o novo enfermeiro que não se diferenciava do outro. E nada, absolutamente nada, tirava da minha cabeça que o meu "Ser" pacato era obra da medicação que estavam me obrigando a tomar. Pelo menos, o Luiz, não tinha tentando abusar de mim quando me ajudou no banho pela manhã. Era só o que faltava, ser vigiado por enfermeiros tarados!
Meu irmão entregou uma data nada agradável a minha união. Quinze dias era pouco tempo para achar uma solução plausível ao meu caso. Não conseguia pensar direito por causa dos efeitos dos remédios e me sentia abandonado, jogados as traças entre aquelas quatro paredes. O que aumentava a minha depressão em relação à situação. A dor ainda era forte, a morfina não parecia mais fazer efeito. E ficava difícil manter o foco em qualquer coisa. Dor e raiva quando juntas acentuam as chances de um surto. E nesse momento, tudo o que não precisava, era surtar.
Enquanto Davi andava de um lado para outro na frente da minha cama explanando os planos do meu glamoroso casamento. Tentava fingir satisfação com a noiva que ele havia arranjado. Ela era um problema enorme em minha vida. Não poderia simplesmente abandonar a garota em um altar. As marcas em meu corpo são a lembrança do que o irmão e o pai dela são capazes de fazer com quem odeiam ou interferem em seu caminho.
- Eu disse pra você que ela era uma bela noiva!- Davi se sentou na cama me encarando. - Tão bela como uma flor do deserto!
- É uma criança, Davi! - tentei desviar a atenção dos olhos dele brincando com a ponta do lençol. - Ela deve ter oque? Uns quinze anos? - apostei alto pela carinha inocente dela.
- Dezesseis! Já é uma velha! Poderia ser mais nova pelo preço que vamos ter que pagar pra ele! - Davi revirou os olhos. A noiva para ele, nem era tudo o que prometeram.
Não sabia o que aqueles idiotas tinham negociado por esse casamento. Mas, tinha certeza que nada de bom deveria ter sido usado como moeda de troca. A garota era linda! Não dava pra negar. Quanto ela tivesse os dezoito anos, até poderia me sacrificar a essa união, caso uma certa gata borralheira não me quisesse mais. Agora?
- Isso é crime! E tem nome, sabia? Se chama pedofilia! - cuspi as palavras na cara dele. - Quer que eu seja preso?
- Se os pais dela permitirem, não é um crime! - meu irmão segurou o meu rosto e o obrigou a encará-lo. - E tem uma coisa, meu irmão! Quero bebês nessa essa casa! Meninos de preferência! O nome da nossa família não pode morrer por que você não tem competência para isso!
- E por quê você, não faz os bebês? - empurrei a mão dele para o lado o afastando.
- Eu tento. Todos os dias, com minhas duas esposas. O problema é que fui agraciado com mulheres inférteis! Inúteis! Improdutivas!
VOCÊ ESTÁ LENDO
No Limite Da Adrenalina
RomanceKeyla era uma garota que vivia no limite da adrenalina. Correr com seu Mustang clandestinamente pelas ruas da cidade, mesmo pondo em risco sua vida e de outros, era seu maior prazer. Até em uma bela noite perder uma corrida e se tornar prêmio de um...