CAPÍTULO 3 - O ENCONTRO

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O ENCONTRO

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O ENCONTRO

SAMUEL

A parede fria do elevador em minhas costas não abrandava em nada o fogo da ira que sentia por aquele idiota. Quantas blasfêmias ainda sabia em árabe e não havia dito? A respiração pesada em meu peito dizia que essa história de fotos ainda iria me render muita confusão. A semana tinha sido um caos completo, e agora mais isto?

Passei a mão pelo cabelo e logo tapei a minha boca suprimindo um grito de puro ódio. Será que nada dá certo na minha vida? É carma de ruivo sofrer desse jeito? Contei até dez. Até cem. E pelo visto poderia contar até um milhão que não engoliria a raiva. Precisava enumerar meus problemas. Uma solução de cada vez. Tudo junto parecia muito complicado de resolver.

__ Vai lá Samuel... Respira... Inspira... Expira... Não pira... __ falei pra mim mesmo em voz alta seguindo fielmente a ordem e sentindo o coração voltar ao compasso normal das suas batidas.

Primeiro problema, foi a visita do advogado trazendo as cláusulas do contrato que deveria assinar pelo casamento com Rebeca ou a intimação a assumir a culpa pelos meus atos pecaminosos que cometi e abrir de livre e espontânea vontade mão dos bens que me cabiam por direito e ainda estavam sob a condição de usufruto da minha mãe. Tentei todas as soluções possíveis perante a lei, mas parece que Davi tem amigos muitos poderosos ao seu lado. O que consegui, foram quinze dias a mais de prazo pra isso e já consumi cinco.

Não acreditava que meu irmão usaria aquela crença como desculpa para sugar até a minha alma. Mas, por dinheiro e poder, ele não se importava muito comigo. Na verdade, talvez só pela minha mãe,  deu chance de me prender a um novo casamento de conveniência. Caso contrário, se não estivesse morto, estaria na rua da amargura sem direito a nada agora.

Queria saber se o grandioso amor de Eduardo por mim, sobreviria ainda em seu peito se batesse à porta do seu apartamento dizendo que não tinha mais nem um vintém na conta! Se ficaria feliz com ele batendo de volta à porta na minha cara ou triste por ele estar só atrás de mim pelo dinheiro. Tudo que se refere a ele é muito confuso em minha mente. E isso me preocupa. Então, intitulei Eduardo como um segundo problema. Tinha que entender o que aquele idiota queria de mim de fato.

Agora, terceiro e maior problema de todos. Tinha ainda que arranjar a minha noiva antes que tivesse de aceitar a que Davi escolheu como a mais conveniente aos seus interesses. Mas, onde iria encontrar alguém que tivesse o perfil exato do gosto de Davi? Ana, até parecia perfeita, uma pena o que lhe aconteceu. O tempo correndo contra o relógio e nenhuma mulher rica, interessante ou com um pai poderoso apareceu no meu caminho.

Não me achava tão feio assim pra ter tanta dificuldade em arranjar uma companheira. O que estava errado comigo? Os cabelos vermelhos? As sardas no rosto? Eu era baixinho? Muito gordo, magro? Céus! O que tem de errado comigo que as mulheres simplesmente fogem de mim? A coleção de "nãos" que levei durante os últimos quinze dias começou a me preocupar. Será mesmo, que teria que ficar pobre e com o moreno?

No Limite Da AdrenalinaOnde histórias criam vida. Descubra agora