CAPÍTULO 1 - NOITE INFERNAL

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NOITE INFERNAL

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NOITE INFERNAL


KEYLA

Álcool e direção nunca combinaram. Sabia disso e tentava convencer meu "noivo" de que já havia bebido muito naquela noite, e que essa combinação que tentava fazer, era muito perigosa. Não estava disposta a arriscar meu pescoço ao seu lado em mais uma de suas loucuras. Ele me ouvia? Não.  Ria dos riscos que enumerava, falava que estava sendo ridícula ao achar que não conseguiria dirigir menos de dez quilômetros até o seu apartamento.  Além do mais, dizia que  não tinha o direito de julgar seu estado lastimável de embriaguez, que deveria existir só em minha mente.

Roger, não era um cara muito fácil de lidar, tinha um ego maior que o seu carro e vivia querendo se exibir na frente dos amigos. Era um pavão sempre procurando um público para dispensar atenção sobre si. Para mim, um pavão ainda era menos espalhafatoso e usava sua beleza somente para conquistar a sua amada. Enquanto Roger...

As roupas caras, os carros, os relógios importados e até mesmo a bela aparência do moreno de olhos tão negros como a noite, e corpo formado por academias e suplementos suspeitos que tanto arrancavam suspiros das garotas, não escondiam a feiura que tinha em sua alma.

Filho do senador  Alfredo, ostentava a influência política do pai nas baladas que promovia. Luxo, dinheiro e o puro pecado em forma de luxuria eram exibidos de forma extravagantes a convidados da mesma estirpe que ele, ao qual escolhia a dedo. Geralmente, elas nunca terminavam bem. Ou a bebida fazia Roger arranjar encrenca  com os seus próprios convidados terminando sempre em uma delegacia ou, ele se arriscava no pós balada em corridas clandestinas.

Correr com os carros em meio aos civis, era uma adrenalina que nenhuma droga proporciona. Era um orgasmo  que talvez, nenhuma transa pudesse alcançar. E Roger sabia disso. Seu ego exigia essa droga cada vez mais. Ganhar uma corrida após a outra o estava deixando soberbo, ridículo e principalmente, perigoso.

Mas, não posso negar. A velocidade, o perigo a cada curva, o ronco do motor e a sensação de poder e liberdade que elas provocavam, eram uma tentação difícil de resistir a quem amava aqueles tipos de carros importados ou especialmente preparados para tal. E eu, também era uma viciada em pilotar. Até acabar como seu prêmio. 

Haviam riscos? Sim. Enormes por sinal. Já havia visto amigos meus pararem em lápides frias por terem suas vidas interrompida no auge da sua juventude, por  acidentes provocados por elas. Você nem poderia acusar o destino quando a dama da morte, resolvia entrar na brincadeira, pois sabia que fora escolha própria correr o risco e assumir as consequências. 

Haviam também grandes prêmios oferecidos e também grandes derrotas. Perder o carro, a própria  liberdade, o dinheiro...

Eu, por exemplo, foi um desses prêmios ganho da última vez que desafiei Roger.  O vencedor define por um tempo pré estabelecido a companhia do piloto perdedor  em sua vida. Caso tenha ganho algo que não se enquadre ao seu gênero é a namorada ou o parceiro que honra o compromisso. Ironia dizer que ficava feliz quando era vencedora e exigia os pilotos como prêmios? Passei noites maravilhosas com alguns, não posso negar...

No Limite Da AdrenalinaOnde histórias criam vida. Descubra agora