capítulo 19

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SAMUEL...

Acordar com as duas repousando em meu peito me envaideceu. Sentia-me um tanto atormentado com tantos pecados que estou incluindo no meu currículo ultimamente. Transas na base do sequestro, fugas alucinadas de aeroportos, beijos em um outro cara, a corrida e agora, céus! Duas na cama? Onde tinha parado o meu juízo?

Essa sensação louca de liberdade, estava sendo trocada agora pela culpa e era hora de dar um basta definitivo nessa situação. Já tinha levado muito longe essa história de rebeldia. Já não tinha mais noção de quanto tempo estava fora de casa, que dia da semana era e se ainda tinha um emprego. Por que sim, uma hora teria que voltar a trabalhar. Não poderia viver do dinheiro da minha família e não seguindo as regras. Se bem que era provável, que se voltasse para casa estaria sendo posto em outro cativeiro do qual meu irmão escolheu, cujo nome, seria Rebeca.

Se ele me visse nesse momento, nem precisaria de uma desculpa para me deserdar de vez daquela herança. A promiscuidade ali exposta era um motivo que nem os melhores advogados do país conseguiriam derrubar como argumento. As duas dormindo uma cada lado do meu peito, as pernas entrelaçadas nas minhas...

Desvencilhei-me dos corpos enlaçados ao meu com cuidado para não acordá-las. Às vi se aconchegarem uma na outra e por um momento, quase desisti de fugir. Tinha certeza que a loura, nunca iria conseguir tirar de meus pensamentos. Era uma pintura permanente em minhas lembranças. E acreditava que nem o gosto ou o perfume dela conseguiria apagar. Suspirei profundamente já com saudades dela e fui saindo de costas para guardar com mais detalhes esse momento que vivi. Pois o final seria esse, apenas uma lembrança que esperava que o tempo apagasse.

A morena, bom ela foi só um lance na minha vida. Algo que marcou, mas que poderia se perder como poeira no vento muito fácil. Gostaria de ficar sendo seu amigo. Mas, sabia que ela não teria maturidade para discernir sentimentos como esse. Dei uma risada silenciosa. Eu lá, sabia fazer isso? Estava tão confuso como cego em tiroteio quando o assunto era sentimentos. O coração batia afoito no meu peito querendo três pessoas no momento. E de súbito lembrei daquele ditado que diz que "coração de mãe sempre cabe sempre mais um", meu coração parece querer esse título para ele juntando quanto mais pessoas puder dentro dele. Sorri com o pensamento e decidi que era hora da partida.

Joguei um beijo silencioso à elas e fui catando desajeitado nas ponta dos pés, minhas roupas pelo caminho. Vesti a cueca e a calça na sala, a camisa e o moletom no elevador. O tênis encostei-me no aço frio das suas paredes para ter um apoio melhor. Enquanto me via refletido nelas, perguntava-me em qual momento havia me perdido daquela maneira?

Seria no elevador do hospital? Naquele apartamento bagunçado? Lembrar dele fazia sentir um arrepio que denunciava todo o tesão vivido entre aquelas paredes. O sexo, o desejo e até mesmo o medo de estar de posse de uma desequilibrada mentalmente.

No Limite Da AdrenalinaOnde histórias criam vida. Descubra agora