ཻུ♡ 𝕰𝖘𝖈𝖔𝖑𝖍𝖆 ཻུ♡

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✰*ૢ✧ ᴺᵒᵗᵃˢ ᵈᵉ ᴬᵘᵗᵒʳ : ✰*ૢ✧

Este capítulo contém conteúdo sensível. Compreendo se quiserem passar cenas que achem que vos incomodam ou abalam demais. De qualquer forma, boa leitura.

✰*ૢ✧ Capítulo: ✰*ૢ✧

Senti os meus olhos arderem pelo choro e apesar da minha visão estar ligeiramente desfocada pelas lágrimas, ainda pude ver um brilho intenso tomar conta dos seus olhos e lágrimas começarem a descer por seu rosto delicado.

- Quem é essa? - ouvi o tal Thomas sussurrar para a Judy, no entanto, assim que o mesmo olhou para ela, o seu rosto encheu-se de preocupação. Ele largou logo a arma e virou-se para ela, ficando de costas para mim - Judy? O que se passa?

- S/n... - apenas consegui ouvir o sussurro dela, antes que ela viesse até mim a correr e me abraçasse. O seu cheiro invadiu as minhas narinas e as saudades eternas que preenchiam o meu coração, suavizaram-se. O seu toque suave mas intenso fez com que os meus músculos relaxassem. Eu escondi o meu rosto em seus ombros e comecei a soluçar.

- S/n, onde você es... - levanto o meu olhar para o Harry e vejo a Judy a virar-se para ele. A expressão do Harry mudou rapidamente de preocupação, para saudade.

- Harry.... - ela largou-me e foi ter com ele, abraçando-o com força. Eu compreendia aquela atitude sua. Despois de mim, o Harry era a pessoa com quem mais tinha intimidade e eles chegaram até a virar melhores amigos ao longo de toda essa situação apocalíptica. Suspirei de alívio e olhei para o tal Thomas. Não conseguia ver exatamente como era, pelo escuro que se fazia presente naquela farmácia, mas pelo menos já poderia ter uma pequena noção da sua voz e...meu deus....a sua voz era maravilhosa. Era o tipo de voz grossa que faria qualquer garota derreter em seus braços. A sua voz demonstrava um tipo de garoto sério, forte, inteligente e culto.

- Eu não acredito que você está viva... - o Harry sussurrou novamente. A sua voz parecia trêmula pelo facto de ele aparentar querer chorar, apesar de não o estar a fazer.

- S/N! HARRY! - ouvimos um grito e depois um estrondo. Eu automaticamente arregalei os olhos e peguei a minha faca. Nem dei tempo para mais nada, apenas corri. Assim que abri a porta da farmácia, fiquei apavorada quando vi dezenas de infetados que se atropelavam pelas escadas rolantes paradas, e que caíam para o chão do primeiro andar. As cenas dos seus corpos a cair das escadas como peluches mas a erguerem-se como monstros arrepiantes, tornava a cena horrível de visualizar. Vi que o nosso grupo já se reunia e lutava desesperadamente contra os infetados, enquanto alguns deles como a Addison e o Leonardo, procuravam por nós, visualmente.

O desespero misturado com a adrenalina, começaram a correr o meu corpo. Sabia que esse era um sinal de que seria imprudente, de novo. Os meus sentidos ficaram mais aguçados e eu consegui ver melhor a cada canto do hipermercado, como se a minha visão se tivesse habituado a escuridão, repentinamente. A minha respiração ficou mais pesada e foi como se subitamente, todo o meu corpo se enchesse de energia. Como se realmente tivesse previsto, eu comecei a correr na direção do grupo, apenas ouvindo o Harry a chamar o meu nome, ao longe. Arregalei os olhos em puro desespero ao ver que isso desconcentrou o Christian, que acabou por ser mordido no ombro. Acelerei mais a corrida, fazendo cortes rápidos nos rostos dos infetados que tentavam agarrar-me, apenas para os afastar.

As cenas seguintes aconteceram tão rápido e tão devagar que parecia que o Universo estava a torturar-me. Quando o Christian foi mordido, o mesmo deu um grito de dor, que atraiu a atenção da Nelly, que se virou para ele desesperada. Ela nem reparou que um infetado estava próximo demais, a não ser quando o mesmo cravou os seus dentes no pescoço da mesma. Comecei a correr mais ainda, estava apenas a alguns metros do grupo, até que o Jakob se jogou na frente da Sue, que estava prestes a ser mordida, no entanto, por algum motivo, ele tropeçou e caiu para cima do infetado, que lhe mordeu o pescoço. Vi a Sue arregalar os olhos antes de um infetado morder-lhe o ombro. Comecei a sentir.....raiva. Os infetados estavam a atacar os meus amigos e a devorá-los a minha frente...isso não é justo! NÃO É JUSTO!