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- Quê....? - o grupo olhou para mim, como se não acreditasse que estas palavras fossem sinceras, apesar do meu olhar mostrar total confiança e sinceridade.

- Nos não vamos desistir da zona segura! Vocês viram como aquilo era? É perfeito e podemos finalmente descansar de tudo, mas para isso temos de subir aquela montanha e atravessar aquela cidade. Não custa muito, nós conseguimos - o grupo concordou com a cabeça antes de se levantarem e se recomporem.

- Por mais que esteja cansado...vamos a isso, aqui vamos nós, novamente a procura de uma zona segura - o Zion murmurou e eu não evitei sorrir em agradecimento pela sua ajuda.

[...]

Passou-se 2 meses e sinceramente, não foi tão rápido quanto eu esperava. Após sairmos de perto da universidade, fomos pernoitar numa das casas e assim que nasceu o sol, iniciamos o caminho. Demoramos metade de um dia para conseguir chegar a montanha e ainda tivemos um confronto com alguns infetados, que conseguimos derrubar. Assim entramos na montanha mas não era assim tão fácil. A estrada que havia naquela montanha era apenas para caminhantes então era bem estreita e estava no meio do mato, então, quando fomos atacados por alguns infetados, ao 6° dia, quase não conseguimos escapar. Eu havia feito os meus grandiosos 19 anos e por mais incrível que pareça, não muito tempo depois, o Thomas fez 24 também. Só que entretanto tivemos de passar a alimentar-nos de servos, bagas e algumas plantas que Augustus garantiam ser comestíveis. Isso prolongou-se pelos tais dois meses e a medida que o tempo passava, a Emília dava cada vez mais sinais de que sua gravidez estava a chegar ao fim e essa ideia era cada vez mais assustadora. Comecei a ver-me indecisa ao ter realmente aceitado o bebê de Emília, então comecei a evita-la para não tocar no assunto, apesar de a alguns dias atrás termos tido uma conversa em que ambos desabafamos uma com a outra e acabamos por falar desse ponto. Emília garantiu que iria cuidar do bebê o melhor possível e faria o máximo para impedir que ele comprometesse a segurança do grupo.

E foi então, que enquanto preparamos o jantar ao final do dia, que aconteceu tão rápido que eu fui incapaz de raciocinar o que estava a acontecer. Nós as duas estávamos sentadas lado a lado, a cozer cervo grelhado, por mais que o sabor da carne fosse ótimo de relembrar, comer sempre o mesmo começava a tirar-me o apetite, mas ainda conseguia fazer um esforço para me alimentar. Olho para a Emília e ela estava quieta demais, enquanto respirava de um jeito ofegante. Começo a ficar preocupada, inclinando-me para ver o seu rosto.

- Emília, você está bem? - ela apertou a sua barriga e percebo algo húmido no meio das folhas secas. Ela olhou para mim, com um olhar pesado e nervoso.

- Rebentou-me as águas, S/n - ela murmurou e eu senti-me abalada, tonta, com essa informação tão repentina. Só que Augustus já parecia estar pronto e pegou na sua mochila onde ele afirmou que havia pegado o máximo de coisas possíveis para ajudar num parto e no cuidado de um bebê, quando ele estava lá na universidade e um dos médicos foi falar com ele. Ele pousou a mochila e ajudou a Emília a levantar-se, eu percebo o quão tensa ela estava ao ver o quanto de força que ela segurou a mão de Augustus e a forma como as pernas dela estavam bambas. Eu ouvi dizer que doía bastante quando eram partos "normais", então saber que a Emília ficaria em constante sofrimento por um tempo indeterminado, apenas me deixava mais nervosa. O Augustus ajudou-a a deitar-se, virada de costas para o grupo para manter a privacidade dela. Eu ajudo o Augustus a retirar a calça e a calcinha da Emília, jogando para o lado, enquanto o Augustus apoiou ligeiramente a sua mão sobre a barriga da Emília.

- Ok Emília, eu vou pedir que respire fundo e que quando sentir uma contração, faça o máximo de força que conseguir, ok? Você acha que consegue? - a Emília acenou repetitivamente que sim com a cabeça. Eu pego numa fita e dou para ela, que a colocou na boca, antes de segurar a minha mão com força. Um segundo depois, ela deu um grito abafado pelo lenço, indicando que ela estaria a fazer força, enquanto Augustus observava atentamente, a espera que o bebê contribuísse e saísse logo. Pude imediatamente ver o suor começar a escorrer pelo rosto de Emília, demonstrando o seu claro esforço, antes de voltar a fazer sua expressão de dor e voltar a fazer força.

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