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Fiz, uma última vez, trocas de olhares com o Leonardo. Estávamos para sair agora. Estávamos indecisos acerca dessa ideia de sairmos. O sol estava já a pôr, indicando que seriam por volta das 7:25 da tarde. Lá fora, os infetados grunhiam alto e abanavam os seus corpos quebrados e arrepiantes. Alguns encaravam-nos enquanto pressionavam os próprios corpos, contra os portões. As duplas estavam posicionadas e conversavam sobre algumas coisas, enquanto a Emília não dava o sinal que iríamos sair. Ela marcou para as 7:30 para irmos. Percebia que de vez em quando a Emília olhava para o céu, para conseguir ir às horas certas. Também percebia que o Ethan me olhava de lado, de vez em quando.

- Você está bem?

- Léo, já falei que está tudo bem - resmunguei. Sim, durante essa 1 hora que estivemos juntos, pudemos ter uma conversa franca, conhecer-nos e até nos tratarmos por apelidos.

- Só quero ter a certeza que o meu docinho de mel não é mordido por um tarado qualquer - ele resmungou também. Comecei a rir por causa das indiretas que ele mandava. Sim, ele chamava os zumbis de tarados. Usava o argumento deles morderem as pessoas no pescoço, como uma atitude que os tarados tinham, então os zumbis eram tarados. Aiai, só o Leonardo para ter esses pensamentos.

- Credo, até parece que nem sei lutar.

- Mas tu és uma aleijada agora.

- O quê? Vai pro inferno, gabarolas - resmunguei, cruzando os braços em revolta. Dessa vez, quem riu foi ele. Para mim, ele era o melhor comediante do apocalipse e para ele, eu era a garota chata que fica engraçada quando está irritada. Enfim, eu não entendo esse garoto.

- Já estou indo para as ruas, não precisa - riu, eu acabei por rir também.

- Pessoal, vamos - a Emília fez um sinal. Eu assumi uma expressão séria e eu aproximei-me do portão. Os infetados que lá estavam, remexeram-se e esticaram os seus braços, numa tentativa de me agarrar. O Harry, o Johnny e o Jakob ajudaram-me, ao segurar as mãos dos infetados. Eu aproximei-me e fui matando os infetados que estavam lá, até todos estarem neutralizados. Após isso, voltei para perto do Leonardo.

- Eu vou-te proteger - ele repetiu uma última vez, antes de todos começarem a passar por cima do muro. Não respondi nada, apenas rolando os olhos. Aproximei-me do muro e o Lawrence e o Jakob tentaram ajudar-me, mas eu apenas tomei impulso, passando por cima do muro com facilidade, e sem ajuda. Ficamos todos num pequeno grupo, escondido pela escuridão. Todos desciam silenciosamente, para não chamar a atenção dos infetados.

Assim que todos já tinham passado para o outro lado, nós ficamos nas posições. Depois disso, avançamos para a frente, chegando ao meio da rua, onde os infetados já nos começavam a notar. Porém, para chamarmos a atenção de todos, o Faustine atirou o seu machado contra o chão, fazendo um som alto, que ecoou pela rua toda. Daí, conseguimos o que queríamos e aplicamos a técnica proposta. A técnica do fogo de artifício. Expalhamo-nos, de modo a formar uma estrela com várias patas, assumindo diversas posições para cada grupo.

Eu e o Leonardo começamos imediatamente o trabalho, quando 2 infetados correram na nossa direção. Nós colocamo-nos lado a lado e assim que eles estavam próximos, chutamos os infetados, atirando-os contra o chão. Nós pegamos as nossas armas e cravamos na cabeça deles. Logo, 1 veio na minha direção, eu peguei o meu facão, quase acertando nele, se o Leonardo não tivesse acertado com um canivete, no seu olho. Bufei ao lembrar porque ele estava a agir assim, mas apenas ignorei, olhando mais 3 que corriam velozmente na minha direção.

Matei 1 deles com um golpe rápido e fácil, no entanto, o Leonardo fez questão de matar os outros 2. Senti-me irritada por ver o quanto que ele estava a exagerar nesta coisa de proteção. Só que, não ia brigar com ele agora e não, quando a gente está a a virar amigos. Decidi ter uma conversa com o Augustus, depois. Aquela situação repetiu-se algumas vezes, acabando que eu só matei 5/24 infetados que chegaram perto de nós. Só faltava 1, que se aproximava rapidamente. O Leonardo não tinha notado pelo facto de estar a ajudar o grupo do Christian e da Scarlett. Como olhei uma última vez para ele, nem me apercebi quando a mudança de distância diminuiu drasticamente, entre mim e o infetado.

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