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- Vamos começar - afirmo, avançando com cuidado e silenciosamente. Eu observava tudo ao meu redor, atenta a qualquer movimento brusco e a qualquer coisa que pudesse denunciar a nossa presença. Ando com cuidado, pelas ruas e o mais assustador era que os infetados passavam mesmo ao nosso lado mas nem sequer nos notavam e desta vez, eu nem me dava ao esforço de os matar. Tinha de poupar forças para o que pudesse vir mais adiante e não estar preocupada com um infetado errante que nem repararia na nossa presença.

Andamos um pouco até que chegamos próximo a uma zona em que tinha mais infetados que o necessário. Eu sinto meus músculos flexionar instintivamente, com o coração a começar a bater mais rápido e a adrenalina a percorrer velozmente pelas minhas veias. Faço um sinal para se esconderem atrás de um monte de caixas abandonadas próximas a alguns contentores do lixo. Estávamos novamente numa zona de perigo e isso não me agradava minimamente, só que eu sabia que não tínhamos escolha, então apenas engulo todo o meu medo e avanço lentamente o mais silenciosamente possível. Todos juntos, pisando com cuidado e evitando que os infetados ouvissem nossas respirações pesadas pelo receio.

Só que o inevitável aconteceu e um deles percebeu a nossa presença, ele abre a sua grande boca para rosnar em nossa direção só que eu sou mais rápida e com o meu taco, acerto-lhe com ele já sua boca, fazendo o sangue esguinchar, sujando a minha roupa e a cerca ao nosso lado. Seguro o seu corpo antes mesmo que ele batesse contra o chão e fizesse barulho o suficiente para atrair os restantes, o que não era uma ideia muito agradável para um grupo pequeno como nós, pelo menos, pequeno como somos neste momento. Pouso o corpo no chão, fazendo uma careta de desgosto pelo seu cheiro repugnante e o quão desagradável era inala-lo, desviando o olhar e fechando bem os olhos na esperança de que isso poupasse a que eu soltasse qualquer mínimo som que pudesse atrair a atenção de qualquer infetado ao nosso redor.

Olho ao redor assim que o pouso e elevo o olhar, engolindo em seco e sendo incapaz de contar tantos, apenas tinha a noção do quão perigoso isso era e o grupo pareceu também entender, já que pegaram suas armas também. Sorri pela sua demonstração de independência, inspirando fundo e segurando a minha vontade de apertar com mais força o elástico que prendia os meus longos cabelos, que chegavam quase a curva da cintura, eu irei cortar o meu cabelo logo, já que é perigoso para mim mesma, por isso que farei questão de corta-lo assim que chegarmos a zona segura...ou pudermos parar num local menos perigoso.

Evito que um suspiro saia pelos meus lábios e mantenho os meus movimentos lentos para evitar sermos detetados pelos infetados. Olho ao redor para garantir que os infetados não haviam percebido a nossa presença, satisfazendo-me ao ter essa certeza, voltando a andar um pouco mais a frente. Não faltava muito, faltava mais 2 ruas para finalmente chegarmos a tal zona segura, e o meu coração batia cada vez mais forte. Estávamos cada vez mais perto, é impossível que algo corresse mal quando estávamos tão próximos da nossa própria segurança.

Só que levo um susto quando ouço um dos grunhidos dos infetados, um que estava apenas ligeiramente mais afrente do nosso grupo e que de alguma forma, havia percebido a nossa presença. Pergunto-me o que terei feito de errado para que aquele infetado tenha reparado tão descaradamente em nós...no que poderíamos ter errado que forma tão inconsciente? Olho ao redor e os infetados agora focavam a sua atenção no outro infetado, que se aproximava o mais rápido de nós, apesar de sua perna estar claramente torcida. Faço um sinal para o grupo manter a calma, apesar de já ter ouvido o som da corda dos arcos a serem esticados. Inspiro fundo e avanço na direção do infetado, acertando com o meu taco na sua cabeça com toda a minha força, por mais que os meus braços doessem desagradavelmente após ter segurado um corpo extremamente pesado e morto em meus braços.

O som de osso oco a bater contra o asfalto foi o suficiente para atrair a atenção dos restantes infetados, que avançaram na nossa direção. Eu observo-os atentamente e logo as setas são lançadas, acertando na cabeça dos infetados enquanto eu, Zion, Ethan, Johnny e Thomas fazíamos combate corpo a corpo com tacos, canos de ferro ou até facões. O meu coração a bater rápido, o sangue a manchar a rua e nós mesmos, os corpos a serem deixados no chão e o cheiro insuportável que fazia o meu corpo querer reter-se. Estávamos quase a acabar quando o meu corpo é projetado para trás, embatendo contra algo frio e húmido, que causou um arrepio por todo o meu corpo. Subi o olhar e vejo um infetado pronto a morder-me, estava a centímetros e eu lembrei do Leonardo, quando aconteceu exatamente o mesmo com ele e o seu fim trágico. Um nó apoderou-se na minha garganta e eu fecho os olhos com força, até que um som alto preencheu o ar e a força pressionada no meu corpo afrouxou, quase de imediato, ouço o som do corpo a bater contra o chão. Abro os olhos e vejo uma mulher ao longe, com uma arma apontada para mim e com fato de militar, ela baixou a arma e ao longe pude ver seus olhos dourados encarar-me pesadamente e ela baixar lentamente a arma. Sob tal ato, o meu corpo vibrou...uma militar. E logo a seguir dela, apareceu um homem a correr, aproximando-se e olhando no fundo do rosto dela.

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