ཻུ♡ 𝕰𝖘𝖈𝖔𝖑𝖍𝖆 ཻུ♡

[26]

Acordei com o sol a bater no meu rosto. Eu estava muito confusa....o que aconteceu? Senti um cheirinho doce a caramelo e o calor que abraçava as minhas costas já me fazia ter uma curta noção de quem é que estaria ali.

- Bom dia, princesa adormecida - ouvi a voz doce e baixa do ruivinho que eu conheço. Sinto um arrepio quando sinto a sua respiração perto do meu ouvido enquanto o seu corpo se fazia mais presente, ainda, contra o meu.

- Bom dia, Eugene - dou uma risada. Estava um pouco mais aliviada da tensão do dia anterior e apenas tive uma noite de sono boa graças ao Eugene. Na realidade, apenas metade dela é que foi boa, mas conta a mesma. Pela situação que nos encontravamos, eu aposto que estivemos a dormir em conchinha. Aquela cama, antes vazia, agora tinha o espaço do ruivo do meu lado e eu não me poderia sentir mais calma do que naquele momento. O colchão grande demais sempre me havia incomodado um pouco, mas agora...ele era perfeito.

- Como você se sente? - ele se levanta um pouco. Senti uma das mãos dele se afastar para ele conseguir apoiar os seus braços no colchão e conseguir olhar o meu rosto com mais facilidade.

- Um pouco mais leve... graças a você - dei um curto sorriso para ele. Corei quando o vi a sorrir tão docemente, já que era bem raro que ele sorrisse desse jeito. Ele levou a mão livre a minha bochecha e fez um carinho lá, antes dele dar um beijo na minha bochecha. Até fiquei intrigada já que nunca o vi a agir assim....o que se passa com o Eugene?

- Não tem de me agradecer.... aliás, tenho uma coisa para você - eu virei-me para ele, deixando mais fácil, o nosso carinho mútuo. Eu levei a mão ao cabelo dele, onde comecei um cafuné simples, mas bom.

- O que seria? - olhei para ele com um pequeno sorrisinho divertido. Estar ao lado do Eugene deixava-me mais leve, não só por causa de suas piadinhas que tornavam todas as situações mais fáceis de lidar, mas também pelo facto da sua voz ser tão expressiva, mesmo que por mais que ele tente esconder o que sente, sua voz denúncia sempre o que ele sente.

- É surpresa...

- Não vamos comer primeiro? - só então me dei conta da fome que tinha, já que não tinha comido muito, no dia anterior, por causa de ainda estar destabilizada em relação ao que aconteceu na escola.

- Eu tenho comida lá e já avisei o Lawrence que só iríamos ter com os restantes, na hora da reunião para voltarmos - o Eugene acariciou o meu rosto. Comecei a ficar curiosa acerca do que ele terá feito, mas sabia que ele não me iria falar.... não, por enquanto.

- Ok, vamos que eu já estou a morrer de curiosidade - ri e ele apenas deu um curto sorriso, discreto. Eu levantei-me e vi o olhar do Eugene acompanhar-me enquanto eu me levantava. Eu tentei perceber o que ele tanto olhava e quase tive um treco quando percebi que não tinha a roupa que tinha vestido no dia anterior, mas sim uma camisola comprida, que pelo cheiro, seria do Eugene e uns shorts. Pensei em como isso poderia ter acontecido e corei ao perceber que tinha sido o Eugene a trocar-me.

- Você fica fofa com a minha camisola - ele sorriu e afastou as mantas. Só então pude perceber que ele não tinha uma camisola vestida. Ele estava de tronco nu, NA MINHA FRENTE. E pior de tudo, é que ele era lindo pra caramba. Os seus braços e barriga apresentavam alguns músculos que a devem ter desenvolvido graças a epidemia. O seu cabelo estava levemente bagunçado e ele não estava com o seu típico boné. Fiquei uns segundos a olhar ele, sentindo as minhas bochechas queimarem feito um pimentão - Quer usá-la por mais tempo? - senti as minhas bochechas queimarem por mais um tempo.

- D-depois eu v-vejo - gaguejei, olhando para o lado para tentar distrair-me do nervosismo e vergonha que me preencheram. Ele riu e levantou-se.

- Tudo bem, depois você me dá, se quiser - ele pegou o seu casaco, que estava numa mesa mais ao canto. Segui-o com o olhar e enquanto ele estava de costas, aproveitei para apreciar melhor o cheiro doce e viciante que estava presente na sua camisola. Era tão bom que me fazia querer experimentar como é que seria se eu mordesse ele. Ele terminou de se calçar e segurou a minha mão, levando-me para fora dali e fazendo-me andar pelos corredores. Olhar os cadáveres trazia-me lembranças dolorosas sobre o dia anterior, ou até mesmo, de um passado mais distante.