XVII

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- Nós vamos esperar o barco Az, você não está em condições de voar, isso não é uma opção. - Arin teimava com os braços cruzados.

- Arin, não vou deixar você ficar nem mais um segundo nesse lugar. Estamos indo agora. - O Mestre-espião arrumava as coisas ainda mancando e segurando o braço cortado para não arrebentar os pontos improvisados.

- Azriel, você ainda está se recuperando de diversos ferimentos e está mancando. Vamos esperar o barco. - eles brigavam sussurrando na caverna úmida.

- Eu não uso as pernas para voar Arin.

- Nós não vamos, nem que eu tenha que te amarrar aqui até o barco chegar. Ele vem amanhã Azriel, pelo Caldeirão. - tinham que parar com a briga, estavam falando mais do que deveriam.

- Essa é a última vez que você vem para missões aqui. - Azriel disse seco.

- Vai achando. - Arin deu de ombros.

Azriel revirou os olhos.

Ficaram em silêncio aquela noite. Azriel estava no primeiro turno da guarda e Arin arrastou o saco de dormir até o lado do mestre-espião.

- Você sempre surta em missões? Isso não faz de você um bom espião sabia? - Arin provocava.

- Nunca perco o controle. Em missão ou não.

- Uhum, claro. - Arin fez uma pausa. - Você que treina seus espiões ou outra pessoa faz isso?

- Eu treino todos. - Azriel não sabia onde ela queria chegar.

- Explicado. Conheci um espião seu uma vez, e ele me implorou pra levar informações à Rhysand só porque me viu sair da Montanha. - Azriel estreitou ou olhos.

- Meu espião fez isso? - ele perguntou.
- Uhum. Mas não vou dedurar quem. - ela estava determinada.

- Mathias nunca teve jeito. Mas ele era o único que ficou preso para fora de Velaris quando Rhys fechou as fronteiras. Entre as missões mais perigosas eu direcionei os mais experientes, mas alguém tinha que cuidar da saída de Sob a Montanha, Mathias não tinha concluído o treinamento ainda, mas fez um ótimo trabalho para o tempo que tinha de treino.

- Sim, o menino é novo. E aprende rápido.

- Sim. - Az olhava para a figura ao seu lado que conversava de olhos fechados, há um passo de dormir. O coração do espião se aqueceu com a cena. Ela parecia se sentir segura ali com ele, mesmo no lugar que estavam.

......
Azriel acordou com um barulho de galho seco se quebrando à alguns metros de distância. Ele olhou procurando por Arin e algum perigo eminente. A garota que deveria estar de guarda não estava em lugar nenhum da caverna.
O coração de Azriel gelou. Medo percorria suas veias e era bombeado de novo para seu corpo com mais força a cada batido do coração do macho.

Ele sacou duas adagas. O som de passos já era audível fora de caverna, quem quer que fosse estava vindo cautelosamente para dentro.
Azriel se pôs em posição de ataque, se espreitando por trás da entrada da caverna. Ele torturaria a pessoa até que falassem o que fizeram com Arin..
Os passos se aproximaram mais, entraria na visão do mestre a qualquer segundo. Mas parou. Ele não escutou mais os passos. Azriel se escondeu nas sombras. Ele decidiu avançar e surpreender o intruso quando em um movimento Arin estava de frente para ele com uma faca no pescoço do illyriano.

- O que você está fazendo? Porque saiu da caverna? - Azriel sussurrou furioso.

- Ouvi barulhos na floresta, só fui checar uma coisa. - Arin respondeu.

- Deveria ter me chamado. - Azriel teimou.

- Eu deveria é te dar uma surra por ser um idiota. Não ouvi barulho de pessoas, eram animais, só queria caçar algo, macho teimoso. Você está ferido e não pode usar suas lanternas azuis pra se curar.

Corte de Adagas e Sombras - Fanfic AzrielOnde histórias criam vida. Descubra agora