Cena extra 1

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Seria uma noite longa para Azriel. O filho de seus Grão Senhores nascera ontem, e Azriel viu o que pode esperar pelo parto da própria parceira. Ele testemunhou o desespero de Rhys e a quase morte de Feyra, e se não fosse pelos poderes de Nestha, sumeus Grão Senhores não estariam mais aqui. Feyre, ela estava disposta a morrer para que o bebê vivesse e ele duvidaria que Arin decidiria diferente, essa era uma escolha que ele não conseguia fazer, não conseguia imaginar perder seu filho que ainda não nasceu ou sua metade.
Deitado agora na cama deles -na casa deles- ele respirava o cheiro de Arin e deixava que invadisse cada poro dele. Com sua parceira grávida nos braços, esse era o único momento em que podia sentir-lhe o cheiro, Rhys havia colocado um feitiço de proteção ao redor de ambas as fêmeas grávidas, e quando chegavam em casa ele expandia o escudo para todo o apartamento. Aos 5 meses de gestação, Arin era um peso morto em baixo dele nas madrugadas, Rhys havia designado ela para um cargo mais burocrático e Arin odiou a princípio, mas agora com uma pequena barriga tudo ficou mais real e ela se dedicava ao novo trabalho, que era basicamente escrever as cartas que seriam enviadas à outros espiões por corujas ou receber informações que fossem enviadas diretamente à casa do campo.
Azriel pediu à Madja qualquer sinal de que o bebê apresentasse asa e o que poderia ser feito, já que Nestha teve que devolver os poderes para o caldeirão e agora não haveria quem salvar Arin caso seu filho nascesse com asas. Esse pensamento lhe tomava todo o dia desde que descobriu que a parceira esperava um filho, e ver o que aconteceu no dia anterior apenas piorou todos os pensamentos de Azriel.
- Ele pode não nascer com asas, sabia? – Arin perguntou com uma voz de sono e ele apertou mais ela em seus braços. Arin estava deitada de costas para ele, e ele podia acariciar toda a barriga da fêmea.

- Mas pode nascer com, e você viu o que aconteceu ontem. – foi difícil dizer essa frase, com toda a dor e o medo que implicavam.

- Em algumas semanas Madja pode conseguir dizer se nascerá com asas ou não. Não sofra por algo que você ainda não sabe.

- Não é porque eu não sei que não deixa de acontecer. – ela escutou ele trancar a respiração e virou para abraçar e consolar o parceiro.

- Az, quando chegar a hora a gente vai lidar com isso.

- Quando chegar a hora, pode ser que apenas eu lide com isso. – as palavras soaram mais baixo do que ele pretendia.

Arin viu as lágrimas formarem nos olhos de Az e passou a mão pela lateral do rosto dele, e o parceiro apenas se entregou à esse toque. Ela sentia que ele aproveitaria cada segundo com ela agora. Por amor. Por medo.

- Se isso acontecer, eu vou voltar e te assombrar. Eu disse que não queria nenhuma asinha me rasgando lá embaixo. – ele riu, e Arin adorou o som que saiu da boca dele.

- Se isso acontecer, eu não sei o que eu vou fazer. – ele desviou o olhar. – Não tem Nestha para salvar você agora. Não tem nada que eu possa fazer Arin.

- Não sofra por algo que ainda não aconteceu. – ela disse suavemente.

- Então admite que você acha que isso vai acontecer? – ele virou para olhar nos olhos dela.

- Malditos espiões, sempre buscando uma brecha no que a gente diz. – Azriel não sorriu agora. – Não, não acho que isso vai acontecer. Já aguentei pior que isso Az, me dê algum crédito.

- Sinto muito... que tenha passado por tanto. As vezes eu só queria ter te conhecido antes e evitar que você passasse por tudo aquilo.

- Se tivesse me conhecido antes eu não seria quem sou hoje Az, e talvez você não gostasse de mim.

- Impossível eu não gostar de você Arin. – Az passou a mão nos cabelos macios de Arin.

- Seria impossível eu não te amar também.

Eles ficaram assim por minutos, abraçados, guardando esse momento no mais fundo de suas memórias.

- Você acha que... – ele não conseguiu terminar de perguntar. Era a pergunta que ele mais tinha medo da resposta

- Que...? – os dedos de Arin passeavam na mandíbula de Az.

- Nada. Não importa. – ele disse descendo para beija-la.

Arin de imediato respondeu, Az começou com um beijo suave, apaixonado, mas as mãos que a apertavam na cintura não conseguiam segurar o desespero dele, a necessidade de sentir a parceira viva sob ele. Ele sentiu o cheiro vindo dela, Arin sempre respondeu muito bem às necessidades dele, mas com os hormônios da gravidez ela estava sedenta, e Az ficava mais que feliz cada vez que tinha que satisfazia parceira, mesmo durante o horário de trabalho.
Arin abriu mais a boca para ele, lhe dando espaço para explorar com a língua. Az poderia se perder nesse calor úmido para sempre. As mãos da fêmea passeavam por toda as costas dele, em lugares muito perigosos de ser explorados sem consequências, ela sabia exatamente qual o ponto da asa dele era mais sensível, e roçava a unha na maldita junção entre as asas, exatamente no emaranhado de nervos. Az gemeu e apertou mais a cintura de Arin, que arqueou as costas em resposta. Ele passou para cima dela, cessou os beijos apenas para ficar hipnotizado pela parceira. A fêmea ofegante sob ele, os seios agora maiores, subindo e descendo rápido com a respiração acelerada, uma barriga pequena ainda escondida com a camisola branca. Az arrastou um dedo por uma das alças e expôs o seio ali, ele quase gemeu de ver a parceira se arrepiando apenas com o olhar dele. Ele passou a mão nela, o contraste da maciez da pele dela nos calos dele arrastava o que havia de mais primitivo nele para a superfície. Arin arqueou as costas empurrando mais os seios para a direção dele, e ele abaixou para toma-los com a boca. Ele passou a língua, sentindo aquele pequeno botão duro contra si, e mordiscou de leve, Arin gemeu e seu membro já apertado nas calças contraiu em resposta. A outra mão acariciando a barriga dela, enquanto trabalhava com a boca no seio da parceira. Az se afastou, apenas para repetir o processo do outro lado.

- Como eu vou parar de fazer isso com você? – ele perguntou com uma voz rouca.

- Não pare. – ela disse falhando.

- Muito perigoso me pedir isso agora. – ele voltou a chupar o seio.

- Não me importa. – ela passou a mão nos cabelos dele, puxando-o mais contra si, e Az sorriu pelo pedido nada discreto e sugou mais forte depois disso. Ele rosnou ao ouvir a parceira gemer.

Ele se afastou, com urgência nos olhos. Pegou a camisola nas mãos, aquele maldito pedaço de tecido que estava entre ele e o alvo agora.

- Ah não, se rasgar isso eu vou usar pra te amarrar e você vai ser obrigado a me assistir enquanto termino isso sozinha!  - Arin o desafiava com os olhos e ele apenas riu.

- Eu odiaria não participar.

- Então sugiro que não rasgue essa preciosidade de renda.

- Quer que eu tire assim? – Az tirou lentamente a camisola do corpo dela, arrastando a ponta dos dedos calejados desde a perna, quadril, cintura até a lateral dos seios de Arin, que fechou os olhos e se entregou a sensação. Orgulho puramente masculino corria no peito do macho em ver o quanto deixava a parceira louca com os toques dele. Ele causava isso nela, tanto prazer, assim como ela causava nele.

- Eu tenho que tirar isso devagar também? – Az se apoiava em apenas um braço, enquanto olhava fixo para ele e enroscava o dedo na calcinha dela.

- Sim. – foi difícil para Arin encontrar palavras.

Então Az beijou o pescoço dela, mordeu de leve e desceu por todo o corpo da parceira, seu pau já dolorido implorando por atrito. Arin segurava a respiração enquanto ele roçava os dentes em todo o corpo dela, era sempre difícil se segurar perto dela. A necessidade de apenas estar dentro dela o consumia, mas ele se obrigava a se demorar, arrastando o prazer dela por quanto tempo quisesse. Ele beijou seio, barriga e pernas, antes de parar de joelhos e olhar para a fêmea que o encarava de volta e tirar a calcinha dele devagar, torturando.

Ele quase perdia a noção do mundo quando tinha Arin assim, tão molhada para ele. O cheiro que vinha dela, era tão diferente agora, o floral dela mas com o cheiro de névoa dele também, e outros cheiros que ele não reconhecia por estarem misturados, mas amava. Ele sentiu o puxão do laço em seu estômago e viu que Arin sorria com malícia diante do pedido silencioso. Ele se livrou rapidamente das calças, os olhos da fêmea brilhando com a visão dele exposto para ela.

Az entrou na parceira, devagar, abrindo espaço. Era tão difícil se segurar quando ela rebolava nele pedindo mais, mas ele sempre garantia que ela tivesse se acostumado antes de aumentar a velocidade para não machuca-la.

- Az. Mais. – ela choramingou.

- Calma meu amor. – ele estava torturando agora, e ambos sabiam.

Arin apertou as pernas ao redor dele, forçando-o a entrar alguns centímetros a mais, mas ele resistiu. Ainda sem entrar inteiramente nela, e nem fazer nenhum movimento, ele abaixou para tomar um seio dela com a boca. Arin tentava forçá-lo contra ela, tentava rebolar nele para ganhar alguns centímetros mas ele usou as sombras para mantê-la no lugar. O cheiro dela ficou mais forte, ela gritava pelo laço e talvez estivesse gritando com a garganta também, mas ele não se importava, só queria deixar ela louca de prazer. Ainda metade para fora dela, e sem se mexer, Azriel afastou a boca do seio de Arin que choramingou com a falta de contato.

- Az. – ela implorou.

- O que você quer meu amor?

- Quero você inteiro em mim.

- Assim? – ele entrou devagar mas decidido nela. Ela gemeu e fechou os olhos. Az rosnou com isso e retirou o membro quase completamente.

- Era assim que você queria Arin? Ou assim? – e ele entrou com tudo, forte, de uma vez. E saiu de novo. Ele viu a dificuldade dela em conseguir falar.

- Az. – a implorou, incapaz de formular uma frase inteira.

- Como você quer Arin? – ele começou suave, entrando e saindo. Empurrando devagar cada maldito centímetro dentro dela e recuando todos eles de volta até estar quase fora e entrar de novo. Uma vez, duas, três. A parceira de agarrava ao braço dele como se apenas isso a segurasse nesse mundo ainda.

- Você quer suave hoje? – ele continuou com os movimentos lentos, levou uma mão até o cabelo dela acariciando, desceu pelo pescoço colo e chegou ao seio, apenas brincando.

- Não. – foi só o que ela conseguiu dizer.

- Entendo. Você quer que eu te foda Arin? – ele apertou mais os seios dela. Estava tão difícil se segurar, ele sabe como ela gosta, e é como ele gosta também. Deixar que a necessidade pura os tomasse, era quem eles eram de verdade. Sempre foram assim, ambos são intensos e determinados. Ele aumento o ritmo, se entregando aos sentidos, deixando a besta feérica no comando. Era quando ele se sentia ele mesmo, macho, féerico, guerreiro, mas com uma parceira.

- Sim. – foi tudo o que Arin gritou quando ele entrou de vez nela.

Ele foi invadido com a sensação dela sendo tomada por ele, do quanto ele tinha deixado ela à beira da insanidade hoje, o quanto ela implorou para ele entrar nela. Ele sentiu a necessidade de ser estocada de novo e de novo, a onda de prazer se acumulando no baixo do ventre prestes a explodir. Arin o desestabilizava em todo sexo, ele era o macho mais feliz do mundo. Todo dia ele achava que não podia amar mais a fêmea sob ele, e ela provava que ele estava errado. Todo dia ele entregava uma parte dele que ele não sabia que existia, mas pertencia à ela. Todo dia o medo de perder essa parte dele aumentava.
Ele sentiu as paredes de Arin se contraindo enquanto os gemidos dela aumentavam. Os barulhos das estocadas e os sons que saiam da boca da parceira eram música para ele, ele aumentou o ritmo e desceu para passar língua e dentes bico da fêmea, empurrá-la para essa última onda de prazer. Arin se desfez sob ele, e ele mal conseguiu se controlar vindo logo em seguida.

- Pela Mãe. – Arin suspirou.

- Não foi ela exatamente que fez isso, sabe...

Arin riu, sem forças para retrucar.

Azriel desabou do lado da parceira, ainda se recuperando.

Ficaram assim, até que a respiração de ambos se acalmasse. Arin apenas vestiu a camisola para ir buscar um copo de água. Azriel se ofereceu para fazer isso para ela, mas ela disse que não era uma inválida e que teria que levantar para ir até o banheiro de qualquer jeito, e saiu reclamando que passa um terço do dia fazendo xixi.
Ela voltou com outro copo para ele e se jogou na cama de barriga para cima. Azriel deitou com a cabeça na altura da barriga da parceira e acariciou o filho que mal tinha crescido ainda no ventre de Arin. As mãos do espião grandes demais para a pequena barriga. Seriam grandes demais para segurar o filho? Menino ou menina? Não que importasse. Ele seria um bom pai? Como criar um filho se ele mesmo nunca teve um exemplo de pai. Viu sua mãe sofrer e viu a mãe de Rhys cuidar dos três, foram os únicos exemplos paternais que ele presenciou. A mente do mestre espião foi tomada por desespero novamente. Ele não sabia se seria um bom pai, e tinha chances de ter que fazer isso sozinho. Esse pensamento roubava as noites de sono dele antes de ver o que aconteceu com Feyre, mas depois do dia anterior... ver o quão real foi aquilo, ver a Grã Senhora morrer, o irmão quase morrer junto pelo acordo, Azriel apenas rezava que seu filho não tivesse asas. Doía pensar nisso, ele queria ensinar a criança a voar, voar com ele, ensinar a usar o vento a seu favor, a plainar com as asas -queria ensinar tudo- e doía quando rezava para que o filho não tivesse asas. Porque entre Arin viva e esse futuro, ele sabia qual ele queria mais. Uma vida sem ela não faria sentido, ele não conseguiria fazer isso sem ela, é cruel uma criança crescer sem mãe, ele queria dar ao filho tudo que não teve, começando com uma família de verdade.
Az cantou, por longos minutos, horas... Ele não se importava. Cantou baixinho para o filho e para a parceira que estava com os olhos fechados à um tempo. Azriel colocou para fora todo o medo que sentia, a promessa da felicidade, do futuro. Cantou baixinho, mas colocou amor em cada palavra que deixou sua garganta. Cantou sobre família, canções que ele ouviu sozinha diversas vezes enquanto caminhava por Velaris, em uma época que sua vida não fazia sentido, quando ele estava sozinho e sem esperança. Cantou para se lembrar de tudo o que ele conquistou, todo o amor que sentia pela fêmea ao lado e que ela retribuía com igual intensidade. Ele tentaria, por ela, não mostrar o quanto o que aconteceu com Feyre o assustou. Ele seria forte para ela, sabia que ela mesma estava assustada, e sentia mais mil coisas pelos hormônios da gravidez. 
Ele continuou cantando baixo e acariciando a barriga, e sentia as vezes um chute de leve contra a palma da mão, como se o bebê também não quisesse acordar Arin. Az sorriu ao pensar nisso, por um segundo se deixando criar a expectativa do futuro, tantas coisas seriam possíveis, fariam tantas coisas juntos.

- Você vai ser um ótimo pai Az. – Arin disse suave.

- Eu não sei como fazer isso. – ele disse depois de um tempo, com a voz fraca.

- Você vai saber o que fazer quando a hora chegar. – ele olhou para ela, para aqueles olhos brilhantes que o encaravam de volta.

- Nunca tive nenhum exemplo de pai. – ele tentou esconder o amargo na voz, mas falhou.

- Por isso mesmo que você vai ser incrível, eu não tenho dúvidas disso. Você ama esse filho? – ela perguntou suave, uma pergunta retórica, é claro.

- Amo com cada pedaço de mim.

- Então apenas mostre para ele. Ensine tudo o que você sabe, brinque e crie alguma tradição boba que será só de vocês. – ele riu, já tinha pensado em algumas coisas sobre isso. – mas também não tenha medo de corrigí-lo, de ensinar o que é certo e o que é errado, de puxar a orelha quando fizer arte e explicar que não pode morder os amigos. - ambos riram.

- Você vai ser ótima nisso. – ele sorriu e abraçou a parceira.

- Eu sei que você está com medo pelo o que aconteceu com Feyre ontem Az.

- Eu não quero perder você Arin. – a voz com pânico ameaçou tomar Azriel de novo, ele lutava para manter o controles.

- Se isso acontecer Az...

- Não Arin. Não faça isso. – deixar que ela dissesse isso era aceitar que isso era uma alternativa... Azriel não sentia que podia fazer isso.

- Eu só preciso dizer uma vez, e você só precisar escutar Az. – ele desviou olho, sabia que não conseguiria encarar a fêmea sem mostrar todo o desespero que sentia. Mas ela o puxou pelo queixo, obrigando-o a encara-la nos olhos.

- Não adianta evitar me olhar se você está gritando isso pelo laço Az. Olha para mim. – e ele olhou, toda a ternura, o amor da fêmea.

- Se o pior acontecer, você vai cuidar desse bebê, vai amá-lo. – uma lágrima escorreu dos olhos do mestre espião e ele acenou concordando com tudo. – Vai ser forte pra ele, tudo bem? Eu te amo Az e não se esqueça disso, jamais. Mas não sofra por antecipação mais, semana que vem vou ver Madja novamente e ela vai saber se teremos um bebê com asas ou não.

Arin beijou a lágrima que escorreu do parceiro e se aninhou nele. Azriel a abraçava firme, jamais soltaria ela. Não importa o que acontecesse, não importa o que descobririam na semana seguinte.

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Corte de Adagas e Sombras - Fanfic AzrielOnde histórias criam vida. Descubra agora