Eles voltaram a Corte Noturna. A viagem de volta foi ainda mais cansativa que a ida, a tensão sexual dos dois estava no limite. Encontraram alguns espiões de Hybern e inclusive outro Assassino da Ordem escondido em meio as Cortes. Azriel e Arin lidaram com todas as situações. Mas cada vez que eles saiam de uma luta, ela suja de sangue e ele segurando a Reveladora, a mente do espião voltava ao dia em que ele a capturou. E estava cada vez mais difícil continuar se envolvendo com ela. Azriel a desejava, muito, e era por isso que não podia se aproximar mais da garota. Mesmo com tudo o que ele queria continuar fazendo com ela, mesmo ela demonstrando que queria o mesmo.
A culpa por ter torturado a garota o corroía por dentro cada vez mais. Não havia desculpas para o que ele tinha feito, era obrigação dele como Mestre espião interrogar uma espiã pega circulando na sua Corte. Mas ele não podia enfiar a faca nela um dia e no outro enfiar o pau. Ele não conseguia mais separar as coisas. Arin merecia mais respeito que isso, ele confiava nela agora. Sabia que era uma boa pessoa depois de ter passado todo esse tempo com ela, a fêmea havia se arriscado diversas vezes por ele, lutado ao seu lado, cobrindo suas costas para que ele lutasse sem freios. E por a considerar uma boa pessoa, sabia que ele não era apropriado para ela. A noite na caverna e os demais dias tinham sido um erro, e as manhãs seguintes a cada uma das vezes que tinham dormido juntos era uma ilusão que tudo ficaria bem. Mas não ficaria, se ela não visse o quão sujo ele era para se afastar por conta própria, ele faria isso por ela, e devagar, nos últimos dias de missão se falavam apenas para informações básicas.
Você não pode dar prazer à ela com as mesmas mãos que torturou pessoas, que torturou ela. Você não é digno de alguém como ela Azriel. Você já foi longe demais e não pode deixar isso acontecer. Ela está frágil por ter passado meses presa, não está pensando direito e você se aproveitou disso. Rhysand nunca vai te perdoar.
Inferno, por que ela tinha que ser tão boa? E por que tinha aceitado ele tão fácil? Por que ela se encaixou nele perfeitamente mesmo como humana, sendo bem menor que ele? Ela em pé ficava na altura do peito de Azriel, como feérica alcançaria no máximo o ombro do guerreiro. Pela Santa Mãe, você não tem controle nenhum perto dela?
Estava voando com a fêmea nos braços, já avistavam a Casa do Vento. Céus, como estavam cansados. Ele pousou na varanda do quarto dela, entregando a pequena bolsa da fêmea. Já anoitecendo, mas para eles que estavam em um ritmo noturno, era como se o dia começasse agora.
- Vou me reportar ao Rhysand quando amanhecer, não precisa ir. Você pode tirar a semana de folga também, está liberada dos treinos de manhã.
- Não falto com meus compromissos encantador. – ela disse séria. – Estarei lá amanhã cedo.
Azriel acenou com a cabeça e voou para sua própria sacada. Estava cansado demais para argumentar. Apenas encheu a banheira e ficou lá por horas, quase a madrugada toda, refletindo sua situação com a garota. Céus, ele esperava nunca mais precisar ficar tanto tempo em uma missão assim com ela. Ele não aguentaria, e acabaria cedendo às tentações, e isso não podia acontecer de novo.
Amanheceu, e ele já estava esperando Rhys na porta do escritório do Grão Senhor quando ele apontou no corredor acompanhado do General.
- Você vai participar também? – Azriel perguntou à Cassian.
- Sim, podem ter informações importante sobre uma possível Guerra. Quero estar a par o mais cedo possível. – respondeu o General, sua voz era de um comandante.
- E o treinamento? – Azriel estava preocupado, se ambos não estivessem lá quem treinaria as sacerdotisas?
- Pedi para Nestha, Emerie e Gwyin assumirem hoje. – Azriel franziu o cenho. – Elas melhoraram muito desde a última vez que as treinou irmão.
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Corte de Adagas e Sombras - Fanfic Azriel
FanfictionArin, considerada a Princesa da Ordem dos Assassinos é enviada para uma missão em Sob a Montanha, onde conhece pessoas que mudariam sua vida para sempre, como Logan e Rhys, que a considerava uma irmã no meio de todo aquele inferno, mas nem tudo sai...