XXXXII

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Az a pegou no colo e não soltou mesmo quando Madja examinava a parceira, viu todas as feridas vermelhas dela que estavam cicatrizando. Toda a família estava em volta deles enquanto a curandeira gentilmente retirava as roupas de Arin, quando garantiram que Az não surtaria deixaram os três a sós para tratar dela. Madja que nunca tivera o dom da delicadeza, era gentil em cada movimento que fazia na garota. Azriel estava tão cansado e tão aliviado de estar ali com Arin a salvo que não tinha forças para agradecer, apenas segurava a cabeça dela em seu colo enquanto a curandeira passava pomadas e pomadas na parceira. Sua parceira, que finalmente estava livre e segura, em seus braços, onde receberia amor e carinho todos os dias a partir de agora.

- Vou mantê-la aqui por alguns dias e depois quero que a traga diariamente até que tudo esteja cicatrizado. Ela tem danos em quase todos os ossos e foram curados só superficialmente, vai levar semanas antes que possa fazer algum esforço físico novamente. - ela o olhou até que ele concordasse que entendeu o recado.

- Ela aguentou firme Azriel, fique orgulhoso dela.

- Eu estou. - e ele estava. Ele apenas a mantinha deitada em seu colo, não a soltaria nunca mais.

- Madja? - ele chamou.

- Sim?

- Pode me dar os venenos que Arin pediu quando chegou aqui?

- Qual deles?

- Todos os nove.

......
Azriel não deixou a parceira por um minuto inteiro nos três dias que ela passou desacordada. Ele limpava o suor que brotava na testa dela devido a febre e a cobria quando começavam as tremedeiras. Ele acariciava os braços dela para conforta-la caso estivesse tendo pesadelo e massageava as pernas quando ela tinha espasmos. Madja disse que tudo estava normal, o corpo dela estava se recuperando bem e isso era esperado, e que ele não precisava se preocupar porque a mente dela estava apenas desligada logo ela não tinha pesadelos. Mas nada disso impediu o espião de enviar imagens deles pelo laço e de cantar para ela enquanto ela não acordava.

- Sabia que você era bom com a boca, mas não sabia que cantava tão bem. - a voz dela era baixa e rouca pela falta de uso nos últimos dias.

- Está acordada? - ele voou até a cama dela.

- Espero que sim. Ou eu morri e tem um anjo me olhando. - ele sorriu para a cantada ruim.

- Você já foi melhor nisso meu amor. - Az passou a mão dele sobre a dela, acariciando de leve as marcas vermelhas ali. - Como está se sentindo?

- Parece que um exército lutou em cima das minhas costelas. - ele sorriu. - Mas nunca me senti melhor.

- Isso é provavelmente os analgésicos de Madja. Ela te deu coisas que nem Cassian recebeu quando voltou da guerra. - ela riu e se interrompeu quando a costela doeu.

- Desculpe. - Az pediu baixinho e abaixou a cabeça para tocar a testa na da parceira em um pedido físico de desculpas.

- Você me salvou Az. - ela sorriu feliz, emanava amor e alívio.

- Não foi nada perto do que você fez por mim. - Az apertou as mãos para enfatizar como se sentia. Ele nunca mais a chamaria de Princesa.

- Eu faria...

- Não. Arin... Depois. Primeiro descanse e se recupere, depois falamos disso. - ela concordou.

- Deita aqui comigo? - ela pediu, o sorriso sumindo do rosto.

- Claro meu amor. - com muito cuidado para não machucar ela e nem tropeçar em nenhum fio de soro ele se aconchegou ao lado da parceira, passando a mão por baixo da cabeça dela, trazendo-a para seu peito.

- Está tudo bem? - ele perguntou.

- Tenho medo de dormir e ser acordada com água fria de novo.

- Não vai mais acontecer Arin, nunca mais. Eu te dou minha palavra. - era a palavra do juramento de fidelidade que palpitou no coração dela, escrevendo essa promessa na alma de ambos.

- Eu estava com tanto medo Az. - ele sentiu as lágrimas molharem a camisa dele, ele reforçou o abraço, as sombras formaram um cobertor de conforto para ela.

Arin sorriu.

- Você sabia que elas imitavam você? - a garota perguntou. - Elas me abraçavam com o tamanho exato dos seus braços, até trouxeram seu cheiro para mim. E quando tudo estava acontecendo - ela engoliu seco - elas subiam pelas minhas costas e me faziam carinho.

Az não queria interromper a parceira, ele acariciou o braço e as costas dela, devagar, testando se ela se encolheria ao toque dele. Pelo contrário, Arin se inclinou na direção das mãos do encantador.

- É estranho se eu falar que amo elas?

- Nem um pouco. - Az ergueu um dedo e as sobras se enrolaram nele. - Eu também amo.

- A gente devia dar um nome pra elas. - Arin disse bocejando.

- Elas não são um cachorro Arin. - ele tentou brincar para aliviar a parceira. - Talvez a gente deva arrumar um, você pode colocar o nome que quiser.

- Ou a gente podia ter um filho. - Arin disse já embalando no sono, deixando Az sem saber se ela estava alucinando ou não.

Corte de Adagas e Sombras - Fanfic AzrielOnde histórias criam vida. Descubra agora