XXXI

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Arin estava empolgada. Não tinha se esquecido de agradecer Azriel, não planejou o que falaria pra ele, ia explicar o suficiente e torcer para que ele a perdoasse pela demora.

Azriel chegou no momento exato que tinham combinado. As sombras estavam densas ao redor dele. Vestia uma camisa preta, calça preta e coturno. Ficava tão bem nele quanto o traje de combate e o couro illyriano.

- Tem algum lugar em mente? – Azriel perguntou.

- Na verdade, não.

Ele acenou com a cabeça. Sem falar nada, ela se aproximou do macho e ele deu outro passo à frente em resposta, diminuindo a distância entre eles à zero, passou um braço pela cintura e o outro pelos joelhos.

Azriel não conseguiu se impedir de segurar ela um pouco mais forte do que deveria. Precisou de uma batida de coração para saltar com ela nos braços.
Arin se agarrava a ele e observava a cidade, com a cabeça apoiada no peito do macho.

Se não tivesse sentado quando a fêmea voltou hoje cedo, teria caído de joelhos, aliviado que ela não tinha ido embora.
Passou o dia remoendo o que seria a conversa que ela queria ter. Milhões de possibilidades foram analisadas.

Ele voou com ela sobre a cidade antes de descer. Lá de cima viam as luzes, pequenas e distantes. As vozes e risadas tão baixas que o vento levava embora. Nesse momento só existiam eles, e o mundo. Com os braços ao redor do pescoço dele, Arin iluminou o rosto do macho com seu olhar. Era profundo e sincero. Daqueles que não precisa de palavras pra expressar o que queriam. Ela estendeu os dedos e sombras se enrolaram por eles tomando caminho para todo o corpo da garota. Eles compartilhavam a eletricidade da altitude e a brisa fria da noite.

Lentamente, Az desceu por uma rua calma. Não soltou a fêmea de imediato, apenas a segurou estendendo isso por quanto tempo fosse possível. Quando ela desceu, a perda do contato com a pele dela se fez doloroso. Az tinha tomado uma decisão essa semana. Depois de Arin quase morrer em suas mãos, ele tentaria conquistar ela. Como um macho decente, tentaria ser honrado para ela. Sabia do passado da fêmea, e sabia que ela não queria outro alguém, mas talvez... talvez ele conseguisse ajudar ela a superar, não substituir o outro macho. Mas superar, juntos.

Eles caminharam curtindo a música da cidade. Az a levou a um pequeno restaurante que tinha em uma rua movimentada.

Ele puxou a cadeira quando ela ia se sentar. Pediu o que sempre pedia e o vinho que mais gostava. Arin nunca tinha visto o macho bebendo vinho, apenas deduziu que não era do gosto dele, e não porque ele sempre se sentia responsável pelos outros... como Mestre-espião ele achava que era sua responsabilidade sempre estar atento e nunca baixar a guarda. Azriel pagou a conta e deu o braço para ela encaixar o dela quando deixaram o restaurante.
Tinham conversados assuntos leves e soltaram algumas risadas. Nada que envolvesse espionagem ou missões, Cortes ou Guerra.

Caminhando por uma ponte, Arin parou e olhou para ele, tomando coragem falou:

- Az eu queria me desculpar. – ela encarava o chão.

Ele olhou confuso para ela.

- Eu confiei que você me alcançaria naquele dia. Não estou dizendo que me passou pela cabeça que você não conseguiria. Eu sabia que me ajudaria a tempo, sabia que você chegaria. – ela respirou. – Mas deixei você preocupado.

Preocupado fora pouco para o que Azriel sentiu no momento, ele estava desesperado.

- Não precisa se preocupar com isso.

- Eu também queria agradecer. Você não precisava ter ido até lá, sei que vocês descobriram que eu estava lá e você foi ajudar. E sei que se você não tivesse lá, provavelmente não teriam a mochila com os ingredientes dos feitiços.

Corte de Adagas e Sombras - Fanfic AzrielOnde histórias criam vida. Descubra agora