| Dulce |
Flashback on
Christopher: está maluca, Dulce? - Christopher fala irritado quando para o carro pra eu entrar. Estou na rua de trás da casa dos meus pais.
Dulce: o que você disse? - Pergunto incrédula.
Christopher: que você está maluca! Custava me esperar em frente a casa dos seus pais? Prefere ficar se arriscando por aí por pura infantilidade!
Dulce: eu só caminhei até a rua de trás, menos de cinco minutos, qual o problema? São três da tarde, o bairro é tranquilo. Caralho, que saco!
Christopher: sério mesmo que você acha que não corre riscos andando sozinha por Condesa? É um bairro que atrai criminosos por conta da condição financeira dos moradores, não é difícil algum carro parar e te abordar, ainda mais porque estava falando ao celular. Encontrou quantas pessoas pelo caminho? Porque essa rua aqui não tem uma viva alma! - Gesticula. - E sabe o que é pior? Tudo por um motivo besta! - Joga as palavras.
Dulce: não... - Coloco uma mão na testa e rio de nervoso. - Hoje você e minha mãe tiraram o dia para me irritar, não? Porra, se só de nos ver na frente de casa ela transformou isso em um evento e no assunto do nosso domingo em família, se te visse parado para me buscar ela apareceria no portão só para fazer uma entrevista com você! Eu não aguento e não gosto disso, Christopher, cobranças de todos os lados! - Grito e ele respira fundo.
Christopher: estou começando a concordar com tudo que sua mãe te diz! - Fala dando partida no carro.
Dulce: que? - Não posso acreditar no que ele estava falando. Tento abrir a porta mas ele as trava na hora e sai com o carro. - Vamos chegar no seu apartamento, vou pegar minhas coisas e você vai me deixar em casa! - Falo pausadamente e completamente irritada. Ele olha tranquilo para o caminho e ignora o que eu disse.
Se eu tinha alguma dúvida sobre a mudança de comportamento de Christopher, agora já não tenho mais. Ele está se mostrando impaciente, sinto ele distante, acredito que chegou o momento de interromper nossas transas. Com certeza ele tem alguém e agora quer priorizar essa pessoa e não sabe como me falar, e eu é que não vou ficar com fama de trouxa quando na realidade não temos nada além de amizade e eu tenho consciência disso, ele não pode ter receio de me falar nada achando que sinto algo por ele e que posso sofrer. Coitado!
Depois de irmos o caminho todo em um completo silêncio, chegamos na cobertura de Christopher. Um celular estava tocando no sofá da sala, ele pega o celular e olha para a tela e profere um palavrão, caminha para o escritório, bate a porta com força e se tranca lá, me aproximei da porta mas não consegui ouvir muita coisa, ele falava alto e parecia estar muito nervoso, mas eu não conseguia entender o que ele dizia. Nesse momento esqueço completamente que ia pegar minhas coisas e sair da casa dele, e fiquei preocupada, queria que ele saísse logo e me contasse o que estava acontecendo, realmente fiquei preocupada com ele.
Christopher: o que você está fazendo aqui? - Aproximadamente quinze minutos depois ele sai do escritório e paralisa ao me ver na porta, meu coração acelera.
Dulce: eu fiquei preocupada, nunca te vi assim... O que está acontecendo, Christopher? - Ele respira de forma acelerada e me encara sério, se aproxima de mim e cola nosso corpos me abraçando forte pela cintura. - Christopher... - Rio nervosa tentando me desvencilhar dele e ele cola nossas testas e noto que ele fecha os olhos.
Christopher: Dul...
Dulce: o que? - Sussurro e ele respira fundo. Nesse instante me entrego totalmente ao momento e algo em mim grita por um beijo dele, não perco tempo e selo nossos lábios. Foi um beijo desesperado e repleto de desejo, claro, Christopher dosou com uma porção de carinho também. Parecia que toda a tensão dos nossos corpos estava saindo alí, precisávamos de mais, aquele beijo ainda era pouco. Ainda com nossos lábios colados, Christopher nos guia até o enorme sofá da sala e me joga nele se deitando em cima de mim. Não sei se é possível, mas aquela transa conseguiu superar todas as nossas outras, que eu achei impossível de serem superadas. Christopher estava mais feroz do que nunca, de um jeito que ainda não tinha provado, e posso dizer que não fiquei muito atrás. Foi algo repleto de desejo, desejo, desejo. O mais puro desejo.
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Nosso Plano (Vondy)
Hayran KurguChristopher von Uckermann, 30 anos, Cidade do México, empresário e herdeiro de uma tradicional loja do ramo de peças para carros importados fundada por seu avô vindo da Suécia há 48 anos. Dulce María Saviñon, 30 anos, Cidade do México, advogada por...