Alpha species, omega genus •jeon Jungkook• +18

01

M:S/n, sai desse quarto e vá comprar o café da manhã. -Grita, do andar de baixo-

Eu:Fuck...

Coloco o livro que estava segurando em cima da cama e saiu do quarto pisando fundo.

Eu:Cadê a grana? -Pergunto, com tédio ao chegar na cozinha-

M:Em cima da bancada. -Fala, sem ao menos olhar pra mim-

Pego a grana e saiu de casa, vou até a garagem pegar minha bike, coloco meus fones de ouvido e subo na bicicleta. Pedalo pelas ruas iluminas de Seul, passo pelas árvores cheias de flores, o chão repleto de pétalas. Um sonho para muitos é ver essa maravilha, era meu também, mas passou a não ser.

Via muitos vídeos de YouTubes que viajavam pra cá, viviam saindo para baladas, comiam de tudo mais, todos da escola/faculdade os amavam, sempre estavam ao seus lados perguntando sobre o Brasil. Há...eu sonhava em um dia viver tudo aquilo.

Porém, é tudo uma farsa! Morar na Coreia é um saco. Padrões, bullying, coisas caras, porqueiras pelos cantos.
Estou no último ano da ensino médio e desejo que o ano passe voando. Todos naquela escola me odeiam e eu não sei o pq.

Antes de vir eu imaginava toda a minha personalidade perfeita para conseguir muitos amigos. Imaginava nossas conversar, que eu teria que falar tudo sobre o Brasil e coisas boas de morar lá, e etc... Eu desejava e sonhava em encontrar um garoto lindo que gostasse de mim, começariamos sair, virariamos super amigos, eu me apaixonaria e depois ele. Só que na escola onde estudo, só tem garotos estranhos e filhos da puta.

A única coisa que consegui quando cheguei aqui foi hematomas, traumas, tempo livre, dias sem dormir e tudo de pior. Talvez eu tenha sido a brasileira sem sorte.

Me assusto com um barulho alto de carro, viro a bicicleta pro lado rapidamente, mas acabo batendo em algum animal. Acabei caindo com tudo na grama de alguma casa.

Eu:Desgraça! SEU FILHO DA PUTA! ONDE JA SE VIU ANDAR DE CARRO NA CALÇADA, PORRA??? -Grito, furiosa-

Me sento do chão. Uma dor insuportável toma de conta da minha coxa, olho para a mesma a vendo toda ferrada.

Eu:COREANO VAGABUNDO! AAAAAAAAAAH...EU ODEIO MINHA VIDA, DEUS! -Começo a socar a grama com toda a minha furia-

Escuto um barulho, olho para o asfalto e lá vejo um coelho.

De onde diabos isso apareceu????

Arregalo os olhos ao perceber que foi eu a causadora do esmagamento do bichinho. Me levanto rapido é corro até o animal branco e fofinho, a sangue em sua patinha.

Eu:Meu Deus...não...céus...caralho...
-Praguejo, desesperada-

Tiro meu casaco e coloco o animalsinho dentro dele e o enrolo com cuidado. Me sento na grama novamente e observo o animalsinho, tento não chorar.

O meu defeito é pouco me fuder para o que acontece com humanos, mas se é um animal, eu me sinto horrível e tenho vontade de me jogar de um prédio.

Eu:Desculpa, desculpa, desculpa...-imploro desesperada- eu...eu vou ajudar, não morre. -Peço olhando para os olhinhos pequenos do coelho, olhos esse que estão quase fechados-

Coloco o bichinho com cuidado da cesta da minha bicicleta e pedalo até a farmácia mais próxima. Entro no local com ele em mãos e vou rápido até a cessão de curativos e remédios. Pego todos que vou precisar e vou até o caixa, pego do meu próprio dinheiro, dinheiro esse que eu estava guardando para comprar roupas.

Saiu do local e vou até uma praça ali perto, sento debaixo de uma árvore, coloco o bichinho no chão junto da jaqueta e analiso sua patinha. Quando encosto o dedo nela, o bichinho me morde.

Eu:Ai, caralho...-Murmuro-

Não sabia que coelhos podiam morder.

Eu:Calma, eu so vou ajudar. Tá doendo? Tá. Mas eu preciso cuidar disso, entende? Não? Ok, mas finge que entende. Olha, eu fiz isso, então tenho que cuidar, ok? Ok.

Começo a passar uns produtos que devem arder já que o bichinho faltava arrancar o coro da minha mão e do meu braço. Passei uma faixa para nada bater e infeccionar o machucado. O enrolei bem na minha jaqueta e o coloquei na cesta direitinho, peguei o remédio e joguei com tudo na minha coxa.

Me segurei para não gritar e xingar todos do mundo.

Eu:Porra...-Murmurei, sofrida-

Limpei com um papel mesmo e me levantei, subi da bicicleta e fui comprar o café da manhã.

Ao chegar em casa, coloquei as cousas rapidamente no bancada e subi com o bichinho. Minha mãe não podia ver se não mandaria eu devolver aonde eu peguei. Coloquei ele em cima da minha cama, tranquei minha porta, fui até minhas caixas de sapato, coloquei roupas minhas lá dentro e depois coloquei o bichinho com cuidado para não machucar mais sua perninha.

Ele ficou me olhando com aqueles olhos enormes. Eu estava me sentindo mal, muito mal.

Toquei a testa no chão a frente dele e choraminguei.

Eu:Me perdoa, coelhinho, me perdoe. -o olhei- a culpa foi daquele filho da puta no carro!  Desgraçado! Aaaaah...-bati a mão no chão- se eu pudesse, eu daria uma voadora nele ou quebraria a janela de seu carro, mas talvez eu nunca mais o veja por ai.

Me deitei no chão e fiquei olhando pro teto.

Eu:Coelho, você será meu amigo coreano. -o olhei e ri- meu único amiguinho. Você tem nome? -perguntei, mesmo sabendo que não receberia resposta- serio? -ri, fingindo que ele falou algo- Que patético...eu pareço uma louca falando com um animal que quase matei. Não vamos guardar mágoa, ok? -Estendi minha mão na direção dele, mas o bichinho virou as costas- Eii!! -abrir a boca, ofendidissima.- nao ouse virar as costas a mim, coelho! -me sentei no chão e ri- eu preciso de um médico urgentemente.

Me levantei e fui ate a janela, olhei um pouco lá pra fora e logo a fechei e cobri com minha cortina. Acho lindo a primavera, mas prefiro o inverno escuro e frio. Tirei meu shorts e minha blusa listrada, fiquei somente de calcinha e top. Fui até meu espelho que vai do chão até o teto e analisei o arranhão em minha coxa.

Eu:Que merda!

Peguei uma atadura e contornei toda minha coxa. Olhei para o coelhinho que me observava com aqueles olhos medonhos de tão grandes e arregalados.

Eu:Você é macho ou fêmea? -Perguntei, novamente sabendo que não receberia resposta-

Ele apenas ficou balançando o focinho rosado e pequeno.

Eu:Você é uma gracinha.

Fui para minha cama, coloquei meus fones e comecei a ler meu livro novamente. Minhas férias estão acabando então tenho que aproveitar o máximo.