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B I A N C A_on__________________________

Acho que estou surda. Não consigo escutar nada além de um zumbido de mosquito maldito. Estou a uns 10 minutos olhando para o teto branco sem me mexer, sem poder me mexer. Parece que meu corpo esta colado em uma cama de hospital desconfortavel, mas não sinto as amarras.

Xx:Olha quem acordou!

Direciono para a cabeça masculina que se pós a cima da minha. Em seu rosto a um óculos ridículo amarrado com uma cordinha nos cabinhos. Ele é calvo e feio. Um veio feio.

Xx:Agora podemos voltar a continuar com o procedimento. -Sorri largo me dando a visão de uma seringa em sua mão. Ele aperta um pouco a seringa até uma gota amarelada sair e logo direciona em meu braço.

Arregalo os olhos e tento me debater, me soltar, mas não consigo. É como se várias mãos estivessem me mantendo parada ali. O pequeno penicar da agulha entrando me faz paralisar e me contorcer com a dor infernal do líquido.
Quero gritar, mas algo prende minha boca fechada. É como várias agulhas se enfiando em meu corpo ao mesmo tempo.

A dor é tanta que sinto uma vontade imensa de desmair. Consigo ver a morte sorrindo a cima de mim e isso me assusta. Lágrimas silenciosas se escorrem pelas laterais dos meus olhos, molhando minha orelha e estofado. Onde está meu Coelho dotado?

Meu rosto é tocado por mãos plásticas e virado para o lado me dando visão do que estão fazendo comigo. Meu coração acelera como nunca assim que vejo um ponto preto com várias linhas espalhadas por meu braço como um vírus. Uma bolsa de sangue balança em um aparelho ao lado da cama, tem um balde exalando um cheiro horrível de vomito ao lado da cama e algumas celas pequenas fechadas um pouco longe de mim.

O mesmo médico volta com outra seringa com o mesmo líquido amarelado brilhoso, deixando-me em estado de convulsão. A algo amarrando meu pulso contra a maca e consigo ver algo brilhoso como uma corrente um pouco mais abaixo da cama. A seringa entra em meu braço e mais lágrimas silenciosas descem por meus olhos.

Assim que ele termina, algo amargo sobe em minha garganta e um cheiro forte de sangue começa a surgir. O medico acena para alguém e esse alguem vem rápido, me virando de lado em direção ao balde. Começo a vomitar uma coloração vermelho grosso, quase preto. Mais lágrimas descem a medida que vou jogando tudo aquilo para fora de mim. Dentro de balde, antes, havia uma coloração vermelho vivo, mas está se contaminando com o sangue preto.

Minha garganta queima e meu corpo começa a tremer, deixando todos ali em alerta. Meu corpo se debate contra a maca sem minha ordem, meus olhos se reviram e sinto que meu coração vai furar meu peito e causar um enorme estrago. Pela primeira vez sinto meu corpo, mas de uma forma fraca.

A agulha entra na pele do meu pescoço e mãos começam a retirar as amarras do meu corpo com rapidez. Sinto que estou livre, mas isso não dura muito. Meu corpo vira para o lado e caiu com tudo no chão, batendo o braço na balde de sangue e me sujando toda. Tento me levantar desesperadamente, mas não tenho força em nenhuma parte do corpo.

Xx:O que faremos?

Xx:Deixe-a sair e veremos se funcionou.

A porta de metal se estala assim que o médico a abre. Mãos seguram em meus braços e me jogam para fora da sala, e rapidamente a fecham e me olham por uma portinha de vidro na porta, como se eu fosse algum tipo de bicho contagioso. Olho para os lados com a visão embaçada, sentindo minha garganta seca e meus lábios rachados. Bato em meu peito tentando me acalmar, mas meu coração parece um louco.

Mais sangue sai por minha boca em uma tosse dolorosa. Me assusto e me afasto desesperada da poça de sangue com os pés descalços. O barulho de tiro começa a soar. Estranhamente, me ponho em pé e saiu arrastando uma perna agarrada a parede, deixando um rastro de sangue no chão e nas paredes.

Alpha species, omega genus •jeon Jungkook• +18Onde histórias criam vida. Descubra agora