Capítulo 6

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MAITÊ

  Meu final de semana foi divertido, tive meu primeiro PT e aquele grupo não perdoa, gravaram tudinho, confesso que eu queria era me esconder depois de ver aqueles vídeos, jurei pra mim mesmo que não brincaria nunca mais com aquele jogo, como as pessoas podem gostar de beber e ficarem dessa forma no outro dia? Ressaca não é uma coisa legal.

Decidi ficar um tempo a mais na universidade hoje, Aline havia comentando que eles disponibilizavam uma biblioteca para estudos, só não contava que Guilherme me faria companhia. Ele era um cara legal, tinha um bom papo, eu até que gostava da companhia dele mas ainda assim, ficava desconfortável ao seu lado, por causar um efeito que ainda não sei bem o que significa. Confesso que fiquei com uma pulga atrás da orelha quando me revelou que "quase cometeu o erro de casar."

Aquele lugar era dos sonhos, era gigantesco, se não fosse por ele, me perderia fácil naquelas estantes com milhares de livros. Eu conseguia sentir os olhos dele queimando sobre mim a todo momento, eu já estava constrangida então chamei sua atenção e acho que nem ele havia percebido, gaguejou e abaixou a cabeça para olhar o livro em sua frente.

Confesso que uma vez ou outra, meus olhos se erguiam para encara-lo, Guilherme parecia ser diferente de qualquer outro cara, gostava de ler, estudar pelo menos, ganhando um ponto positivo comigo. Observei cada detalhe do seu rosto, nariz, boca, olhos, sobrancelhas, seu maxilar bem desenhado, mas toda vez que seus olhos cruzavam no meu, sentia meu coração querendo pular pra fora, um sorriso sem graça surgia dos meus lábios e eu tentava disfarçar rapidamente, desviando os olhos para os livros.

Ouvi um suspiro vindo dele, ergui a cabeça e o vi fechando o livro, olhando em seguida o relógio em seu pulso e arqueando uma de suas sobrancelhas:

– Caramba! Já está tarde.

Seus olhos cruzaram com o meu, mas rapidamente peguei meu celular pra olhar e assustei quando vi que a hora havia voada, sem perceber.

– Droga! Tenho que ir pra casa.

– Eu te levo, não se preocupe.

Olhei pra ele.

– Não se preocupe, de qualquer forma eu iria ficar aqui.

– Eu sei, mas olha que engraçado, eu estou aqui e morrendo de fome, você deve estar também, então podemos comer alguma coisa e depois, te levo para casa.

Nessa hora, parece que meu estômago deu o ar das graças, fazendo um barulho horrendo, Guilherme gargalhou e eu queria só me esconder debaixo dessa mesa.

– Vamos! Sua barriga está em protesto.

Não disse nada, apenas me levantei, passamos com a moça que cuidava da biblioteca, assinando um termo do livro que pegamos. No caminho fomos em silêncio, foi confortável, o único barulho vinha da música tocando no rádio e da minha barriga escandalosa.

Me surpreendi quando ele parou em frente a uma lanchonete simples, na minha cabeça já estava pensando em como iria comer em um lugar chique e mais, como eu iria pagar, mas Guilherme era cheio de surpresas. Entramos no local, agradeci sem graça quando puxou uma cadeira para mim se sentar, isso não estava me ajudando, será que ele tem algum defeito?

Uma moça veio pegar nosso pedido, ela mais se jogou pra cima dele do que outra coisa, mas ele a ignorou, só que o resultado disso? Meu lanche veio errado, Guilherme fez a questão de reclamar e fazê-la levar de volta, a mesma ficou completamente envergonhada.

– Você não precisava ter feito isso.

Ele deu de ombros e sorriu.

– Não é justo seu lanche vir errado. Desculpa, de certa forma a culpa foi minha, eu fui a distração.

Uma parte de mimOnde histórias criam vida. Descubra agora