Capítulo 35

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MAITÊ

Dois dias! Dois dias da notícia de que haviam encontrado o Gui, hoje era o dia que finalmente, eu o veria depois de quatro meses e meio. 
Ganhamos alta e já estávamos instaladas no apartamento. Esse ambiente ficou pequeno para todo mundo, era uma festa ao saber que Gui foi encontrado e também com a princesinha que veio ao mundo, todos pareciam uns babões, engraçado como um tisquinho de gente podia nos deixar assim, bobos.
Nossos amigos até queriam ficar para a sua chegada mas com a suspeita da sua perca de memória, talvez fosse informação demais para o Gui, então deixaremos para eles se reencontraram um outro dia.

  Nossos amigos até queriam ficar para a sua chegada mas com a suspeita da sua perca de memória, talvez fosse informação demais para o Gui, então deixaremos para eles se reencontraram um outro dia

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Valentina estava de bainho tomado e tetê tomado, dormia feito um anjo, agora, vão dizer que não é a coisa mais linda desse mundo? Eu não consigo passar um minuto se quer, sem admira-lá.
Ouvi a campainha tocando, senti meu coração acelerando, será? Será que era ele? Olhei mais uma vez para ela e no segundo toque, corri para atender a porta, mamãe havia saído para ir ao supermercado. Antes de abri-la, parei em frente a mesma, esfreguei minhas mãos em minha roupa, nervosa, eu não sabia como iria encontrá-lo. Coloquei a mão no trinque e respirei fundo, abri a porta, encontrando meus sogros com um sorriso enorme no rosto, cada um deu um passo para o lado me dando a visão, do amor da minha vida, é ele! Guilherme está vivo!
Me joguei em seus braços, não pude segurar as lágrimas, senti receio dele em me abraçar de volta, talvez pela falta de memória, segundo o homem que entrou em contato, disse que ele não se lembrava de nada da sua vida e pelo visto ele não lembra mesmo.
Assim que me afastei, encontrei com seus olhos, ah meu Deus, eu não acredito, ele está aqui, na minha frente! Como eu sonhei com esse dia, como esperei por isso.
– É ele não...
– Não lembra. - Completei a fala da minha sogra.
– Desculpa por isso. - disse ele.
Sorri ao ouvir sua voz, sua mão automaticamente vieram para o meu rosto na tentativa de enxugar minhas lágrimas mas eu chorei ainda mais, podendo sentir seu toque, ele pode ter perdido sua memória mas o meu Gui, continuava ali.
– É, entrem.
Me afastei, dando espaço para que pudessem entrar. Guilherme entrou sem jeito, com as mãos no bolso, observando o apartamento. Pude olha-lo melhor, ele estava mais magro, isso era fato, mas aparentemente parecia bem, tudo que eu queria, era beija-lo agora, mas eu... eu não posso assusta-lo.
– E onde está Valentina?
– Ah no quarto. Eu acabei de dar banho nela e amamentar, agora está dormindo. - Esfreguei minhas mãos em cada braço.
– Então, nós vamos vê-la e deixar vocês sozinhos. Tudo bem para você meu filho?
Guilherme apenas a olhou, pude ver a ansiedade em seus olhos de querer também conhecer a filha mas concordou com a cabeça.
Os dois nos deixaram a sós, apontei para o sofá e assim sentamos. Gui apoiou as mãos sobre sua perna e esfregou, parecendo um pouco nervoso.
– Esse é o nosso apartamento?
Ele me encarou, olhando em em meus olhos, dei um sorriso de canto.
– Na verdade, é seu apartamento. - Sua testa franziu. – Nós ainda não estávamos morando juntos. É... quando aconteceu seu acidente, minha casa havia sido tomada pelo fogo, fiquei esse tempo na casa do Dodô, eu vim para cá depois da notícia que tivemos de que você estava vivo, antes eu não tinha coragem. Tanta coisa aconteceu nesse tempo sem você Gui.
Suspirei e olhei para cima, tentando segurar as lágrimas mas foi em vão. Abaixei minha cabeça, senti sua presença mais próxima e quando eu menos esperei, seus braços me envolveram em um abraço apertado, onde eu desabei ainda mais.
– Eu sinto muito! Imagino que não deve ter sido nada fácil para você.
Envolvi meus braços nele, deitando minha cabeça em seu peito, podia sentir seu coração acelerado, a sensação de estar em seus braços novamente, ah meu Deus, não tenho palavras que explique o que estou sentindo.
– Desculpa! Tudo deve estar tão confuso para você.
– É um pouco estranho não lembrar de nada. Mas onde eu estava, eu sentia que não era o meu lugar, que não era a minha vida e agora aqui, parece que estou exatamente aonde eu deveria estar.
Afastei minha cabeça para poder encontrar seus olhos, um pequeno sorriso surgiu em seus lábios me fazendo desviar o olhar para o mesmo, ah que saudades eu estava de ver esse sorriso.
– Você... sente isso mesmo? - Voltei a cruzar nossos olhares.
– Sinto. Olha o meu coração, está acelerado! - ele pegou minha mão e levou para o seu peito. – Eu não me sentia assim perto da Larissa... - ele fechou seus olhos e balançou a cabeça, voltando a abri-los em seguida. – Bianca, seu verdadeiro nome era Bianca.
– Larissa? Era esse o nome dela?
– Sim, e disse que eu me chamava Pedro.
– Que vagabunda! - Disse incrédula e rapidamente me desculpei. – Me desculpa pelo palavrão.
Guilherme soltou uma risada, fazendo minha pele se arrepiar, que saudade desse som, na verdade, saudade de tudo dele. Sua mão soltou a minha que ainda estava em seu peito, vindo até em meu rosto, enxugando o mesmo, nossos olhos se mantinham conectados.
– Mas estou em dúvida aqui de uma coisa.
– Pode perguntar.
– Como eu consegui uma mulher gata dessas?
Arregalei meus olhos e senti minhas bochechas queimando, eu ouvi direito? Ah meu Deus! Comecei a rir sem jeito, sua mão abaixou.
– É sério, eu era tão merecedor assim?
– Gui, você era sim. Era não, ainda é. Você só era você. Me fazia se sentir única e especial, como ninguém nunca havia feito.
– Então, eu era um bom homem?
– Você ainda é meu amor. - Toquei em seu rosto, seus olhos se fecharam. Em segundos, ele abriu os olhos arregalados. – Gui tudo bem?
Ele piscou algumas vezes, sua testa estava franzida, balançou a cabeça e se afastou, me deixando assustada.
– Ei.. - toquei em seu braço.
– Estou bem.
Ele apoiou seus cotovelos em suas pernas, levando a mão para a cabeça e massageando a mesma, apenas o observei.
– Será... será que eu posso conhecer a nossa filha?
Sua cabeça se ergueu para me olhar, assenti e alisei seu braço.
– Mas é claro que você pode. Vamos!
Me levantei e em seguida Gui fez o mesmo. Ele me acompanhou até o quarto, entramos e sua mãe estava com ela nos braços, toda boba a admirando, com um sorriso que mal cabia em seu rosto.
– Olha amor da vovó, você finalmente vai conhecer seu pai.
Ela sorriu ainda mais, desviei o olhar para Gui que me olhou com receio. Fiz sinal com a cabeça, incentivando ele de se aproximar. Ele novamente voltou sua atenção para elas e se aproximou lentamente. Meus olhos já estavam marejados outra vez, vendo aquela cena, Valentina foi passada para os seus braços, ele a pegou todo sem jeito mas com tamanho cuidado.
– Ela é... ela é tão linda.
Ele disse e me olhou, seus olhos brilhavam, sorri e senti uma lágrima escorrer em meu rosto, a limpei rapidamente, minha visão havia embaçado por conta da mesma.
– E se parece muito com você! - Disse sua mãe.
Gui a ajeitou em seu peito e beijou sua cabecinha, vi algumas lágrimas escorrendo no rosto dele. Observei seus pais, senhor Fernando estava com o braço por cima dos ombros de dona Isabel, emocionamos também com a cena, quem não ficaria?

Uma parte de mimOnde histórias criam vida. Descubra agora