Capitulo 43

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MAITÊ

Sempre ouvi dizer que casar não era assim tão bom, que não era um conto de fadas, mas aqui estamos nós, casados e vivendo o nosso conto de fadas. Nosso casamento não é perfeito, temos nossas falhas como qualquer ser humano mas o que faz uma união andar para frente é o companheirismo, a confiança, o respeito e a amizade. Podemos não concordar em muitas coisas mas respeitamos o espaço um e do outro.
– Amor você viu...
– Vem princesa... isso...
Parei impressionada ao ver Valentina em pé e dando seus primeiros passos sozinha. Corri até onde eles estavam, Guilherme me olhou com um sorriso enorme e os olhos brilhando. Com dificuldade, ela deu passos até ele, Gui a segurou assim que desequilibrou.
– Você está vendo isso?
– Desde quando ela começou a caminhar? - Ele a pegou no colo e se levantou, encontrando seus olhos com os meus.
– Sua mãe havia comentado que ela estava querendo ficar em pé sem apoio, então, comecei a incentiva-lá e esse foi o resultado que você acabou de ver. - Sorri e senti meus olhos marejados.
– Ela está crescendo tão rápido.
Gui concordou com a cabeça, aproveitamos mais um tempo em família, a incentivando andar, Valentina estava próxima de completar seu primeiro aninho, nossa rotina estava bem agitada agora que Guilherme havia se formado.
Fazia exatamente um mês que havíamos se mudado para uma casa, onde ele fez questão de me fazer surpresa, o apê ele deixou para minha mãe, já que tínhamos perdido tudo quando a casa pegou fogo e lá era muito longe de tudo. Mamãe agora cuidava de Valentina para nós, minha sogra que não gostou muito da ideia de perdê-la mas eu não me sinto segura em colocar minha filha em uma creche ainda assim tão pequena.
Meu celular começou a tocar insistentemente, assim que peguei o mesmo, o nome do meu irmão piscava na tela, atendi imediatamente sentindo um pressentimento ruim.
– Lucca?
– Ah meu Deus! Até enfim você atendeu. - Sua voz estava diferente. – Poderia vir até o hospital?
– O que aconteceu? Você está bem?
– Eu... eu estou bem. - Ouve uma pausa do outro lado da linha.
– Lucca? Você está aí?
– Maitê... - Ouço um soluço abafado, meu irmão estava chorando?
– Amor está tudo bem? - Gui sussurrou ao meu lado, faço sinal com a mão para ele esperar.
– Lucca que hospital você está?
– No de sempre, onde Guilherme trabalha.
– Estamos indo para aí.
Desligo a ligação, olhando para Gui preocupada, sentindo meu coração acelerado e um aperto no mesmo.
– Eu preciso ir até o hospital.
– O que houve?
– Eu não sei, Lucca parecia estar muito abalado para dizer alguma coisa. - Ele suspira e olha para Valentina.
– Vamos deixar Valentia com sua mãe, eu te acompanho.
Assenti com a cabeça, arrumei uma bolsa para Valentina e seguimos para deixá-la com minha mãe. Fui o caminho todo quieta, quanto mais chegávamos perto do hospital minha angústia no peito, parecia aumentar. Assim que chegamos, corri procurar pelo meu irmão, o encontrando sentado de cabeça baixa, me aproximei.
– Lucca? - Ele ergueu sua cabeça, seus olhos estavam inchados e vermelhos, franzi minha testa, rapidamente ele se levantou e me abraçou com força, se desabando em meus braços.
– Ele não pode fazer isso com a gente.
– Ele quem Lucca? O que está acontecendo? - O afastei.
– Nosso pai... - Ele soluçou e balançou a cabeça, sem conseguir continuar. O puxei novamente para um abraço apertado, sinto a mão de Gui alisando minhas costas.
– Família do senhor Mauro? - Lucca rapidamente se afasta, desvio o olhar encontrando com doutor a nossa frente.
– Meu pai está bem? - Diz ele entre soluços, o médico assenti com a cabeça e cumprimenta Gui com a cabeça.
– O senhor Mauro está bem. Estamos realizando alguns exames e constatou que seu pai, teve um inicio de infarto.
Olhei para Guilherme, sentindo meu corpo tremer. O doutor continuava explicando o estado do meu pai mas eu não conseguia pensar em mais nada a não ser o quanto fui dura com ele, apesar de tudo que aconteceu, ele tentou várias vezes contato comigo e eu ignorei. Meu irmão sempre o teve como exemplo, sempre contou coisas boas do nosso pai e eu só conheci o lado ruim, como ter abandonado minha mãe e ter falsificado a morte do Gui. Mas uma coisa que eu aprendi nessa vida, é dar uma segunda chance e eu não fiz isso, será que agora seria tarde demais?
– Você está bem? - Sussurrou Gui em meu ouvido.
– É sim... - Ergui a cabeça, o médio já estava saindo. – Doutor? - Ele se virou e me encarou.
– Pois não?
– Será que podemos vê-lo? - Ele suspirou.
– Senhor Mauro ainda está desacordado mas assim que ele acordar, libero a entrada de vocês.
– Obrigada.
Sorri sem mostrar os dentes, recolhendo meus braços e alisando os mesmos. Doutor se retira, olho para meu irmão e para Gui, os dois estavam me olhando parecendo surpresos.
– Você tem certeza disso?
– Eu acho que preciso disso.
– Estou aqui por você.
Gui me envolveu em um abraço. Não sei se estarei fazendo a coisa certa mas Mauro se mostrou arrependido esse tempo todo e não quero pensar no pior agora, ficar com o remorso de nunca ter tido essa conversa com meu pai.

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⏰ Última atualização: Aug 05 ⏰

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