Capítulo 22

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BIANCA

Estava com Gui na palma da minha mão, ou quer dizer, quase. A quantia que pagamos pra garota falsificar o exame era  suficiente para a própria depois se mandar daqui e viver uma nova vida. Meu pai está cuidando dos meus queridos sogros e eu só tenho que manter aquela gentinha longe dele, senti seu medo de longe ao ameaçar aquela empregadezinha que não me desce da casa dos Appolinario, fico me perguntando se Guilherme sabe que ela é filha de uma empregada, credo, ele já teve gostos melhores.

Naquele sábado quando descobri que Guilherme não estava no apartamento, eu revirei aquela cidade de cabeça pra baixo, fiz a vida do meu pai um inferno para descobrir aonde ele estava e com quem estava, mas não tive sucesso e isso me deixou bastante irritada.

Na segunda-feira, liguei para minha sogra, pra saber o horário certo do Guilherme ir para o hospital e fui primeiro que ele, esperar ele chegar. Assim que o avistei, coloquei meu melhor sorriso e fui recebê-lo, mas como sempre, a simpatia em pessoa me dando patadas, isso não vai ficar assim.

Pegamos o resultado e fomos para sua sala, já estava nervosa, mesmo sabendo que daria positivo. Tomei o teste de suas mãos e quando abri, vi aquele "NEGATIVO" em letras maiúsculas, senti o chão sendo aberto de baixo dos meus pés, não isso não pode ser. Guilherme tomou da minha mão e deu um sorriso de canto, todo debochado, mas não vai ficar assim, não vai mesmo.

Pro meu azar, ele percebeu meu comportamento, então sai daquela sala correndo, atrás daquela garota incompetente, o que aquele teste significava? Que meu filho é mesmo do Guilherme? Deu positivo e ela falsificou para negativo? Não é possível. Como ela pode ser tão burra?

– Ei o garota! Onde está a outra moça?

A menina já me olhou de cara feia.

– Não sei de quem está falando.

– É claro que você sabe! Me diga aonde ela está.

– Senhorita você está num hospital, precisa abaixar o seu tom de voz.

Quem ela pensa que é?

– ESCUTA AQUI!!!

Antes mesmo que eu pudesse colocar aquela garota no lugar dela, senti sendo puxada e colocada pra fora do hospital por dois homens de terno preto. Bati meus pés, sentindo meu corpo em chamas, aí que raiva!

Cheguei em casa quebrando tudo que via pela minha frente, fiz uma briga com meu pai, minha mãe estava desesperada, pedindo pra mim manter a calma, mas estava impossível, odeio quando as coisas fogem do meu controle. Foi então que só senti algo sendo espetado no meu corpo e me senti mole, sendo levada pela escuridão.

Acordei me sentindo pesada e com uma pressão na cabeça, olhei ao redor, estava no meu quarto, procurei pelo meu celular e marcava seis e meia da manhã, já era outro dia, como eu dormi tanto tempo? Eu preciso refazer aquele teste, preciso daquele resultando dando positivo. Já sei, hoje era o dia da minha consulta, irei dar um jeito de levá-lo comigo, talvez vendo o bebê e ouvindo o coraçãozinho dele, consiga criar algum tipo de sentimentos nele.

Me levantei, me sentindo meia tonta, tomei um banho para ver se aquela sensação melhorava, fiz minha higiene matinal e me arrumei.

– Pai? Pode me deixar no apartamento do Gui?

Ele estava na sala ajeitando sua gravata, enquanto eu descia as escadas.

– Bom dia para você também. Como está se sentindo?

– Bem.

– E sua consulta? É hoje.

Uma parte de mimOnde histórias criam vida. Descubra agora