Capirulo 41

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GUILHERME

Eu vivi um sufoco! Onde não sabia quem eu era e quem era a minha família, os conhecia apenas por fotos e histórias que ouvia ser contada. Não me sentia estar no lugar certo e de fato, eu não estava. Hoje olhando para trás, vendo tudo que passamos, não me resta dúvidas de que ela, Maitê, é a minha alma gêmea, o amor da minha vida.
Jamais imaginaria que o meu último ano na universidade fosse dar um giro de trezentos e sessenta na minha vida. Não me arrependo de nada, a falta de memória e o sequestro foi mais um obstáculo para mostrar o quanto nosso amor é forte, que ninguém nesse mundo será capaz de nos separar. E com isso, viemos perante a Deus, familiares e amigos, afirmar nossa união.
Eu estava uma pilha de nervos, mesmo sabendo o quanto Maitê me amava, o medo sempre bate nessas horas, a minha calmaria era Valentina, que ficou o tempo todo comigo dentro daquele quarto. Bastava um sorriso banguelo que eu até esquecia de que estava casando, brincadeira a partes.
Recebi ameaças de Douglas e Lucca, até pregaram uma brincadeirinha comigo dizendo que Maitê estava nervosa, que a mesma saiu correndo e fugiu. Entrei em desespero, é claro! Só percebi que era mentira, quando vi eles com celulares na mão, gravando a minha reação, canalhas!
A festa não era grande, era o suficiente, do jeitinho que Maitê queria. Uma coisa mais particular, tinha aproximadamente umas trinta pessoas ou até menos, era realmente só os mais chegados.
Quando a música começou a tocar e aquelas cortinas se abriram, um sorriso involuntário surgiu dos meus lábios, Maitê estava magnífica, com certeza a mulher mais linda de todas e eu achando que ela não poderia ficar mais perfeita. A cada passo seu ao meu encontro, os nossos momentos passavam como filmes em minha cabeça, meu coração errava a cada batida, pensar que eu poderia nunca mais vê-la, nem saber da existência da minha filha, isso me faz perder o fôlego. Elas são o ar que eu respiro!
Fui ao seu encontro quando estava próxima, as lágrimas invadiram cheio o meu rosto, Lucca antes de me entregá-la, me entregou um lenço, agradeci, tentei enxuga-las, em seguida o cumprimentei e finalmente, Maitê foi entregue a mim.
– Você está perfeita! - Disse com a voz embargada, um sorriso lindo surgiu em seus lábios.
– Você também!
Sorri, aproximei e beijei sua testa, fechando meus olhos e demorando alguns segundos, podendo sentir o seu cheiro adocicado. Nós conduzimos até o altar, onde deu início finalmente a cerimônia do nosso casamento. Aprestei atenção em apenas algumas coisas em que o Padre dizia, porque Maitê conseguia roubar toda a atenção para ela. Eu não conseguia desviar meu olhar e nem disfarçar o meu sorriso bobo, estava realizando hoje um sonho, se casando com a mulher da minha vida.

"O casamento é um laço de amor que não se desfaz. É carinho e cumplicidade que não se encontra em qualquer lugar." (Autor desconhecido)

De frente para ela, olhando em seus olhos e segurando em suas mãos, respirei fundo.
– Eu passei a noite em claro tentando escrever o meu voto mas falhei. Não conseguia me concentrar porque estava nervoso para o dia de hoje e porque também estava morrendo de saudade de você. Hoje eu digo de boca cheia, que eu sei o que é o amor! Houve um tempo na minha vida que eu comecei a questionar se um dia, acharia alguém que me entendesse, que me completasse, que me fizesse perder o ar, que me amasse e aqui, diante a todos, eu confirmo que encontrei essa pessoa. Meu amor, você trouxe luz para minha vida, nem tudo foi flores e nem será mas sei que juntos, somos imbatíveis, somos fortes! Você e Valentina são os meus tesouros, eu amo tanto vocês que meu peito chega doer em pensar um dia, não ter vocês.
– Não fala isso... - Sussurrou Maitê em meio as lágrimas.
– Te amarei de janeiro a janeiro, até o meu último suspiro. Te prometo dar o meu melhor para te fazer feliz.
Ela sorriu, as lágrimas escorriam sem dó em seu rosto, podia sentir nossos corações batendo na mesma proporção, desgovernado. Maitê recuperou um pouco a emoção, para enfim, falar seu voto.
– Eu tive tanto medo...
Ela fez uma pausa, fechando os olhos com forças e mais lágrimas derramavam em seu rosto. Apertei sua mão, mostrando que eu estava ali, seus olhos se abriram e novamente cruzaram com os meus.
– Eu pensei que nunca mais iria te ver, que uma parte minha, tinha sido arrancada a forças de mim, mas você voltou novamente para os meus braços, onde você nunca deveria ter saído. Será eu, você e Valentina contra o mundo! Vocês são tudo o que eu precisava, eu amadureci e cresci muito desde que te conheci e como você disse amor, nem tudo foi flores e sei que tudo que aconteceu tem um propósito. Você chegou e bagunçou tudo na minha vida, mas quer saber? - ela deu de ombros e sorriu. – Eu não mudaria nada. Faria tudo de novo. Eu te amarei de janeiro a janeiro, aqui e para toda eternidade!
Sorri, enquanto as lágrimas não paravam de escorrer em meu rosto, nesse momento parecia que existia somente nós dois ali, queria logo pular a parte em que o noivo pode beijar a noiva mas fui interrompido pelo padre. Trocamos nossas alianças, eu já estava ansioso para poder finalmente beija-la e antes mesmo de deixá-lo terminar de falar, a puxei para meus braços e a beijei, ouvindo alguns murmurinho e alguém gritar.
– Ainda não era a hora!
Todos riram, inclusive nós dois com a boca já colada um no outro. Abri um olho e olhei para o padre, ele riu e finalmente disse:
– Eu vôs declaro marido e mulher. Pode beijar a noiva! - Até que enfim, pensei.
  Voltei a beijar minha mulher, caramba! Minha mulher! Ouvi os assobios e gritos dos nossos amigos e familiares ali presente. Meu coração explodia de tamanha felicidade, eu sou tão grato por poder estar aqui hoje, estar vivendo isso.

Uma parte de mimOnde histórias criam vida. Descubra agora