Prólogo

5.2K 397 5
                                    

Enquanto o médico me explicava todos os procedimentos que Louis precisava passar minha mente apenas se afastou dali. Um certo desespero tomou conta de mim, meu filhinho estava doente, vítima de uma leucemia, que ao menos, havia sido descoberta bem no começo e com os tratamentos certos, Louis venceria aquela batalha. Mas, mesmo sabendo que as chances estavam ao nosso favor, como mãe não deixei de temer. Tive medo, muito medo de que meu filho não resistisse. E aquilo estava me consumindo por dentro.

- Lyandra, eu sei que o caminho será difícil, terá dias em que você simplesmente não terá forças, mas, tente encontrar forças dentro de você, seu filho irá precisar de você agora mais do que nunca! - disse o Dr. Bento gentilmente. Apenas fiz que sim, enquanto lágrimas corriam por meu rosto. Eu estava no limite, mas tinha que ser forte. Não por mim, e sim por Louis.

Saí do hospital com todos os exames em mãos. O resultado eu já sabia, só não sabia o que eu faria dali por diante.

Me sentia sozinha e perdida, como se meu mundo, meu chão, houvesse simplesmente caído e aberto diante de mim, e o pior, eu simplesmente não sabia o que fazer, muito menos a quem recorrer. Eu precisava de dinheiro, dar um bom tratamento a meu filho e torcer para que desse certo. Mas, eu não tinha um real guardado.

Minha vida saiu dos trilhos desde o momento que descobri estar grávida de Louis.

Não que meu filho fosse um fardo ou algo do tipo, na verdade, ele me deu forças para seguir, sem ele, minha vida teria perdido todo o sentido.

Mas, quando engravidei de Louis eu estava no último ano do ensino médio, cheia de planos e sonhos, com um futuro muito bem planejado pela a frente, até que, descobri estar grávida e tudo mudou.

O pai de Louis simplesmente sumiu, tínhamos a mesma idade e ele  simplesmente não queria "aquela responsabilidade" como ele mesmo pontuou. Filho de um dos homens mais ricos da cidade, ele apenas foi morar fora do país, longe de tudo e todos inclusive de mim. Meus pais ao descobrirem minha gravidez, me colocaram pra fora de casa, morávamos em uma cidade pequena no interior do estado, e ter uma filha grávida dentro de casa não era bem o que eles queriam. A única pessoa que me apoiou em todo esse processo mesmo que a distância foi meu único irmão Beto. Mesmo ainda morando com meus pais, Beto me deu todo o apoio que podia, me ajudou a encontrar um lugar para morar na capital do estado, lugar onde decidi recomeçar, e enquanto eu não conseguia um emprego, ele mandava dinheiro todos os meses para as despesas mais urgentes, e com uma criança a caminho, tudo era urgente. Apenas com o salário de professor, meu irmão me ajudou financeiramente até depois que Louis nasceu e eu consegui um emprego como balconista numa loja de roupas no shopping.

O trabalho era exaustivo e com uma criança pequena se tornava ainda pior. Mas consegui, sozinha, consegui sustentar meu filho e pude enfim parar de depender de meu irmão que havia sido um anjo na minha vida.

E quatro anos depois lá estava eu, enfrentando a pior dificuldade que eu jamais pensei enfrentar.

Eu simplesmente não aguentava pensar na ideia de perder meu filho, meu bem mais precioso. E como diz o ditado, tempos desesperados, pedem medidas desesperadas. E com isso, precisei tomar a decisão mais difícil da minha vida.

Joguei uma flecha no escuro, e não sabia onde ela iria cair. Mas, para salvar a vida do meu filho, eu seria capaz de qualquer coisa.

Até mesmo de me casar com um monstro.

Uma Família Para O CeoOnde histórias criam vida. Descubra agora