Uma Família Para O Ceo

Capítulo trinta: Pai.

Hugo

Respiro profundamente ao me aproximar de Louis. Eu tentava encontrar as palavras certas e tentava ser a pessoa certa para lhe dizer o que iria dizer.

Ver o quanto Lyandra estava abalada emocionalmente me deixou furioso. Lyandra havia se tornado minha kriptonita. Desde que Lyandra soube que teria que voltar a sua cidade natal, senti e vi o quanto isso mexeu com ela. Eu sabia parte do seu passado, sabia o quanto ela havia sofrido e lutado por Louis, mas, ver com meus próprios olhos o quanto aquela mulher forte e decidida de uma hora pra outra havia se tornado uma menina amedrontada e insegura, mexeu com a minha estrutura. Eu havia decidido dentro de mim que nada nem ninguém iria estragar a felicidade da minha família.

- Campeão! - digo ao sentar ao lado de Louis.

Ele estava tentando montar o quebra-cabeça que eu lhe dei.

- Quero conversar um pouco com você pode ser? - Louis faz que sim me olhando.

Louis era um menino esperto, inteligente e muito meigo, eu sabia que não seria fácil explicar certas coisas a ele.

- Louis... Você sabia que a nossa vida e um quebra-cabeça não tem muita diferença? - pergunto.
- Não? - retruca ele curioso olhando para a peça na sua mão.
- Não! Assim como um quebra-cabeça, nossa vida as vezes precisa ser montada, peça por peça, pouco a pouco, pra que a gente veja qual desenho será formado no final. - digo tentando ser o mais específico possível. - As vezes, na nossa vida, uma peça acaba faltando, e com isso, fica difícil montar o quebra-cabeça, com uma peça faltando, no final a imagem fica incompleta! - ele me olha atentamente. - Você sabia que na sua vida existe uma peça que está faltando? - pergunto. Ele faz que não. - Pois bem Louis, essa peça que está faltando na sua vida, se chama pai! - ele me olha atentamente. - Falta um pai na sua vida campeão.
- Mas tio Hugo, eu tenho um pai! - diz o menino para minha surpresa.
- Tem? - pergunto.
- Sim, você tio Hugo! Você é o pai que estava faltando no meu quebra-cabeça! - diz ele para minha total surpresa. Engulo em seco.
- Louis, bom, eu não sou seu pai campeão. Eu gostaria muito, mas não sou! - digo com um peso em meu coração. Eu simplesmente não queria dizer aquelas palavras a ele. Por mais que eu não fosse seu pai de sangue, eu já o era em meu coração.
- Tio Hugo, meu amigo da escola, só tinha mãe, aí ela casou igual a mamãe casou com você, e ele ganhou um pai! Por isso você é meu pai. - explicou o menino.
- Mas Louis, você tem um pai já, e não sou eu. - digo sentindo minha voz embargar.
- Você não quer ser meu pai tio Hugo? - pergunta ele tristemente.
- Não é isso campeão, é que, como eu disse, você já tem um pai!
- Mas você pode ser meu pai também não pode?
- Se você quiser, posso sim Louis!
- Eu quero! Quero que você seja meu pai também. - diz ele com um sorriso. E aquilo enche meu coração de alegria.
- Eu também Louis, eu também quero que você seja meu filho! - digo, o menino sorri em resposta. - Mas, como eu disse, você tem um pai Louis, e ele quer muito te conhecer.
- Ele quer? - pergunta ele curioso.
- Sim, e, você? Quer o conhecer? - pergunto. O menino parece pensar.
- Tá bom, mas, só se você for junto. Assim ele vai saber que eu já tenho um pai.
- Louis, eu sou seu pai do coração. E ele, é seu pai de sangue, de verdade. Igual sua mãe! - explico.
- Eu entendi, mas, eu só conheço um pai, você! Eu vou conhecer ele, mamãe sempre diz que é bom conhecer pessoas novas. Mas, eu já tenho um pai! - afirma o menino.
- Tudo bem campeão! - digo ao acariciar seus cabelos. O menino sorri.

Olho para a porta do banheiro e vejo Lyandra nos olhando vestida com um roupão, ela chorava mas, sorria. Era um choro de felicidade. Me levanto e vou até ela.

- Tudo bem? - pergunto.
- Sim! É que, você é o pai que Louis nunca teve! E ele parece ter entendido isso. Fico feliz Hugo, pois sei que, além de mim, meu filho tem a você também! - diz ela olhando em meus olhos.
- Nosso! Ele é nosso filho Lya! E ninguém vai tirar ele de nós! - digo ao acariciar seu rosto. Lyandra sorri, e vejo alegria em seu olhar.

- Mãe? Pai? - ouço a voz de Louis a nos chamar. Me viro e o menino está parado a nossa frente. Ouvi Louis me chamar de pai foi sem dúvidas a melhor coisa que já ouvi. Meus olhos se encheram de lágrimas. - Por que vocês estão chorando? - pergunta ele.
- Porque te amamos meu filho! - digo e em seguida me abaixo e lhe dou um forte abraço.

Antes eu era um homem vazio, sozinho e triste. Agora, eu era simplesmente completo. Eu finalmente tinha uma família.