Capítulo trinta e nove: Grávida

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Hugo

Nunca pensei que em toda a minha vida eu iria me submeter a minha mãe. Mas então aconteceu.

- Alô! - digo ao atender o celular.

- Hugo meu filho, por favor não desligue! O que  tenho a tratar com você é muito importante, é sobre a Lyandra! - ouço sua voz do outro lado da linha.

- O que você quer? - pergunto seriamente.

- Quero fazer um acordo com você! - diz ela.

- Eu não tenho nada a tratar com você! - respondo.

- Abra seu e-mail! - insiste ela.

Imediatamente abro meu e-mail na tela do notebook de minha mesa e vejo um e-mail recém chegado, ao abrir, me deparo com um pedido de guarda.

- O que você fez? - pergunto seriamente.

- É simples meu filho, se afaste de Lyandra, a coloque fora da sua vida, e eu não levo isso adiante! Sabe que se eu quiser, ao menos guarda compartilhada do menino eu consigo. - diz ela para minha surpresa, ou não. Em seguida ela desliga.

E ali estava lançada toda a minha ruína.


Eu sabia que Lyandra não suportaria passar por aquilo, ela não queria que Louis tivesse contato com aquela gente, e tinha suas razões. E no entanto, nossa história estava sendo ameaçada, eu precisava decidir entre ter o amor da minha vida ao meu lado infeliz, ou não ter ela ao meu lado e a ver feliz. Era uma decisão difícil embora eu soubesse bem o que fazer. Por mais que eu amasse Lyandra, eu não suportaria ver ela infeliz sem ter seu filho.

E assim, depois de tomar minha decisão, fiz o que precisava ser feito. E com o coração dilacerado, coloquei um ponto final a nossa história. Mesmo sofrendo por perder Lyandra e a família que construimos, me consolava ao saber que ao menos ela estaria junto de seu filho. E isso me confortava.

Os dias seguintes ao pedido de divórcio que fiz a Lyandra, foram insustentáveis. Mergulhei de vez no vício do cigarro e na bebida na tentativa frustrada de amenizar a dor, mas de nada adiantava. Então, mergulhei com tudo no trabalho. Era o que me restava fazer. Eu havia perdido a mulher da minha vida e a única família que tive nesta vida. Sandra havia matado dois coelhos numa cajadada só.

A saudade era terrível. As noites sem Lyandra eram longas e depresiativa, os dias sem ela e Louis eram monótonos e sem vida. A casa estava vazia, meu coração estava vazio, e pra piorar, as funcionárias da minha casa me olhavam com um olhar mortal, elas me odiavam. Na verdade, até eu me odiava por aquilo.


Até que, no meio de uma reunião, ouço a porta da sala se abrir, todas as atenções se voltam para lá e ao me virar, vejo ali na minha a mulher por quem meu coração batia mais rápido.

Lyandra estava estranha, pálida, com olhar cansado e suando. Eu sabia que ela não estava bem. E tudo foi rápido demais. O vômito, o pedido de ajuda, o desmaio. E quando dou por mim, estou carregando Lyandra em meus braços desesperado em busca de ajuda.

Por sorte, havia um hospital particular na rua da empresa, e foi pra lá que segui.


- Por favor, ajudem! - imploro por ajuda ao entrar no hospital com Lyandra ainda desacordada.

- Aqui! Coloque ela aqui! - uma enfermeira chega com uma maca.

Coloco Lyandra deitada sob a maca e sigo a enfermeira pelos os corredores do hospital.

- O que aconteceu com ela? - pergunta a enfermeira enquanto empurava a maca.

- Eu não sei, ela, ela vomitou e depois desmaiou. - digo tentando raciocinar.

- Tudo bem! - responde a enfermeira. - O senhor aguarde aqui! Vamos ver como ela está. - diz ela ao se aproximar de uma porta. Paro de andar e apenas observo a enfermeira levar Lyandra dali.

Enquanto aguardava por notícias, a aflição me dominava. E é nesse momento de pânico que muitas coisas passam por nossa cabeça. Eu temia por Lyandra, temia que algo de ruim estivesse acontecendo com ela. Com a doença de Louis, algo alertava em minha cabeça, será que algo parecido estava acontecendo com ela? Os minutos se tornaram insuportáveis. Andando de um lado para o outro, me sentia o homem mais infeliz do mundo, se Lyandra estivesse doente, eu não suportaria. Não suportaria perder ela.


- É o responsável pela paciente que chegou desacordada? - pergunta um homem, possivelmente um médico.

- Sim, ela está bem? - pergunto ao me aproximar dele.

- Sim, não se preocupe. Ela está instável. - diz ele para meu alívio.

- O que ela tem doutor? É grave?

- Bom, na verdade não, ela está bem, está desacordada ainda mais está instável. Fizemos alguns exames para descobrir a causa do vômito e do desmaio, mas, não é nada grave.

- Graças a Deus! - digo aliviado.

- A paciente é o que sua? - pergunta ele.

- Ela é minha esposa! - digo firmemente. Lyandra nunca deixou de ser para mim.

- Pois meus parabéns, a paciente está grávida! - diz ele com um leve sorriso. O olho atentamente, tentando assimilar. - O vômito, o desmaio, é normal nesse período de gestação... Segundo os exames, ela está de quase três meses! Se o senhor quiser, pode ficar com ela no quarto. Assim que ela acordar vou até lá para conversamos melhor!

Eu não conseguia dizer nada. Apenas ouvia.


- O quarto é no segundo andar, terceira porta a direita. - ao dizer isso, o médico saí.

Grávida. Lya estava grávida de um filho meu. Era o que minha mente repetia. Então havia sido por aquele motivo que Lya havia ido me procurar. E agora? O que eu iria fazer?

Uma Família Para O CeoOnde histórias criam vida. Descubra agora