Uma Família Para O Ceo

Capítulo vinte e quatro: Melhor versão

Ainda chorando, dormi. Eu estava cansada emocionante, cansada fisicamente, o tratamento de Louis por mais que tenha sido rápido, havia tirado bastante de minhas energias, e havia também o casamento, e Hugo. Uma mistura de emoções, sentimentos e adrenalina, que de certa forma estavam me deixando esgotada. E agora o pai de Louis, que havia retornado a minha vida como um fantasma surgido das sombras.

Acordo vendo que Hugo não estava no quarto. Aquela seria nossa primeira noite dormindo juntos, e ele não estava ali.

Saio do quarto e vou em direção ao quarto de Louis. Percebo que a porta do quarto está entreaberta e a luz acesa. Abro a porta e vejo a minha frente a cena mais linda que vi na vida.

Louis estava dormindo agarrado a Hugo que também dormia com a mão sob os braços de meu filho. E aquele cena havia aquecido meu coração.

Nunca pensei em colocar um homem no lugar de pai para Louis. Desde que o vi pela a primeira vez na sala de parto, havia decidido que eu o criaria sozinha, que não colocaria ninguém em sua vida. Eu tinha medo das consequências, de como uma figura paterna afetaria a vida do meu filho se caso essa pessoa saísse de nossas vidas. Mas, ver o quanto Hugo estava disposto a fazer parte da pequena família de Louis, me fez acreditar que sim, nós três poderíamos ser felizes.

Aos poucos, vejo que Hugo desperta.

- Ah, oi! - diz ele baixinho ao acordar tentando se levantar sem acordar Louis. Um sorriso leve se faz em meus lábios.

Hugo se levanta e vem em minha direção, apago a luz e fecho a porta do quarto.

- Tudo bem? - pergunta ele enquanto andamos de volta para nosso quarto.
- Sim, dormi um pouco, não te vi, vim saber se estava tudo bem. - digo.

Entramos no quarto e Hugo me pega no colo me levando até a cama. Hugo me deita gentilmente sob a cama e se posiciona em cima de mim me olhando atentamente.

- Fui vítima da história de Louis, dormi! - diz ele com um leve sorriso. Sorrio em resposta.
- Obrigada por ficar no meu lugar hoje, eu não estava bem para dar atenção a ele. - digo. Hugo sorri.
- Eu adorei ficar no seu lugar. Descobri que me casei com uma princesa de longos cabelos pretos! - diz ele me olhando.

Nesse momento, acaricio o rosto de Hugo, sentindo meu corpo todo arrepiar. E então, Hugo me beija. Um beijo lento e cheio de desejo.

- Por mais que eu queria, e quero muito fazer amor com você, eu sei que você ainda não está bem... - diz ele me olhando. - Vamos com calma, sem pressa. Quero que seja perfeito.
- Está bem! - digo com um leve sorriso.

Hugo tinha razão, eu não estava bem.

Após tomar um banho e vestir meu pijama, me deito com Hugo e abraçados, dormimos. E aquela foi a nossa primeira noite juntos.

E não poderia ser mais perfeita. Hugo havia se tornado meu porto seguro, meu alento. Não era apenas sexo ou desejo ou atração. Era algo a mais que isso, era mais forte, profundo, intenso.

No dia seguinte, pedi para Ana, nossa babá vir ficar com Louis para que eu pudesse ir a empresa falar com o advogado de Hugo. Após o café da manhã, sigo com Hugo.

- Senhora Lyandra, veja bem... - disse o tal advogado. - Seu direito sob seu filho, ninguém poderá tirar. O pai o abandonou ainda no ventre, nunca o viu, não a ajudou financeiramente nem emocionalmente, justiça nenhuma irá lhe tirar a guarda de seu filho. Mas, o pai agora quer o conhecer, ter contato com ele. E, se ele entrar na justiça exigindo conhecer o filho, ele poderá conseguir. Veja bem, a guarda de seu filho ele não terá, mas, a justiça não o privará de conhecer o filho, de fazer parte de sua vida. Se posso lhe dar um conselho, não dificulta as coisas, se ele entrar na justiça, terá que fazer um exame de DNA, vocês terão que se enfrentar no tribunal, e ele poderá até conseguir guarda compartilhada. Mas, se a senhora fizer isso por livre e espontânea vontade, livrará seu filho de exames, audiências, e a senhora também, isso é muito desgastante. Deixe que ele conheça o menino, quem sabe, não seja apenas curiosidade, quem sabe depois de o conhecer ele não apareça mais. Acho que esse seria o melhor para todos.
- Entendi. - digo apenas.
- Bom, se precisar de mim, estou a disposição. - diz ele ao se levantar.
- Obrigada! - digo apertando sua mão.

O homem saí da sala de Hugo nos deixando a sós.

- Você está bem? - pergunta Hugo ao caminhar em minha direção.
- Estou tentando ficar! - admito.
- Você é forte Lyandra, vai conseguir superar mais essa. - diz ele ao me abraçar.
- Obrigada! - digo me sentindo segura em seus braços. - Acho melhor eu ir, você precisa trabalhar, e, eu preciso voltar para casa. Tenho muito o que pensar. - digo me sentindo cansada.
- Tudo bem, eu te levo até lá embaixo. - diz ele ao pegar em minha mão.

*****

Ao sairmos do elevador no térreo, vejo a senhora que me ajudou a entrar na sala de Hugo semanas atrás limpar o chão da recepção.

- Espere um momento! - digo a Hugo e o deixo próximo ao elevador e sigo na direção da mulher. - Senhora, lembra de mim? - pergunto parando a sua frente. Ela me olha surpresa.
- Sim.
- Eu, queria agradecer novamente por ter me ajudado naquele dia. Obrigada! - digo com um leve sorriso. Ela sorri em resposta. - E... - digo ao abrir minha bolsa e pegar um kit de creme de corpo e mãos que comprei pra mim. - Gostaria de lhe dar isso, é simples mas é de coração! - digo ao entrega o kit a mulher que me olha surpresa. - Minha, minha mãe trabalha com limpeza também, e, está sempre com as mãos rígidas por causa dos produtos de limpeza, espero que goste.
- Obrigada senhora! - diz ela alegre. - Posso lhe abraçar? - pergunta a mulher.
- Claro! - digo ao abrir meus braços para ela.

A senhora me abraça apertado e me agradece mais uma vez. Em seguida, me despeço dela e ela parte.

- Você a conhece? - pergunta Hugo ao se aproximar.
- Conheci aqui no dia que vim te dizer que aceitava o acordo. Ela me ajudou a subir até sua sala, sua secretária me deixou de molho, acho que não queria que eu falasse com você! - digo. Ele ergue uma sobrancelha.
- Venha! - diz ele ao pegar em minha mão e me leva até a mesa da secretaria na recepção.

Ao nos ver chegar, a mulher ajeita sua postura e nos olha com um sorriso.

- Bom dia dr. Lambertucci! - diz ela.
- Bom dia Lívia. Gostaria que conhecesse Lyandra, Lyandra essa é Lívia minha secretária... Lívia, essa é Lyandra Lambertucci, minha esposa. - ao ouvir que eu era esposa de Hugo a mulher congela. - Espero que ela não tenha mais problemas em ter acesso a mim aqui. - diz ele seriamente.
- Não se preocupe senhor. - diz ela sem graça.
- Ótimo! - diz ele e em seguida se vira para mim. - Não quero mais tomar seu tempo querida, Renato está lhe esperando lá fora, não deixe nosso menino sozinho mais. - ao dizer isso, Hugo me beija. - Me espere a noite! - diz ele piscando um olho. Sorriu em resposta.
- Contarei os minutos! - digo.e em seguida ando para fora do prédio.

Deixo para trás uma Lívia surpresa e chocada e um Hugo bobo apaixonado. E sim,  aquela era a melhor versão dele.