Capítulo vinte e cinco: Sua perdição

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- Aí amiga, nem sei o que dizer, que decisão horrível! - diz Brenda depois que lhe contei tudo o que aconteceu.

Estávamos na praça de alimentação do shopping, e aquela era a primeira vez que comíamos ali. Com o salário que ganhavamos, nem em sonho conseguiríamos fazer uma refeição ali.

- Eu estou tão perdida! - digo.
- Imagino! Bom, eu acho que você deveria começar pensando em onde será esse encontro e preparar Louis pra isso.
- Eu não quero que ele venha aqui, não quero que ele conheça nada da vida do meu filho! - digo seriamente.
- Então só resta...
- Ir até ele! - digo pesadamente. Brenda faz que sim. Respiro fundo. - Voltar lá depois de quase cinco anos, não sei se estou preparada! - admito enquanto reviro o garfo no prato.
- Amiga, se você não meter a cara e ir, não saberá se está pronta ou não! Eu acho que, você deveria resolver logo essa parte do seu passado, sabe, com o pai de Louis, com seus pais, com os pais dele... Pra você seguir em frente, precisa resolver essas pendências. E além do mais, você não está mais sozinha. Você tem Hugo que tem se mostrado um marido perfeito.
- Eu não quero envolver Hugo nessa história. - digo.
- Impossível amiga, ele já está envolvido. É óbvio que ele não se afastará de vocês, nunca mais.
- Eu não sei Brenda, logo agora que as coisas estavam dando certo pra mim, que eu encontrei alguém, que nós estamos tentando fazer dar certo!
- Amiga, eu sei que se conselho fosse bom a gente não dava, vendia. Mas, mesmo assim eu vou dar um! Sabe do que você precisa? Viver! Muitas coisas aconteceram nesses quase dois meses. A doença de Louis, o casamento, a cura da doença, a declaração de amor de Hugo, o pai de Louis. É muita coisa pra alguém viver ao mesmo tempo, você precisa viver. Curtir amiga. Você está recém casada, e no entanto não tá curtindo nada! Amiga, você tem um marido maravilhoso, um filho lindo, é rica agora! Se deixe, ou melhor, se permita ser feliz... Fale com Beto, peça pra ele avisar ao traste lá que em alguns dias vocês irão até ele para ele conhecer o filho, enquanto isso, curta seu marido, curta seu filho, vocês precisam estar unidos e fortes para o que vão encontrar lá.
- Você tem razão! - admito.
- Sempre tenho! - diz ela sorrindo. - Amanhã é minha folga, deixe Louis comigo hoje a noite, peça para o motorista gostosão levar ele lá pra casa, eu fico com ele hoje e amanhã, e enquanto isso, curta seu marido, depois que Louis voltar, façam alguma coisa os três juntos, e depois disso, vão logo ver o que aquele que não é digno que sintamos o nome quer.
- Obrigada amiga! - digo.
- Seja feliz minha amiga! - diz Brenda por fim. Sorrio em resposta.

Terminamos nosso almoço e então sigo com Brenda até a boutique eu precisava conversar com Angelo, já fazia muitos dias que eu não voltava ao trabalho e eu sabia que ele só estava sendo tolerante porque agora eu era esposa de Hugo.

- Aí meu Deus! A primeira dama da Lambertucci viagens está aqui! - grita ele ao me ver.
- Não seja bobo Angelo, sou só eu! - digo ao abraça-lo.
- Lya, você tirou a sorte grande querida! Um boy daqueles! Meu pai! - dizia ele ao se abanar. - Quando Brenda me mostrou as fotos quase tive um troço!
- Não é pra tanto. - digo. - Mas, Angelo, vim aqui porque...
- Eu sei querida! Brenda me contou algumas coisas. Bom, com um marido tão rico, já imaginei que você não fosse continuar trabalhando aqui.
- Não é por isso, é que, agora tem o pai de Louis...
- Eu sei querida. Te conheço bem, sei que não se deixa levar por dinheiro. - diz ele de forma terna.
- Obrigada pela confiança Angelo! - digo com um leve sorriso.
- Estou feliz por você Lya, você merece tudo de bom nesta vida. Vá tranquila, pra mim, foi um prazer ter você aqui comigo. - diz ele com os olhos cheios de lágrimas.
- Obrigada Ângelo. Obrigada por tudo! - digo e em seguida o abraço.

E assim se encerrou um ciclo em minha vida. Saudades eu teria daquele lugar, mas a vida tinha que seguir seu rumo.

Passei o resto do dia com meu filho. Brincamos, assistimos, e desenhamos muito. No final da tarde, pedi a Renato que o levasse para Brenda, ele amava ficar com ela e por isso fiquei despreocupada. Dei o resto do dia de folga para Rita e Clara e decide que era hora de dar asas a uma Lyandra mais... Sedutora. Hugo já havia me dado muitas provas de que teríamos um futuro  juntos. Agora estava na minha vez de o fazer se sentir especial.


*****


A casa toda estava a meia luz. Na sala de jantar, a mesa posta que eu mesma havia preparado, desde cada utensílio até os pratos que seriam servidos. No centro da mesa, castiça e velas. No som ambiente, deixei uma música calma e suave ser tocada, apenas por  instrumentos. No quarto, pétalas de rosas vermelhas decorava a cama, champanhe sob o móvel ao lado da cama com duas taças ao lado e flores vermelhas decorava e dava um ar sedutor ao móvel.

Em pé bem em frente ao elevador, estou eu. De salto alto vermelho e vestindo apenas um Robby de seda também vermelho e com os cabelos presos num coque alto e pouca maquiagem, espero ansiosamente o elevador subir os andares até chegar ali.

A porta do elevador se abre. Hugo aparece a minha frente com um leve sorriso como de costume. Mas, noto que ao me ver, seu semblante muda. Fica surpreso, confuso, mas também noto que está feliz. Logo, seus lábios sorriem, vejo seus olhos me olharem de cima a baixo com cobiça, e sinto meu corpo todo arrepiar.

- Bem-vindo! - digo enquanto esbanjo um sorriso. Hugo sorri. E vejo malícia em seus olhos.
- Sem dúvidas essa é a melhor recepção que já tive na vida! - diz ele ao sair do elevador.

Hugo caminha em minha direção como um predador.

- Onde está Louis? - pergunta ele enquanto caminha.
- Vai passar a noite na casa de Brenda. - respondo o olhando com certa malícia também.
- E as funcionárias?
- Dei folga! - respondo.
- Então estamos sozinhos! - diz ele ao parar a minha frente.
- Completamente sozinhos! - digo o provocando.

Hugo me olha atentamente e então aproxima sua mão direita de meu rosto, com o dedo indicador, massageia suavemente minhas bochechas e percorre sua mão até minha nuca, com um puxão leve no meu cabelo, Hugo direciona meu rosto um para trás. Sinto um enorme prazer em sentir seu toque meio selvagem. Hugo aproxima sua boca da minha, tão próximo que nossos lábios se chocam mas não há beijo, apenas um toque. Meu corpo todo se arrepia. Hugo passa a ponta de seu nariz em minha bochecha inspirando meu perfume.

- Tão cheirosa! - diz ele com os olhos fechados.

Ainda me cheirando, Hugo aproxima sua boca de minha orelha, e dá uma leve e profunda mordida. Gemo baixinho sentindo um prazer me dominar.

- Estamos sozinhos, e isso será sua perdição minha querida! - diz ele ao pé do meu ouvido com voz rouca.

Uma Família Para O CeoOnde histórias criam vida. Descubra agora