Capítulo trinta e seis: Meu mundo caiu!

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E como cantaria Maisa: Meu mundo caiu!

Ainda parada como estava dentro do banheiro, tento assimilar, entender, buscar em minha mente infinitas explicações para o que eu tinha acabado de ouvir. Mas nada explicava o que estava acontecendo. E como se eu tivesse saído do estado de choque, sigo andando pela a casa atrás de Hugo. Ele precisa me explicar o que estava acontecendo, ou melhor, o que ele tinha acabado  de fazer.

Olho em seu escritório, na sala de estar, na academia e nem sinal dele. Sigo para a cozinha, e encontro apenas Rita e Clara.


- Rita, onde Hugo está? - pergunto tentando me manter calma.

A mulher coloco um pote que segurava em cima do balcão da cozinha e vem até mim.

- Dona Lyandra, o que está acontecendo? O dr. Hugo disse que a senhora e o menino estão indo embora dessa casa e que era pra eu ajudar no que precisasse! - diz ela para minha surpresa.

- Eu não sei o que está acontecendo Rita, não sei! - digo sentindo minha voz embargar.

- O dr. disse que iria viajar uma dias! - disse Clara. A olho surpresa.

- Está tudo acabou! - digo sentindo o peso de minhas palavras.

- Mas o que aconteceu? - pergunta Rita preocupada.

- Eu não sei Rita, ele pediu o divórcio, apenas isso. Sem explicações, sem conversa, apenas o divórcio! - digo pesadamente. Ela me olha surpresa.

- Mas, estava tudo tão bem, vocês se dão tão bem, são tão felizes. Dr. Hugo ama você, ama o menino. Meu Deus! O que aconteceu? - indaga ela confusa.

- Eu não sei Rita, eu não sei! - digo em meio as lágrimas.

- Clara, pegue um copo com água e açúcar pra ela, vai ajudar a acalmar os nervos! - ouço Rita pedir a Clara enquanto estou de cabeça baixa chorando.

Sinto Rita se aproximar e me abraçar forte. A envolvo em meus braços e choro como uma criança sofrida. Eu estava um caco.

- Tome! Beba! - diz ela ao me dar o copo com água. - Vai se sentir melhor!


Bebo todo o líquido e não me sinto melhor. Nada faria eu me sentir melhor.

- Seria melhor se a senhora ficasse aqui, fique aqui, espere ele voltar de viajem e conversem, tenho certeza que vão se entender. - diz Rita gentilmente. Apenas faço que sim ainda em seus braços.



A noite realmente era como uma criança.



Longa e solitária a vi passar lentamente, como se fosse uma tortura a minha dor. Deitada sob nossa cama, chorei amargamente a noite toda, e quando os primeiros raios do dia chegaram, meus olhos já não aguentavam mais derramar lágrimas.

Minha mente estava um caos. Eu tentava a todo o custo pensar e repensar em tudo o que vivi com Hugo nos últimos dias na tentativa frustrada de encontrar uma explicação pra tudo aquilo, mas nada fazia sentido. Recordar nossos momentos de ternura e amor só me deixava mais triste, e ao mesmo vinha em meus pensamentos suas palavras amargas antes de sumir.


Era incrível como todos os homens que entravam na minha vida, vinham como uma ventania, e deixavam estragos catástroficos.


Pela a manhã, pedi a Renato para levar Louis para a escola, eu não tinha emocional para mais nada. Rita e Clara me ajudaram arrumando ele e dando o café da manhã, falei a ele.que eu estava doente e por isso não poderia fazer o que de costume fazia com meu filho. Isso me doeu o coração, mas, eu não estava em condições de fazer nada. Mais tarde, liguei para Brenda e lhe contei tudo o que havia acontecido, minha amiga como sempre, veio o mais rápido que pôde para ficar comigo.


Brenda pediu o dia de folga e ficou comigo o dia todo. Me acalentou, me abraçou quando eu chorei, me fez comer mesmo que eu não sentia fome, e foi de verdade um consolo para mim.


Havia se passado três dias e nem sinal de Hugo. Não liguei, não o procurei, apenas deixei e tinha esperanças de que ele esfriaria a cabeça e voltaria para casa. Mas não aconteceu.


Era manhã, Louis já havia ido parava escola, eu estava sentada no sofá da sala de estar na companhia de Rita e Clara que não me deixavam sozinha nem por um minuto. Sempre atenciosas e prestativas, estavam ali pra mim. Até que o telefone da casa tocou. Clara atendeu. E não falou muitas palavras, na verdade, nem desconfiei.

- Quem era? - pergunta Rita depois que ela desliga. Clara me olha atentamente.

- Era o dr. Hugo! - vejo pesar em sua voz.

- O que ele disse? - perguntei com um fio de esperança.

Ela me olhou e olhou para Rita, então falou:

- Perguntou se a senhora ainda estava aqui, eu disse que sim e então, ele falou que quando a senhora sair, é pra eu ligar pra ele avisando, que ele voltará para casa!

Ouvir aquilo foi como um tiro no peito e um acordar de um pesadelo.

- Meu Deus! O que está acontecendo com o dr. Hugo? - pergunta Rita atordoada.

Por breves momentos fico imóvel, mas então, percebi que realmente tudo havia acabado.

- Está bem! - digo ao me levantar do sofá.
- Chega de sofrer por isso! Rita, por favor me ajude a arrumar minhas coisas, Clara, arrume as de Louis, e diga a Renato que vou precisar dele para me levar de volta para minha casa! - digo firmemente.

- Não dona Lyandra! A senhora não pode sair assim. - diz Rita.

- Meninas, obrigada por tudo, mas, eu não tenho escolha não é?! - digo as olhando com ternura. Vejo que assim como eu, elas estavam tristes com tudo aquilo.


Após fazer minhas malas e as de Louis, Renato as leva para o carro.

- Meninas, mais uma vez, obrigada por tudo! - digo em frente ao elevador ao me despedir. - Não vou dizer que virei aqui ver vocês, mas, se quiserem ir até minha casa, Renato sabe onde é!

- Dona Lyandra, tenho fé que tudo irá se ajeitar! - diz Rita. Sorriu fraco. - E, pode deixar, vamos sim visitar vocês, diga a Louis que irei fazer os bolinhos de chuva que ele tanto gosta. - diz ela com lágrimas nos olhos.

- Direi! - respondo.

E assim sigo, saindo de vez da vida de Hugo.

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