Capítulo três: A proposta

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- O que foi aquilo amiga? - perguntou Brenda quando voltamos para o estoque para organizar mais roupas.
- O que? - perguntou sem entender.
- Aquela troca de olhares! Você e o bonitão. - disse ela. Reviro os olhos.
- Não viaja Brenda! - digo.
- Amiga, o cara tava te comendo com os olhos. Eu vi. E que olhar! Não é a toa que aquele homem tem tudo o quer.
- Como você sabe disso? - perguntei.
- Google! Pesquisei enquanto fui no banheiro. Não que eu tenha ido no banheiro só para pesquisar sobre ele...
- Sei! - digo.
- Amiga, não era a toa que o Ângelo tava morrendo aqui. Aquele cara tem mais dinheiro do que eu tenho fios de cabelo! Apesar que a sua fama não é lá essas coisas, troca de mulher igual eu troco de calcinha! E agora, ele te olhou.
- Esquece isso Brenda. Ele olhou porque tem olhos, apenas isso. - falo irritada.
- Amiga, aquele olhar não foi apenas um olhar de um homem que vê uma mulher bonita a sua frente, ele te olhou com, desejo, vontade. Eu vi. Aquele homem é pura sedução. - diz ela se abanando com as mãos. Reviro os olhos.
- Oh cupida! Vamos trabalhar porque dinheiro não caí do céu!  E rico aqui, só aquele bobalhão. - digo a chamando para a realidade.

A contragosto, Brenda volta a dobrar as peças de roupas junto comigo.

No final do expediente, me despeço de Brenda em frente ao shopping e sigo andando pelas as ruas para chegar ao ponto de ônibus.

Enquanto estou andando, percebo um carro se aproximando lentamente de mim. O choque e o medo logo me dominam. Mas então, o vidro de trás do carro escuro se abaixa lentamente, e avisto uma figura familiar. Era o tal Hugo Lambertucci, disso eu não tinha dúvidas. Um sujeito como aquele, eu não esqueceria fácil.

- Lyandra, preciso falar com você! - ouço sua voz pela a primeira vez.

Como ele sabia meu nome? E como ele me encontrou ali? Paro de andar no mesmo momento que ouço sua voz e não consigo disfarçar meu espanto.

- Entre! - diz ele ao abrir a porta do carro e se afastar um pouco dela.
- O que te faz pensar que eu vou entrar? - pergunto ao o olhar seriamente. Ele sorri. Um sorriso sínico.
- Você precisa de uma quantia não precisa? Acho que posso te ajudar com isso! - diz ele para minha total surpresa.
- Como sabe disso?
- Eu sei muitas coisas sobre você Lya, acho que podemos nos ajudar. - diz ele me fazendo ficar mais surpresa ainda ao ouvi-lo falar meu apelido. Exato aquele homem atentamente. Minha mente está uma confusão, uma bagunça, mas, eu precisava descobrir o que ele queria de mim, e o mais importante, como ele sabia daquelas informações sobre mim.

Sem ter outra alternativa, entro em seu carro, e em seguida, o motorista segue andando pelas ruas lentamente.

- O quer de mim? - pergunto.

O olhar penetrante e sério daquele homem me causou arrepios.

- Vamos por parte Lyandra. Vou chegar onde você quer, mas antes, preciso lhe contar algo. - diz ele acendendo um cigarro. E entre uma tragada  e outra, o tal Hugo começa seu discurso. - Como deve saber, sou um homem de negócios, não sou de enrolar, então vou direto ao ponto... Tenho uma avó que mora na Itália e está vindo para o país em breve, apesar de eu ser o ceo de nossa empresa, vovó tem a maior parte das ações dela. Como já está muito avançada em idade, ela finalmente irá passar para mim todas as suas ações. Por isso ela está vindo. Mas, vovó sabe que sou um tanto, solto. Não tenho nenhum relacionamento sério nem duradouro. E após muito me persuadir para encontrar alguém, acabei dizendo a ela que estou noivo e prestes a me casar.
- Parabéns pra você, tenho certeza que aquela bela loira que estava com você mais cedo na loja será uma ótima esposa. - digo sarcasticamente. Ele sorri. Desta vez, um sorriso leve.
- Nicole não é minha noiva, nem nada do tipo. Vovó odiaria ela. - disse ele. - A verdade é que não tenho nenhuma noiva... Agora deixe eu dizer o que sei sobre você e como você entra nessa história... Sei que você é mãe solteira e que está passando por uma grande dificuldade com seu filho no momento. Sei que precisa de uma certa quantia, e precisa logo... Andei investigando! - confessou ele. O olhei atentamente.
- Quem lhe deu o direito de especular minha vida? - pergunto brava.
- Calma Lya! - diz ele levemente.
- Não me chame assim, não lhe dei esse direito! Você é um, louco. - digo nervosa.
- Está bem Lyandra, mas, me deixe terminar.
- Deixa eu ver se entendi, você, um estranho, me para na rua me obriga a entrar em seu carro para me contar uma historinha idiota como essa e ainda diz que me investigou, afinal, pra quê você foi especular sobre minha vida? O que eu tenho a ver com isso?
- Se você deixar eu falar, vou lhe explicar tudo. - dia ele calmamente. Respiro fundo. - Você tem razão, mas, eu precisei fazer isso... Você é diferente Lyandra, e quando te vi na loja notei isso. Apesar de Nicole ser uma pessoa difícil de agradar, você soube exatamente o que fazer para agradar ela. Você é diferente das outras mulheres com quem já saí, das mulheres que convivo. E isso chamou minha atenção, e é claro, você é bonita. - eu não conseguia dizer nada, apenas escutava e olhava para ele tentando entender o que era tudo aquilo. - Lyandra, como eu disse, você é uma mulher diferente, e gosto disso. Preciso de uma exatamente como você. Mulheres como você, no meio em que vivo, está praticamente em extinção! - diz ele pesadamente. - Preciso de uma noiva, de uma mulher para casar apenas por alguns meses enquanto minha avó estiver aqui, depois que ela me der as suas ações ela voltará para a Itália e então posso me divorciar dessa pessoa.  Você precisa de dinheiro para o tratamento do seu filho, e sei que precisa com urgência. Podemos nos ajudar Lyandra. Aceite ser minha noiva, se casar comigo, em troca te dou o dinheiro que precisa para o tratamento de seu filho! - disse ele soltando a bomba.

Eu não sabia o que dizer, eu não conseguia colocar meus pensamentos em ordem. Aquela proposta foi demais para eu conseguir assimilar.

Uma Família Para O CeoOnde histórias criam vida. Descubra agora