Capítulo quinze: o cheiro

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Após algumas horas revirando na cama, decidi dar uma olhadinha em Louis. Preocupada se ele estava conseguindo dormir na casa nova, me levantei e segui para seu quarto. Ao abrir a porta, vejo que meu pequeno estava dormindo tranquilamente, e isso de certa forma me acalentou. Ao menos um de nós estava conseguindo dormir.

A insônia havia me pegado, e tudo o que conseguia fazer era pensar em coisas que eu custava a esquecer.

Sem ter mais nada para fazer, decido descer para o andar de baixo, as vezes, uma caneca de leite quente é tudo o que a gente precisa para dormir. E assim sigo para o andar de baixo.

A casa estava praticamente escura, a não ser por algumas luzes ambiente que clareava levemente. Sigo para a cozinha e abro a geladeira, pego o leite e procuro por uma caneca no armário. Ao achar, esquento no micro-ondas e em seguida bebo todo o leite. Parecia mágica, eu já me sentia mais leve e sonolenta.

Após beber o leite, sigo de volta para o quarto. Mas, ao passar pela a sala, antes de chegar na escada, sinto meu corpo se chocar em algo, ou melhor, em alguém.

Tudo foi tão rápido que não pude nem associar o que estava acontecendo. Simplesmente senti meu corpo com o impacto, ser lançado ao chão. Estava escuro, eu estava distraída e com sono, tudo foi rápido. Mas antes que eu pudesse cair, sinto alguém me segurar.

Suas mãos me seguram com força e sinto que estou sendo levantada novamente.

A meia luz, vejo apenas um vulto. Nossos rosto se aproximam e sinto que estamos próximos um do outro, nossas respirações se encontram no ar e um arrepio domina minha espinha.

- Você está bem? - ouço sua voz rouca no escuro ecoar.
- Sim! - digo suavemente.

Ainda parados, fecho meus olhos, apesar de estar escuro, os fecho apenas para me concentrar em meu olfato que sentia um cheiro de cigarro, madeira e vinho. Uma boa mistura e tentadora também. Seu arroma era másculo, viril, e isso de certa forma me hipnotizou.

Sinto a ponta de seu nariz se aproximar da pele de meu pescoço, como se  aproximasse  aos poucos, esperando uma permissão ou negação minha, e eu nada fiz. Envolvida por aquele momento, fiquei imóvel. Até que seu nariz encostou em meus pescoço, de uma forma suave, leve e contida. Ao sentir seu nariz em minha pele, sinto minhas pernas tremerem, uma adrenalina me domina. Hugo cheira suavemente minha pele, como se quisesse apreciar o momento. E então, envolvo meus braços em seu pescoço. Lentamente, ele aproxima seu rosto de minha boca, e sinto quando seus lábios passar por meu queixo. Eu estava entregue, leve.

Mas, foi aí que as palavras de Beto me chamaram para a realidade.

Tome cuidado Lya!

E então abro meus olhos e me afasto.

- Desculpe, eu, eu, preciso ir! - digo. E antes que Hugo diga qualquer coisa, subo as escadas rapidamente.

Sentindo o coração quase saltar pela a boca, entro no quarto fechando a porta e dando graças por ter retomado ao meu juízo antes que uma besteira acontecesse. Hugo era lindo, charmoso, sedutor, sex. Uma mistura perigosa e uma tentação para mulheres como eu, que precisava se manter afastadas de problemas como ele.

Uma Família Para O CeoOnde histórias criam vida. Descubra agora