Capítulo trinta e cinco: Vai com Deus filha!

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- Rose! O que pensa que está fazendo? - pergunta Sandra atentamente. Minha mãe entra na sala e se coloca no meio de nós duas. Virada para Sandra ela fala:

- Já chega de tudo isso! Vocês já fizeram muito mau a minha filha! - diz minha mãe firmemente. Engulo em seco. Nunca vi minha mãe enfrentar a patroa daquela forma, na verdade, nunca a vi enfrentar antes.

- Se coloque no seu lugar Rose! Francamente! - diz ela ao baixar a mão.

- Durante todo esse tempo, vi você e sua família fazerem muito mau a minha filha, não vou mais permitir isso! - diz minha mãe.

- Devo lembrar Rose, que não fui eu quem a expulsou grávida de casa. - rebateu a víbora.

- Sim eu fiz isso, e me envergonho, me arrependo, mas mesmo assim, não vou permitir que você encoste num fui de cabelo de Lyandra!

- Muito lindo de sua parte Rose, se arrepender de tudo o que fez logo agora que a filha está milionária, muito esperto até! - zomba Sandra.

- Não sou da sua laia dona Sandra, não me vendo por qualquer centavo furado... - nesse momento ela se vira para mim. - Faz tempo Lya que quero conversar com você, eu e seu pai, mas, com a doença de Louis... - diz ela com pesar. Apenas faço que sim.

- Vamos deixar a reunião para outra hora! - diz Sandra. - Só vou lhe dizer uma coisa Lyandra, se afaste de Hugo, se afaste do meu filho, ou verá do que eu sou capaz de fazer! - diz ela seriamente.

- Tente! - retruco.

E ao dizer isso, saio daquela casa, o ar ali já estava ficando insustentável.


- Lya! Lya! - ouço minha mãe me chamar assim que passo pela a porta da casa. Desço dois degraus e paro.

- Obrigada pela a ajuda la dentro! - digo. Ela sorri.

- O que eu disse foi verdade Lya, eu e seu pai queremos te pedir perdão, por tudo! - diz ela com lágrimas nos olhos.

- Ah mamãe! - digo a abraçando.

- Senti tanto sua falta Lya! - diz ela me abraçando em seus braços.

- E eu a sua mãe! - digo em meio as lágrimas. - Onde está papai?

- Ele está em outra cidade a trabalho, dr. Vitor Manoel precisou dele, ele só voltará no final do mês. - diz ela enquanto saio do seu abraço. - Ele iria ficar tão feliz em te ver! - diz ela sorrindo.

- Eu também mamãe! Eu também! - digo com um leve sorriso. - Estou voltando para a capital mais tarde. Preciso sair logo daqui, não quero ficar mais nem um minuto na mesma cidade que ela... Mas, depois que eu resolver tudo isso, prometo que mando buscar vocês para passar uns dias com a gente! - vejo minha mãe sorrir. - Vocês ficarão bem?

- Não se preocupe filha, eu sei lidar com a cobra! - diz ela sorrindo.

- Está bem! Preciso ir.

- Vai com Deus filha! - diz minha mãe apenas faço que sim e sigo para o carro que me esperava.


E assim, em meio a lágrimas de alegria por ter finalmente selado a paz com minha mãe, sigo de volta para a cidade, por mais que não havia dado em nada minha conversa com Sandra, ao menos eu deixei bem claro que Hugo não estava mais só, e finalmente me acertei com minha família.



*****


O caminho de volta para casa foi mais leve do que pensei.

Com a certeza de que eu havia deixado para trás todos os meus problemas, sigo rumo a minha tão esperada felicidade.

Eu e Hugo não poderíamos estar em melhor fase, com a paz e a tranquilidade reinando, vivíamos dias amorosos e noites quentes. E eu não poderia ter pedido presente melhor aos céus!

Mas, as vezes vem a vida novamente e resolve nos dar uma rasteira. Literalmente. Após algumas semanas que voltamos de viagem, percebi Hugo um tanto pensativo, distante, frio. Supus que fosse por causa do encontro com a mãe dele que não foi nada bom, e também por causa da saúde de sua vó, que estava a cada dia mais difícil, ela estava sempre adiando sua vinda ao país por isso.


Até que, num começo de noite, enquanto Louis brincava em seu quarto como sempre fazia, enquanto estou no banheiro após o banho penteando meu cabelo, vejo através do espelho, Hugo parado na porta do banheiro. Seu semblante era sério, e logo uma sensação de que algo ruim estaria por acontecer, me invade. Hugo apenas me olha, seu olhar era triste, e vejo que ele estava se segurando, fazendo um esforço sobre humano para não desmoronar.

- O que aconteceu? - pergunto ao me virar para ele.

Hugo respira profundamente e então me diz, com todas as letras.

- Eu quero o divórcio!

Aquela informação foi como uma bomba posta em meus pés. Senti meu mundo desabar novamente.

- Como? - essa foi apenas a palavra que achei para falar. Não tinha outra.

- Nosso contrato acabou Lyandra! - diz ele seriamente.

- Do que está falando Hugo? - pergunto chocada. Ele respira fundo.

- Minha avó não veio ao país mas, me mandou os documentos por e-mail, ela já me passou sua parte da empresa, sendo assim, nosso contrato acaba aqui! Você fez sua parte Lyandra! - diz ele tentando não olhar em meus olhos.

Nesse momento, lágrimas caem de meus olhos, aquilo não poderia ser verdade.

- Não vamos tornar as coisas mais difíceis para nós! Te dou até amanhã para sair da minha casa, em alguns dias meu advogado entrará em contato com você, para assinar o divórcio! Como seu dinheiro já está em sua conta há meses, não temos mais nada a tratar. - depois de despejar tudo isso, Hugo saí. Apenas saí.

Não mãe! Parecia que Deus não havia vindo comigo.

Uma Família Para O CeoOnde histórias criam vida. Descubra agora