Não espero um milésimo si quer para chutar com toda a força o seu joelho! O meu chute certeiro faz com que ele perca o equilíbrio e se projete para frente. O mais rápido que o meu dolorido corpo permite viro para o lado evitando que ele caia em cima de mim. De barriga para baixo faço com que meus braços levantem meu tronco e ao ver que uma das armas está próxima me ponho a engatinhar com pressa na intenção de capturá-la.Quando estou a poucos metros de pegá-la um puxão no meu tornozelo faz com que eu não consiga e ainda caía novamente com a barriga no chão. O arrastão do meu joelho no asfalto mal é sentido por mim, que trato de dar meio que um coice com o pé livre em direção ao meu algoz. Sinto ele acertar possivelmente o rosto dele que urra e me solta. Ainda atrapalhada me projeto para frente dando o impulso para me levantar e pegar a arma mais rápido. Até consigo ainda curvada dar alguns passos trôpegos e finalmente a pegar, mas quando viro com o dedo já no gatilho, não tenho tempo de se quer de mirar!
Ruan vir com tudo na minha direção faz com que o tiro que eu dê se quer raspe nele. Nem consigo ver onde a bala ricocheteia, já que a trombada dele para cima de mim, comigo ainda estando sem equilíbrio, só faz com que tropecemos alguns passos para trás até que ambos caiam em um emaranhado já para fora da estrada. As folhas caídas pelo menos amortecem a segunda queda que sofro em menos de três minutos. Mas a dor da primeira influência nesta segunda queda fazendo com o ar seja retirado dos meus pulmões e uma dor se alastre para além da minha lombar. Bater com a cabeça de encontro ao chão também ajuda na minha desorientação momentânea.
Tossindo para o lado vejo que parei próximo a raiz de uma árvore e com o intuito de me levantar com apoio nela até coloco a mão, mas não era aquilo que iria acontecer. Ainda no chão sinto quando Ruan, nada debilitado pela queda, agarra mais uma vez o que sobrou da minha trança e me puxa para cima. A dor na minha cabeça só triplica e não tenho alternativa se não levantar desengonçadamente na tentativa de que meu coro cabeludo não fosse arrancado de vez.
—HaHa.... Você sabe mesmo.... Como um impressionar um homem...
Ouvir as palavras ofegantes de Ruan na minha orelha me diz que ele está tão sem ar quanto eu, mas a sua força brutal ainda prevalece. Tento me debater aproveitando o meu coração que bate loucamente e a adrenalina que ainda estala na minha pele. Nada surte efeito com ele que, depois que me levantou pelos cabelos, simplesmente me dá um abraço de urso por trás.
Até tento bater minha cabeça de encontro ao seu nariz. Uma chance ínfima de ele me soltar e eu revidar e, quem sabe, voltar pelo menos para a estrada. No entanto, ele se esquiva e no momento seguinte em que ainda me apertava me curva para frente com o dobro do peso em cima das minhas costas. Quando acho que vou ser esmagada no chão ele ergue meu tronco de novo.
No sufoco penso em até tentar novamente a tática da cabeçada, mas junto com seu abraço de urso de um braço só, notei que o outro livre já segurava uma faca e que a mesma parava no meu pescoço pronta para ser usada.
—Solta! —ouço o rosnado à frente e levanto a cabeça para constatar a aproximação de Dante com a arma em prontidão. —Solta agora!
Não pude deixar de sentir um certo alívio em o ver ali...
Ofegante sinto a faca se fixar na lateral do meu pescoço e dali surgir um corte fino e limpo, como a lâmina da faca. Levo as mãos para o braço rodeando o meu pescoço e tento com as unhas e forças o arrancar dali. Mas com ele mantendo o braço também de ferro ao redor dos meus bíceps limita os meus movimentos.
—Manda eles se afastarem! —Ruan rebate vendo a aproximação mansa tanto de Dante, quanto a de Martin e de outro homem mais atrás. — ou vamos ver o sangue dessa pequeña belleza!
Suas palavras são seguidas dele apertar ainda mais o domínio sobre o meus braços arrancando assim um grunhido a contragosto. Vejo Dante levar isso como uma real possibilidade quando levanta uma mão fazendo com que os homens em seu encalço parassem ainda no asfalto.
Arranhando banalmente a jaqueta marrom de Ruan, me amaldiçoou por não conseguir me livrar de seu aperto e ainda estar sendo usada como um maldito escudo!
—Cadê meu irmão?!
—Solta ela e você terá uma morte tão rápida quanto a dele. —Dante solta em resposta agora parado e, evidentemente, tentando achar uma maneira de atirar sem me acertar.
Ao sentir o efeito das palavras de Dante em Ruan tenho vontade de gritar se ele era idiota de falar aquilo com ele tendo uma faca encostada no meu pescoço! Mas não chego proferir nada, apenas ouço o som gutural que reverbera de dentro de Ruan ao entender que seu irmão gêmeo estava realmente morto.
—Ah, como você vai se arrepender disso Dante de merda Gonzalez! — Ruan jura em um tom tão sombrio que arrepios de medo involuntários sobem pela minha coluna. —Vai se arrepender, porque tem outro grupo crescendo e ele vai passar por cima das famílias antigas. Você só vai ser mais um que vai cair nesse jogo....
As suas palavras sobre o outro grupo são ditas com tanto garbo, que me arrepia ainda mais saber que havia outro se levantando...
—Acho que essa nossa dança vai ter que ficar para outro momento, delícia. —ele sussurra em minha orelha.
Antes que eu pudesse pensar em rebater ele simplesmente me empurra em um processo rápido de se livrar de mim e não ser acertado pelas balas que silvam acima da minha cabeça. Não chego a ver se as balas acertam o alvo, pois apenas me concentro em não meter rosto no chão na minha quarta queda naquela bendita noite.
—Ei, ei, ei.... —ouço Dante segundos depois derrapando no chão.
Sinto suas mãos muito mais delicadas do que as de Ruan me ajudar a sentar e tirar o emaranhado do meu cabelo do rosto. Respirando aparentemente tão irregularmente quanto eu, com as mãos em minha clavícula ele vira minha cabeça apenas para se certificar que o corte em meu pescoço tinha sido superficial.
Concentrada ali não chego a virar para ver tanto Martin quanto outro correrem atrás de Ruan, que evidentemente ileso das balas, se embrenha agora na mata. Espero que Dante se certifique que estou viva e vá com eles, mas ele não o faz. Ainda ajoelhado no chão comigo ele simplesmente encosta a testa na minha e solta um longo suspiro com os olhos fechados por um momento.
—Acho que perdi sua arma. —sussurro tentando amenizar a situação quando ele volta os olhos, que mal se via o azul, para os meus.
—Não importa. —ele balança a cabeça ainda tendo as duas mãos embalando meu rosto antes de dar um beijo em minha testa. —Vamos tirar você daqui...
🖤✨🖤✨🖤✨🖤✨🖤
Uoou!
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Além da Vingança
Romance"Em um jogo de matar ou morrer pode o amor sobreviver...?" Vingança. Para muitos, um prato que se come frio. Para tantos outros, algo que não vale a pena investir. Para Lissa, que perdeu a pessoa mais importante da sua vida pela cobrança de ou...