Bônus - Dante Gonzalez

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Dante Gonzalez ✨

Emboscada de Ruan...


—Você está bem?

Assinto com a cabeça à pergunta de Martin. Não tinha contado a ele a última conversa com Lissa, mas ele sabia que algo tinha acontecido. Meu mal humor tinha se arrastado por toda semana até aquele momento. O que eu liquidaria ali acabaria com qualquer laço a mais que tivera com Lissa. Era aquilo que ela queria, pelas suas palavras. Mas eu sei que vi sua luta interna. Tinha algo há mais ali que ela não estava pronta ainda para falar...

—Problemas no paraíso? —Martin insiste com o seu tom paralelo em sério, com sarcasmo.

—Ela ainda está me escondendo alguma coisa.

—Pensei que já tivesse solucionado isso.

—Também pensei, mas ainda tem alguma coisa.

—A vida dela não tem nada, apenas que é certinha até demais. —Martin aponta ao recordar da varredura que tínhamos feito na vida de Lissa.

Aquela varredura era feita em cima de qualquer um que fosse ser mais próximo a mim e a minha família. Varredura ia do âmbito profissional ao pessoal minuciosamente. Nada realmente tinha acendido o sinal de alerta contra Lissa, de acordo com Martin. Se tivesse, ela teria sido descartada imediatamente.

Pouco tinha sido às vezes que ela tinha falado sobre sua família. O mais profundo tinha sido há duas semanas, quando mencionou que amava como um irmão alguém que tinha falecido. A partir daquele ponto grande parte das suas barreiras pareciam ter se dissolvido. Porém, quando a encontrei em seu quarto na noite do baile, elas estavam reconstituídas novamente.  Realmente não sabia o que tinha mudado em questão de horas. E não saber era o que acentuava meu mau humor. Simplesmente não me descia que ela não podia se apaixonar por mim por conta do trabalho....

Porra!

Nunca tinha me sentido tão inquieto por uma mulher. Nem por Soraia, que tinha sido a mais constante em minha vida. Mas Lissa tinha alguma coisa que simplesmente não conseguia deixar para lá. E quanto mais perto dela eu ficava mais eu sabia aquele sentimento se enraizaria...

—Estamos chegando. —Martin anuncia me fazendo voltar a atenção para o plano em execução ali.  Todos que estavam ali precisavam estar mais alertas do que nunca.

Desvio meus olhos para as mercadorias que estávamos transportando no baú daquele caminhão, que nada mais eram que dois quadros de arte de valores inestimáveis. Misturados com outras artes falsas, eles passavam despercebidos por qualquer fiscalização. Essa era uma de nossas estratégias para transportar as mais variadas mercadorias em segurança para os nossos clientes especiais.

Sentia falta de bolar essas estratégias. Antes de assumir a parte burocrática, estar ali fora, acompanhando estrada fora, era tudo o que eu gostava. Tinha perdido as contas de quantas emboscadas e perigos já tinha enfrentado...

—Sinto falta disso. —digo, ao tirar a arma do suporte e conferir seu cartucho.

—Vamos ver se o até o final dessa você ainda vai estar sentindo. —o gracejo de Martin, ao ele próprio conferir sua arma, me faz sorrir.

—Eles estão aqui!

Ouvir isso de Ítalo, o nosso motorista da noite, e o caminhão parar; me diz que a ação começaria em segundos. Após uma troca de olhares com Martin, nossa atenção vai para a porta do baú do caminhão. Ouvimos xingamentos para pouco depois a porta do caminhão ser escancarada. Martin e eu levantamos a arma e começamos a dar passos cautelosos até a porta aberta. Apenas paramos quando um par de homens de cada lado surgem com fuzis apontados para nós.

Além da VingançaOnde histórias criam vida. Descubra agora