16º Controle

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   O controle estava ou não sob as minhas mãos?

   Essa era a pergunta de ouro que eu ainda me fazia desde que tinha voltado para a cidade.

    Em alguns momentos eu sentia que estava tudo sob a palma de minha mão e outros parecia que ele estava escorrendo pelos meus dedos.

   Faziam alguns dias que havíamos voltado, mas não para a total normalidade do dia a dia. Já que voltamos para a cidade sem saber aonde Ruan se meteu ou o que pretendia fazer quando voltasse. E, pela empreitada fracassada que tinha realizado, sabíamos que ele voltaria. Isso deixava Dante e o seu pessoal em alerta.

    Me deixava em alerta também.

    Mas o alerta se misturava com o insistente e estranho frio na boca do estômago que me acometia quando estava ao redor de Dante. E era por isso que desde que voltamos eu o evitava. O máximo que uma assistente poderia evitar seu chefe. O que eu descobri não ser muito.

    Por isso, quando Carmen anunciou que precisava de alguém para encontrar certo documento, fui a primeira a me voluntariar. Porém, se soubesse que teria que procurar o contrato em meio a centenas de outros, teria sido a primeira a recusar.

   Eu já estava na última gaveta do segundo armário de arquivos e ainda não tinha visto o documento! Aparentemente, o mesmo tinha sido arquivado e marcado como recebido, mas não digitalizado. E o responsável por aquela façanha não era ninguém menos que Dante, já que o documento tinha sido guardado por ele há pelo menos 4 anos.

   Sair dali sem ele não era uma opção de acordo com as palavras de Carmen. O mesmo precisava ser encontrado, pois uma empresa associada aos Gonzalez estava o contestando.

  Depois de começar pelo armário do ano em que o contrato tinha sido assinado e não ter o encontrado, agora era um tiro no escuro cada gaveta de cada armário daquela sala.

   Definitivamente, aquele não é o glamour da profissão.

   —Dante seu...

   Não chego a completar xingamento pela porta que se abre de repente. Por um momento penso ser Carmen, já vindo me apressar, mas vejo ser outra parada no batente da porta.

   —Eu...? — Dante insinua denunciando que havia ouvido o meu quase xingamento.

    Sinto o frio na barriga se instalar novamente ao ter meus olhos presos na sombra de seu sorriso.

Droga de hormônios!

   —Eu ainda não o encontrei. —solto na esperança de que ele assinta e se vá, já que estava ali para fugir dele.

   Porém, minha esperança caí por terra, ao ele adentrar a sala e fechar a porta atrás de si.

   —Imaginei que não, por isso estou aqui...

   —Lembrou onde colocou? —solto esperançosa.

  —Não exatamente, porém duas mãos a mais ajudará a encontrar mais rápido.

   Vejo ele tirar seu blazer azul-marinho e colocar em cima de um dos armários, antes de arregaçar as mangas de sua camisa social até os cotovelos.

    Minha atenção se prende em cada movimento seu. E eu tenho que bloquear toda e qualquer lembrança de quando havíamos ficado entre quatro paredes sozinhos.

   Mesmo que mandar ele embora estivesse na ponta da minha língua, tenho que admitir que uma ajuda para procurar aquele bendito documento até que não seria ruim.

   Tentando convencer daquilo que aponto para o armário de arquivos atrás de mim para que ele inicie a busca.

   Todos os meus sentidos sentem a sua proximidade quando ele inicia sua busca atrás de mim. Para nublar e desviar a atenção daquilo, pergunto:

Além da VingançaOnde histórias criam vida. Descubra agora