Capítulo 21

295 21 80
                                    

Eu procurei uma sala vazia e comecei a chorar muito. Eu não entendia o porquê das pessoas não me entender.

Eu não havia mandado o Tom fazer aquilo. A Molly deveria ter tido um pouco de empatia comigo, antes de tomar decisões precipitadas.

Mas ela iria me escutar. Eu limpei o meu rosto rapidamente e voltei até o quarto.

— Você não vai me tratar desse jeito! — eu comecei. — Não pode me bater e tirar as suas conclusões sem antes me escutar!

— Vá embora daqui, Freya! Você não tem nada que estar aqui. — Ela me olhou.

— Eu nunca faria isso com alguém. Eu não mandei ninguém fazer isso com o George! Eu nunca faria isso com ele. — Eu fechei a porta com força quando ela abriu.

— você-

— CALA A BOCA! — Eu gritei a interrompendo.

Ela apenas deu um passo para trás, ficando perto do Arthur.

— Você não tinha nenhum direito de ter levantado a mão para mim. Eu não tenho culpa se o Tom é um psicopata maluco! — Eu me acalmei.

— Mas ele só fez isso com o George por causa de você. Por que não se afastou quando tudo isso começou? — Ela voltou a chorar. — Não entra na minha cabeça, Freya. O quanto você fez mal ao George.

— Eu faço mal a ela, mamãe. Você não entende. — George falou.

— Tudo bem, querido. — Ela caminhou até ele. — Descanse um pouco.

— Eu só vou descansar quando todos saírem daqui. — Ele a empurrou. — Me deixa.

— Tudo bem. Nós vamos deixar você descansar um pouco. — Ela olhou para mim.

— Eu quero que a Freya fique. — Ele falou sem jeito.

A Molly ficou ainda vermelha de raiva. Eu temia que a qualquer momento a cabeça dela explodisse.

— Mas você tem que descansar filho. — Ela disse. — Quer que eu chame o Fred?

— Eu quero que você saia daqui. — Ele repetiu com veracidade.

— Filho-

— Cala a boca, mamãe. Você não manda em mim. Eu não quero mais ver você aqui. — Ele sorriu. — Bom... Teoricamente.

— Vamos, Molly. — Arthur a puxou para fora.

Após a batida da porta o silêncio se instalou pelo quarto. Eu não sabia o que falar nem o que fazer.

— Vem aqui. — Ele sentou.

— É melhor eu ir, George. Eu só vim ver se você está bem. — Eu falei nervosa.

— Não vou ficar se você for. — Ele se levantou.

— O que você está fazendo? — Eu o impedi de continuar. — Fica aqui.

— Aí está você. — Ele me puxou. — Eu- Queria olhar para você mais uma vez antes de ficar totalmente cego.

— Você não vai ficar cego. — Eu me segurei para não chorar. — Não fala isso.

— Não sabemos. Eu- Aquilo doeu muito! —Ele respirou fundo. — Ele-- Me fez ver você morrer tantas vezes! Eu- Eu não suportei.

— Eu não sei o que você passou. Eu não sei como ajudar você. — Eu o abracei.

— Eu não posso chorar. Mas eu queria muito. — Ele me apertou. — Que bom que você está aqui comigo.

Eu não sei quanto tempo eu fiquei abraçada com ele, mas eu só queria ficar lá.

Com Amor, Freya (parte 2) Onde histórias criam vida. Descubra agora