capítulo 47

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— Mattheo! Um pássaro acabou de bater na janela. Acho que ele está morto. — Eu caminhei até ele.

— Deixe que eu vejo. — Ele saiu.

Brenda logo foi atrás dele. Eu suspirei e caminhei até lá. Mattheo estava cutucando o pássaro e observou o sangue.

— Freya, você poderia pegar algo para eu limpar isso?

— Tudo bem. — Eu entrei.

Sentia uma sensação estranha com tudo aquilo. Ou talvez era coisa da minha cabeça. Eu molhei um pano e caminhei até a porta quando escutei a Brenda falar.

— Eu não entendo, Mattheo. A Freya machucou você, e agora está com ela.

Eu corri para a janela da sala e observei. Mattheo ainda parecia interessado naquele pássaro. Ela andava de um lado para o outro atrás dele.

— Nos já falamos sobre isso, Brenda. Não vou ficar repetindo. — Ele disse impaciente.

— Mas- Eu amo você também. Eu errei com você também. Por que tem que ser diferente? — Ela insistiu.

— Brenda-

— Você estava chorando nos meus braços dias atrás e agora-

— Brenda! — Ele levantou irritado e a olhou. — Se você quer que eu te ajude, você vai ter que parar com isso.

Eu recuei confusa e pensei no que acabara de escutar. Os dois estiveram juntos? Eu não podia acreditar. Joguei o pano furiosa e fui para o meu quarto.

Então todos estavam me fazendo de idiota, me tratando com delicadeza como se eu fosse uma ovelhinha indefesa. Mas aquilo iria mudar naquele momento.

Peguei uma mala e comecei a colocar minha roupas. Eu iria sair daquele lugar onde eu me sentia uma inútil, infeliz e depressiva. Eu não conseguia ficar de braços cruzados enquanto tudo estava um caos ao redor por minha culpa.

— Freya? — Escutei Mattheo dizer atrás de mim. — O que está fazendo?

— Minha mala. — Eu fechei e o olhei.

— Vai se mudar da sua casa? — Ele riu confuso. — Pra onde vai?

— Voltar pra Londres de onde nunca deveria ter saído. — Eu disse. — Se quiser pode ficar com essa casa para você e para Brenda.

— Eu não estou entendendo.

— Eu não gosto muito dela. É apagada e pequena. — Eu caminhei até a porta.

— Não se faz de idiota. — Ele agarrou o meu braço e me puxou. — Por que quer voltar para Londres? Por que eu ficaria com sua casa com a Brenda?

— Ora, não quer ajudá-la? Estou muito sobrecarregada com os meus próprios problemas para fazer caridade aos seus amigos, ou seja lá o que vocês são. — Eu puxei o meu braço.

— Seja lá o que nós somos? Eu não tenho nada com a Brenda, Freya. Mas com você, sim. — Ele me impediu de sair. — Isso tudo é ciúmes?

— Não acredito. — Eu comecei a rir. — Eu já estou cansada de saber das coisas escutando sobre a porta, deixar que as pessoas resolvam as coisas por mim, não somos mais crianças, Mattheo. A situação está um caos.

— Você ouviu a nossa conversa lá fora? Deixa eu explicar, Freya. Não é nada disso que você está pensando.

— Eu não quero explicação. Eu quero que você saia do meu caminho. Eu posso me defender sozinha. Não preciso que você faça isso por mim. — Eu o empurrei e saí.

Com Amor, Freya (parte 2) Onde histórias criam vida. Descubra agora